Índio

Ex-lateral-direito do Corinthians
por Gustavo Grohmann e Rogério Micheletti
 
José Sátiro do Nascimento, o Índio, ex-lateral-direito do Corinthians, nasceu no dia 3 de abril de 1979 em Palmeira dos Índios-AL. Hoje aposetnado, teve com última atividade profissional uma passagem pelo Grêmio Esportivo Osasco, para disputar a Série A-3 do Paulista de 2013, contratado pelo clube em 1º de novembro de 2012.
 
Por três anos ele morou e jogou em Seul, na Coréia do Sul. Lá, defendeu duas equipes coreanas, em 2001, 2002 e 2003.
Em 2004, retornou ao Brasil e fixou residência em Poços de Caldas-MG. Lá, é dono de um restaurante, é casado, conviveu com mais de 14 familiares de sua tribo que também se deslocou para a chamada "Capital do Sul de Minas Gerais" até voltar ao futebol sul-coreano.
 
Em 2009, depois de encerrar a carreira por duas vezes, assinou contrato com o Noroeste de Bauru, para a disputa da série A-2 do Campeonato Paulista.
O ex-corintiano não teve muito sucesso pela equipe bauruense e transferiu-se para o Remo-PA, em 2010.
 
Em janeiro de 2010, em entrevista à GazetaEsportiva.net, Índia fez revelações "bombásticas", sobre o período em que defendeu o Corinthians.
"O Corinthians me pagava R$ 1.500. Sempre foi R$ 1.500. As premiações que a gente recebia, por jogos e títulos, eram mais polpudas e aumentavam bem os meus rendimentos. Mas só comecei a ganhar dinheiro, mesmo, quando fui para o exterior", disse.
 
"Era muito ingênuo e não tinha empresário, nem nada. Os caras me roubavam até para reformular contrato, essas coisas. O filho do Nesi Curi ficava com a maior parte. Levaram uns R$ 300 mil nas minhas costas", acusou.
Índio relatou que, para complementar seus vencimentos, tinha o hábito de jogar cartas com os colegas de elenco, utilizando de técnicas nada éticas.
 
"A nossa principal distração nas concentrações era o baralho. Eu roubava todo mundo! Ninguém me vencia porque eu tinha uns macetes desde pequeno: escondia várias cartas, passava a vez dos outros. Mas eu fazia isso porque recebia um salário muito baixo", revelou, em meio a risadas.
 
Durante a mesma entrevista, o ex-corintiano anunciou que disputaria o Campeonato Paulista da Segunda Divisão pelo Noroeste, de Bauru.
Índio, ou Iracã - seu nome indígena - da tribo Xucuru-Cariri, teve seu primeiro contato com a bola aos 17 anos, nos juvenis do Vitória da Bahia.
 
Após uma ótima atuação na lateral dos juvenis do Vitória em um torneio internacional em Boston-EUA, Índio chamou a atenção dos dirigentes do Parque São Jorge e em 1998 se transferiu para o Corinthians.
Jogou muito bem na campanha vitoriosa do Corinthians no Campeonato Brasileiro de 1998 e ganhou a posição de Rodrigo na lateral-direita do Timão. Se destacou, principalmente, em jogo contra o Santos, válido pela semifinal daquele Brasileirão. Foi dele o passe para o gol de Edilson contra o Peixe no empate por 1 a 1, no Pacaembu.
 
Em 1999, ele chegou a perder a posição para o recém-contratado César Prates (ex-Botafogo), mas foi títular do Corinthians nas finais e sagrou-se campeão paulista contra o Palmeiras e campeão brasileiro contra o Atlético Mineiro.
Sua principal conquista ocorreu em janeiro de 2000, quando conquistou pela equipe do Parque São Jorge o Mundial de Clubes da FIFA, contra o Vasco da Gama, no Maracanã.
 
Após o inédito título mundial houve um "desmanche" na equipe alvinegra e Índio foi negociado com o futebol coreano. Desde então, o lateral já passou por uns três times coreanos e em 2005 foi ídolo na Ásia.
 
Pelo Corinthians, Índio fez 79 jogos e marcou apenas dois gols. Foi Campeão Paulista de 1999, Brasileiro de 1998 e 1999 e Mundial em 2000.
 
Ainda sobre Índio, o portal UOL publicou em 11 de dezembro de 2012:
 
Após subornos e salários de R$ 20, Índio quer sua parte na saga corintiana do 1º Mundial
Adriano Wilkson
Do UOL, em São Paulo
Em uma noite fria da primavera paulistana, temperatura mínima de 13º C, o jogador de futebol Índio está sentado nos fundos de um bar paupérrimo na zona leste de São Paulo. Veste camiseta de tecido frio e bermuda abaixo do joelho. Suas sandálias havaianas tocam o chão no ritmo do forró pé-de-serra que se ouve no ambiente.
 Ele é o único neste lugar que parece não se importar com a temperatura baixa, e sua figura leve contrasta com os casacos, moletons e calças jeans dos amigos a seu redor.
Claramente, Índio não é dali. De repente, ele se levanta, quase derruba o banquinho onde estivera sentado e bate com força na mesa: "Agora você paga, perdedor!?. Abre um sorriso que imediatamente vira gargalhada, enquanto se dirige ao balcão do bar e cobra seu pagamento.
Responsável direto pelo maior título da história do Corinthians, Índio rodou o mundo em times menores e agora, aos 33 anos, está radiante de felicidade porque acaba de ganhar R$ 97 na jogatina diária.
O baralho é sua grande diversão quando está em São Paulo, mas ele também se aventura na mesa de sinuca, onde se diz quase imbatível.
Felicidade mesmo, porém, ele vive quando viaja ao interior de Minas Gerais, aos arredores da cidade de Caldas, onde sua família pôs fim a uma migração de quase meio século e fundou a aldeia Xucuru Kariri, seis quilômetros sertão adentro.
 RECOMEÇO
Índio divide seu tempo entre São Paulo e a aldeia. Quando encontrou a reportagem do UOL Esporte, ele atravessou a rua do bar onde jogava seu baralho e pediu para que a entrevista acontecesse no boteco da frente, cuja parede é dividida com a casa de sua ex-mulher.
Antes de Índio começar a falar, uma garotinha veio saltitando de dentro da casa, cabelo encaracolado castanho, olhos negros, rosto da cor de café-com-leite. Ela abraça Índio e pede para ele ir para dentro. Índio responde: "O papai já vai.?
Ana Clara tem três anos e é a família paulista do jogador. Os pais da mãe de Ana Clara adotaram Índio e o abrigam toda vez que ele precisa vir à capital. Ao todo, o jogador tem sete filhos.
Aos 33 anos, também é avô, tem três netos. O mais novo havia nascido na véspera da entrevista, e Índio contava as horas para voltar à aldeia e conhecê-lo.
"A gente não resiste, é muita mulher. Mas agora eu estou sossegado, parei a produção [de filhos]. Amo muito os que eu tenho?, ele diz.
O problema era que ele não podia ficar muito tempo na aldeia curtindo seu novo netinho. Na semana seguinte, precisaria se apresentar ao Grêmio Osasco, clube cujo diretor de futebol é o ex-volante Vampeta, com quem Índio jogou nos tempo dourados.
Vampeta, aliás, é o amigo, a fada madrinha e a grande inspiração de Índio. "Me roubaram muito nessa vida. No Corinthians, eu ganhava R$ 1.500 de salário, e todo mundo ganhava muito mais. Aí me venderam por R$ 300 mil e me deram só R$ 40 mil. O Vampeta me ajudou a ficar mais esperto para essas coisas."
Diz Índio que Vampeta deu o dinheiro para ele comprar sua primeira casa. Ele tinha acabado de chegar a São Paulo e não tinha onde cair morto.
Vampeta tirou do bolso o que para Índio parecia uma fortuna, e ele conseguiu comprar uma casinha para seus pais em Minas (na época, a família vivia em um terreno alugado e ainda procurava um lugar definitivo para ficar).
Toda vez que a figura do irreverente volante aparece no discurso de Índio, seus olhos brilham em um sentimento de gratidão indisfarçável. Quando o UOL Esporte pediu para ele descrever o amigo em uma palavra, bateu no peito com a mão fechada e disse: "É meu irmão.?
Mas há indícios de que Índio já era bem esperto mesmo antes dos toques de Vampeta. Quando chegou de Salvador, apenas mais um matuto tentando ganhar a vida na cidade grande, Índio juntou dinheiro para comprar um carro. Em seu possante, dirigia pelas ruas de São Paulo mesmo sem carta de motorista.
 Não existem estatísticas confiáveis a respeito, mas é muito provável que a esmagadora maioria de fiscais de trânsito da capital sejam corintianos roxos.
Isso porque, Índio explica, toda vez que era parado em uma blitz e tinha os documentos solicitados, dobrava os policiais presenteando-os com uma camisa usada do Corinthians.
Com o tempo, ele aprendeu que deveria levar sempre uma camisa de seu time no porta-malas para uma eventual necessidade. O hábito do suborno conviveu com ele durante três longos anos em que dirigiu pela cidade sem habilitação.
Até o dia em que surgiu do outro lado do vidro um guarda são-paulino. "Aquele cara queria me ferrar. A minha sorte é que eu tinha acabado de trocar uma camisa do São Paulo com o Serginho, o lateral, e entreguei ao homem. Foi por pouco.?
 "AGORA EU QUERO A MINHA PARTE?
Índio voltou a ser famoso. Depois de conquistar o mundo no Maracanã, ele se prepara para fazer parte de uma série de eventos para relembrar o feito às vésperas da segunda participação corintiana em um Mundial de Clubes.
No dia da estreia alvinegra no torneio, Índio dará uma volta olímpica no Pacaembu junto com seus ex-companheiros de equipe. Assim como o UOL Esporte, alguns veículos de imprensa foram procurá-lo para ele contar como está a sua vida.
Quatro dias depois da nossa entrevista, uma equipe de TV iria até a aldeia gravar imagens da família do lateral. Ele estava pensando em cobrar pela entrevista. Seu argumento é que todo mundo do futebol cobra para dar entrevistas. Por que com ele seria diferente?
"Eu sei que isso é um negócio. Eles vão ganhar dinheiro comigo, agora eu quero a minha parte. Amanhã mesmo eu vou ligar lá para a Record e dizer que eles vão ter que me ajudar de alguma forma, dar umas cestas básicas lá para aldeia, qualquer coisa.?
Quando Índio falou isso, eu comecei a temer que ele fosse cobrar também a mim. Afinal, ele estava me dando uma entrevista. Por que comigo seria diferente?
"Com você eu estou falando na boa, não tem problema, você já veio aqui?, disse ele. "Mas quando algum jogador vai na TV, na rádio, eles sempre têm de pagar alguma coisa, tem que ser assim.?
A voz dele começa a ficar mais alta e atinge o nível máximo quando ele lembra, indignado, que escreveram um livro sobre a sua vida sem sua autorização. "O cara escreveu sobre mim e nem pediu permissão nem nada. Não sei o nome do livro, mas quando souber vou processar. Tá errado isso. As pessoas querem ganhar em cima de você. É um absurdo.?
 BEM x MAL
Quando se pergunta a Índio como está a vida dele, ele responde que está muito boa, que ele está feliz, bem de vida e que quer dar prosseguimento à carreira depois que seu tendão do calcanhar sarou.
Diz que tem uma fazenda administrada pelo filho mais velho (que nasceu quando o pai era uma criança de 12 anos), que tem cabeças de gado, as quais lhe rendem vultosos dividendos mensais. Mas quando se faz a mesma pergunta ao pai de Índio, o cacique Zezinho, a resposta é rigorosamente oposta.
"Meu filho não está bem não?, decreta o cacique por telefone. "Perdeu tudo que tinha, não tem mais nada. É analfabeto e está tentando voltar a jogar. O Vampeta é que anda ajudando ele, mas não sei se consegue. Você que é repórter podia ajudar meu filho, né??
Eu perguntei a Índio se ele não se arrependia de ter estudado apenas até a sexta série, se não pretendia voltar à escola um dia. "A gente está sempre estudando?, respondeu-me.
E lembrou-se da tia Denise, a professora particular contratada por Vanderlei Luxemburgo para lhe ensinar o alfabeto. Ele admite que a falta de instrução foi a grande responsável por impedir sua carreira de decolar. Lembra que não lia contratos, deixava tudo na mão de empresários e era passado para trás. Hoje, diz não ter agentes e afirma negociar seus próprios contratos.
 É PRECISO SORTE
No mês passado, engajou-se fortemente na campanha de seu irmão para vereador de Caldas. Também fez toda a aldeia votar no candidato a prefeito escolhido pela família, que acabou se elegendo.
Índio revelou que a experiência o fez cogitar a vida na política depois que pendurar a chuteira. "Me convidaram para sair candidato nessa eleição agora, aqui em São Paulo. Mas fiquei com medo, tem que ter muito voto, ter muita moral. O Vampeta não conseguiu, o Marcelinho não conseguiu. O Tiririca conseguiu. Acho que tem que ter sorte para entrar?, opina.
Índio diz não se lembrar do nome do partido que o convidou a se candidatar. "É o mesmo do Marcelinho.? Ele também disse não se lembrar do partido do homem para o qual fez campanha em sua cidade. "Sei que o número é o 14.?
"Mas deixei isso [política] para lá. Agora eu quero jogar bola. Quem sabe depois.?
Índio tem orgulho da carreira e dos títulos que ganhou pelo Corinthians. Ele é visto com admiração pelos amigos que o acompanham na mesa de bar, o vendedor de botijão de gás, o dono de boteco, o desempregado, mas todos o tratam de igual para igual.
É só com a bola nos pés, porém, que Índio se sente totalmente à vontade. Ao cair da noite, ele se despede e diz que precisa dormir cedo porque pegará estrada no dia seguinte.
A temperatura está mais baixa agora. Índio se rende. "Vou vestir um casacão. Agora esfriou.?

Em 5 de novembro de 2011, no UOL, o jornalista Luciano Borges (Blog do Boleiro) publicou uma matéria sobre Índio, que segue abaixo, na íntegra:
 
Índio, 36, está em São Paulo e tem duas missões: promover um jogo beneficente no dia 6 de dezembro, em Diadema, e arrumar um time para disputar o0 Campeonato Paulista de 2016. De preferência, que seja uma equipe da Série A1. Mas se não der, pode ser da segunda ou terceira divisão. O lateral campeão do mundo de clube em 2000, jogando pelo Corinthians, ainda adora o futebol.

Por isso, ele não parou até agora. Depois de ser campeão brasileiro duas vezes pelo Corinthians e também campeão paulista em 1999, José Sátiro do Nascimento rodou o mundo e o Brasil. Jogou na Coreia do Sul (Daegu), na Grécia (PAOK) e no Peru (Alianza de Lima). Em terras brasileiras, o filho do cacique da tribo Xucuru-Cariri, atuou em várias equipes: Vitória, Francana, Noroeste, Remo, Andorinhas, Imbituba e Grêmio Osasco.

Em, 2015, ele foi campeão em Rondônia (Genus) e no Paraná (Cambé).

Agora quer voltar ao futebol paulista.

E quer ajudar a tribo dele, que se deslocou da Bahia para Minas Gerais (Poços de Calda). É para este índios que o jogo beneficente em Diadema foi organizado. A empresária Ilde Apolinaryo tem experiência em organizar e promover uma partida para angariar alimentos e roupas. Já faz isso há alguns anos com o ex-jogador Denilson, comentarista da TV Bandeirantes.

“Vai ser um jogo entre os amigos do índio e craques da bola de hoje e do passado. O ingresso será alimento que vai ser destinado para a tribo do Índio e para crianças carentes. Estamos ainda em fase de trazer parceiros. Precisamos, por exemplo, de um fornecedor de camisas para os dois times disse Ilde. Quem quiser ajudar é só procurar pelos perfis de Ilde Apolinaryo nas redes sociais.

Índio está em férias há 20 dias. Visitou a mãe e a família em Poços de Caldas e está hospedado na casa de um amigo. Ele conversou com o Blog do Boleiro por telefone.

Blog do Boleiro – Aos 36 anos, você ainda dá caldo?
Índio – Lógico que tenho caldo para dar. Com certeza posso dar conta do recado. Estou à procura de um clube aqui em São Paulo. Quero jogar o Campeonato Paulista da Primeira Divisão. Mas posso jogar também na segunda, terceira divisão. Quero jogar, gosto muito ainda do futebol.

Você está bem fisicamente? Ainda joga de lateral-direito?
Posso jogar na lateral e também no meio, de volante. E meu preparo físico é melhor do que muito moleque novo que está jogando.

Por que você quer continuar jogando?
Adoro jogar futebol. Queria ser mais moço hoje em dia. Futebol dá dinheiro e você ganha a vida fazendo o que gosta. Gostaria de jogar para sempre. Por isso vim para São Paulo e estou atrás de um time. Não posso ficar escondido.

Quem contratar o Índio, vai contar com que tipo de jogador?
Vai ter um cara que vai levar torcida para o estádio. Não vai estar perdendo nada. Vai ter um jogador que pode dar exemplos aos mais novos e que vai chegar lá para ser campeão. Nos clubes onde passei, fui campeão.

E neste ano, duas vezes.
Isso. Fui campeão estadual em Rondônia, no Genus e fui campeão da terceira divisão do Paraná com o Cambé. Lá, pude mostrar aos jovens como levar a profissão a sério e ainda brincava nos treinos e dizia que eles é que tinham de correr por mim.

A temporada no Paraná acabou. Você tem treinado?
Assim que terminou o campeonato, eu fui para Poços de Caldas ver minha família, minha tribo. Fui ver minha mãe, Josefa, que tem 50 anos de idade. Estou lá com eles. Vim para São Paulo para promover o jogo beneficente e também para aparecer um pouco enquanto minha empresária Ilde (Apolinaryo) faz contatos com clubes para ver onde posso jogar.

Você ganhou muito dinheiro no futebol?
Não ganhei. Ganhei mais em prêmios. Meu salário no Corinthians não era alto. Mas meu momentos mais emocionantes são aqueles em que joguei no time campeão Brasileiro de 1999 e no Mundial de Clubes, em 2000. Foi muito bom. Até hoje falo com amigos daqueles tempo, como o Dida, Gamarra e o Vampeta. O Vamp é meu amigo mais próximo.

Você é casado? Tem filhos?
Sou solteiro e tenho sete filhos. E ajudo todos eles quando me pedem e é preciso. Se não dá B.O. Eu não pago pensão. Quando precisam, meus filhos ligam pra mim e eu ajudo. Meu filho mais velho, o Patrick, trabalha em circo com malabares. É muito talentoso.

São todos da tribo Xucuru Cariri?
Três são: a Tainara, o Tamarildo e a Tainã.

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