Quanto tempo e quanta Copa perdemos apostando no Dunga 5.9 na primeira passagem, no superado Felipão 7 a 1, 10 a 1 e nota -0.71 em 2014, e no Dunga 1.82, em seu retorno

Quanto tempo e quanta Copa perdemos apostando no Dunga 5.9 na primeira passagem, no superado Felipão 7 a 1, 10 a 1 e nota -0.71 em 2014, e no Dunga 1.82, em seu retorno

Trump no mundo.

Tite no Brasil.

Não se fala em outra coisa, em todas as mídias.

E falar bem de Tite é chover no molhado.

Choveu tanto que o gaúcho virou lagoa, açude, represa, Itaipu, Cataratas do Iguaçu, Oceano Atlântico, todos os oceanos e todos os reservatórios de Alckmin.

Mas ficaram na seca e com a cara de pau os azedos crônicos que garantiram que Tite jamais trabalharia com Del Nero.

Era só pano de fundo para atacar ainda mais o cambaleante Del Nero, o saível e caível.

Remei firme no sentido contrário em minhas águas tão tranquilas de 45 anos de cartas náuticas impecáveis e tão gratificantes e raras em tudo.

“Conheço bem o Tite, que já tinha me falado que aceitaria o cargo de treinador da seleção assim que o chamassem. Desde que o cargo de treinador estivesse vago”, falei e escrevi mil vezes.

Bastou Dunga ser demitido e ele assumiu, graças a Deus.

Ético, jamais faria com Dunga o que Felipão teria feito com Mano, suspeita e resmunga o hoje cruzeirense.

E Tite assumiu com um atraso de mais ou menos oito anos.

Quanto tempo e quanta Copa perdemos apostando no Dunga 5.9 na primeira passagem, no superado Felipão 7 a 1, 10 a 1 e nota -0.71 em 2014, e no Dunga 1.82, em seu retorno.

Mano, com 6.01, foi o melhor dos três e não merecia ter sido trocado burra e soturnamente por Felipão 7 a 1.

Azar nosso!

Mas bola para frente e parabéns e obrigado para o “Águia de Haia dos Pampas” (“SuperTécnico”, da Band, em 2000, na estreia do gaúcho em rede nacional)!

Tite, cidadão de cabeça reta!

“Cabeça reta”, coisa que o Neymar “não fez” e “não teve” contra a Argentina.

No gol dele, na cara do goleiro, lembrou do mestre Coutinho, olhou Romero com a cabeça levantada e um pouquinho torta, mas o suficiente para sacar, no reflexo de craque, o posicionamento do pé-base do argentino.

“Frente a frente com o goleiro não é força e não é apenas jeito, mas é preciso olhar para as canelas do adversário. Quando ele fica com as pernas `fincadas´ no gramado na clássica posição de defesa, tem que sair um chute rasteiro do ladinho do pé-base do goleiro que é rede na certa, ele não chega nunca. O Pelé fazia isso com os beques, eu fazia com os goleiros”, ensina o maior 9 da história.

E acrescenta: “Chegar na cara do goleiro e dar uma cacetada é prejuízo até para os narradores de rádio e TV que berram: `Espaaaaaalma, fulano de tal´. Ora, o cara não espalmou nada, foi carimbado. E aí desligo a TV na hora”, diz Coutinho.

Chico Formiga (1930 – 2012) também fazia isso toda vez que Arnaldo Cezar Coelho aparecia na TV.

“Como pode comentar arbitragem alguém que não deu aquele pênalti escandaloso do Marinho no Pita na final do Brasileiro de 1983? O título seria do Santos”, sempre reclamava o saudoso ex-zagueiro e ex-treinador.

Isso foi ontem, mas hoje que Tite 5 a 0 e Neymar 8.8 continuem crescendo e que virem “ex” só daqui 100 anos.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

Arquivos