Mário Wallace Simonsen

O criador da TV Excelsior e dono da Panair
Por Chico Santto
Mário Wallace Simonsen nasceu em 21 de fevereiro de 1909 na cidade de Santos e morreu no vilarejo de Orgevall, aos 56 anos, em 24 de março de 1965 na França. Sobrinho de Roberto Simonsen, fundador da Federação das Industrias do Estado de São Paulo, a FIESP, tornou-se uma das figuras mais notáveis e poderosas do Século XX com o conglomerado de 30 empresas, entre as quais se destacavam a Panair, CELMA, Banco Noroeste do Estado de São Paulo, Biscoitos Aymoré e TV Excelsior, além da Comal ? a maior exportadora de café do Brasil - e  Wasim Trading Company, representada em 65 países.
Simonsen atingiu o auge dos negócios entre os anos 1930 e 1950. Durante o período de sangria política, ganhou notoriedade pública como articulador da democracia. Corajoso, lutou abertamente contra o autoritarismo do país tendo, inclusive, colocado a sua TV Excelsior para apoiar o presidente socialista João Goulart. Publicamente, nos anos 60, teve o nome associado de forma oficial à candidatura de Juscelino Kubitschek na campanha presidencial de 1965. Entretanto, mais do que a derrota no Golpe de 1964, viu a ruína de seu império desmoronar diante dos muitos ataques de ordem político-militar da época.
Ao fim dos anos 60 não só a TV Excelsior ? tida como divisor de águas no que diz respeito à programação moderna da televisão brasileira ? como suas demais empresas trocaram o milionário faturamento anual por uma cadeia de falência. De forma rápida e inesperada, seu império entrou em ruína. Abatido pela perseguição, Wallace Simonsen se mudou para Paris. Do outro lado do Atlântico, viu sua mulher Baby ? com quem teve três filhos, Wallace, John e Mary Lou - falecer vitima de uma depressão profunda.
Neto de ingleses, não chegou a receber a notificação do fechamento da TV Excelsior, em 30 de setembro de 1970. Seu descontentamento com o Brasil era tão grande que seu corpo sequer foi trazido de volta à América após a sua morte, cinco anos antes. Mário Wallace Simonsen foi sepultado no cemitério La Batignolle, de Paris. Junto com o seu corpo foi enterrada, de forma misteriosa, parte da história política do Brasil, um capítulo mal escrito da nossa nação.
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