Jair Rosa Pinto

Ex-meia do São Paulo, Vasco e Palmeiras
por Gustavo Grohmann e Rogério Micheletti

Jair Rosa Pinto morreu na madrugada do dia 28 de julho de 2005, vítima de embolia pulmonar.
 
O maravilhoso e inesquecível meia-esquerda do Vasco da Gama e do Palmeiras (dentre tantos times), durante os anos 40, 50 e início de 60, estava internado no Hospital da Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro, onde se recuperava de uma cirurgia no abdômen.
 
O corpo do jogador, que residia no bairro da Tijuca, na capital carioca, foi velado no cemitério do Caju, zona portuária do Rio de Janeiro, e cremado, no mesmo dia de sua morte.
 
Ele passava boa parte do seu tempo cuidando dos muitos passarinhos que criava e revivendo mentalmente os seus tantos e tantos anos de glória no futebol, como jogador (principalmente) e como técnico.
 
Jair, que costumava acompanhar todos os programas esportivos da TV, ficou inconformado quando a Band tirou do ar o programa "Gol, o Grande Momento" e quando a TV Cultura encurtou e transformou o "Grandes Momentos do Esporte".

Jair Rosa Pinto nasceu no dia 21 de março de 1921, em Quatis-RJ (pertinho de Barra Mansa) e começou a carreira no Madureira-RJ. Também jogou no Flamengo, Santos, São Paulo e Ponte Preta.
 
No Santos, em 1959, quando foi vice-campeão Paulista, deu aulas especiais de comportamento, posicionamento em campo e de chute a gol ao menino Pelé.
No Madureira, surgiu para o futebol integrando um trio infernal e inesquecível: Lelé, Jair e Isaías, Os Três Patetas.
 
Jair, que odiava ser chamado de Jair "da" Rosa Pinto, só não se conformava com uma coisa: não ter ganho a Copa de 50. "Isso eu vou levar para a cova, mas, lá em cima, perguntarei para Deus por que perdemos o título mais ganho de todas as copas, desde 1930", brincava, lamentando profundamente, o mestre Jajá da Barra Mansa.
Jogando pela Seleção Brasileira, Jair atuou em 41 partidas (25 vitórias, 5 empates, 11 derrotas) e marcou 23 gols.
 
NOME DO CRAQUE INSPIROU PAIS DE JAIR BOLSONARO
 
Percy Geraldo Bolsonaro e Olinda Bonturi, pais de Jair Bolsonaro, eleito presidente do Brasil em 28 de outubro de 2018, escolheram o nome Jair em homenagem a Jair Rosa Pinto. 
 
Palmeiras
 
Jair chegou ao Palmeiras após vestir a camisa do Flamengo e do Vasco, e disputar a Copa de 1950 com a Seleção Brasileira. Lá ficou até 1955, onde foi ídolo incontestável.
 
Jair foi personagem principal de uma das partidas mais emocionantes da história do clássico entre São Paulo e Palmeiras, o famoso Choque-Rei. No dia 28 de janeiro de 1951, o Palmeiras entrou em campo contra o São Paulo, jogando pelo empate. A partida era válida pelo campeonato paulista de 1950, e as duas equipes, que vinham disputando o título ponto a ponto, tinham chance de levantar o caneco. Debaixo de muita chuva o São Paulo conseguiu abrir o placar. Teixeirinha bateu, a bola desviou em Turcão (zagueiro palmeirense) e morreu no fundo das redes do goleiro Oberdan Catani. Após o árbitro inglês Alwyn Bradley decretar o fim do primeiro tempo, oa jogadores do Palmeiras, devidamente abatidos, desceram ao vestiário e foram surpreendidos por Jair, que aos berros exigiu raça ao time verde. "No intervalo, ele chegou para seus companheiros e disse:
 
- A única chance que temos é a seguinte: todo mundo que pegar a bola, toca pra mim que eu vou lançar pra frente. Uma hora faremos um gol", lembra o jornalista Cláudio Carsughi.
 
E foi isso que aconteceu. Aos 15 minutos do segundo tempo Jair dominou e fez um de seus incríveis lançamentos. A bola parou em uma poça do inundado Pacaembu e sobrou para Aquiles, que empatou a partida e garantiu o título ao alviverde do Parque Antártica.
 
Pelo Palmeiras, Jair Rosa Pinto fez 241 jogos (141 vitórias, 55 empates, 45 derrotas) e anotou 71 gols. Conseguiu o título paulista de 1950 e a Copa Rio de 1951.
 
São Paulo

A  foto da primeira página é tão rara, que tem que ser definida como histórica: você sabia que Jair Rosa Pinto passou pelo São Paulo? Foi rápido, em 1961. E ainda jogaria na Ponte Preta, também rapidinho. Você sabia?

Para quem não sabia, Jair chegou ao São Paulo no final de sua carreira. Jogou pelo Tricolor entre 1961 e 1963. Atuou em 31 partidas (20 vitórias, quatro empates, sete derrotas) e marcou apenas 2 gols. Encerrou sua passagem pelo São Paulo dirigindo a equipe em janeiro de 1963.
 
Clubes

Madureira (1938 a 43), Vasco da Gama (1943 a 48), Flamengo (1947 a 49), Palmeiras (1949 a 55), Santos (1956 a 60), São Paulo (1961) e Ponte Preta (1962 a 63).
 
Títulos

Campeão carioca, em 1945 e 47 (Vasco); campeão paulista, em 1950 (Palmeiras); campeão paulista em, 1956, 58 e 60 (Santos); campeão da Copa Rio, em 1951 (Palmeiras); campeão Sul-Americano, em 1949 (Seleção Brasileira).
 
Ainda sobre Jair, recebemos o texto abaixo, do internauta Mário Lopomo.
 
"Lembro-me do dia em que Jair foi contratado pelo Palmeiras, no inicio de 1950. Lembro do primeiro treino de Jair no palmeiras. Tinha tanta gente nesse treino que até parecia dia de jogo.
No Rio de janeiro um jornal mostrava a torcida do Flamengo queimando a camisa 10 que Jair envergou por muitas vezes. O primeiro jogo de Jair que vi, foi no campeonato paulista de 1950, no Parque Antártica contra o Nacional: 4 a 1 para o Palmeiras. Não me lembro se ele marcou gol, mas meu pai me chamava a atenção para os lançamentos de Jair, de 40 ou 50 metros, sob medida para Aquiles chegar na cara do goleiro Furlam, do Nacional, e mandar para as redes.
Contra o São Paulo no jogo final, foi num lançamento de Jair que o São Paulo perdeu o titulo. Só que aquele lançamento parou na poça d´água, e Aquiles chegou um pouco antes do goleiro Mário. Ou então no torneio Rio São Paulo em 1951, contra o Corinthians (nas cinco coroas do Palmeiras) em que um gol de falta de Jair da intermediaria que o goleiro Cabeção nem viu passar. O jornal A Gazeta Esportiva chegou a oferecer 30 mil cruzeiros para o goleiro que defendesse um chute de falta do Jair. Caxambú da Portuguesa era a maior vítima dos coices de mula, de Jajá da Barra Mansa.
No final de 1955, ele saiu brigado do Palmeiras, foi para o Santos. Lá também foi campeão por mais de uma vez.
No jogo, que talvez tenha sido o que teve maior numero de gols da metade de século XX, Santos 7 X 6 Palmeiras, Jair teve participação destacada. Ele ia chutando de fora da área, o goleiro Edgar, ia soltando e Pagão, Pele e Pepe iam marcando. Final do primeiro tempo, 5 a 2 para o Santos. No segundo tempo o Palmeiras virou para 6 a 5, e nos últimos 5 minutos já com o palmeiras tendo outra goleiro (Vector no lugar de Edgar) levou mais dois gols.
A última vez que vi Jair jogar no Pacaembu foi na final do campeonato paulista de 1959. Palmeiras 2 x 1 Santos. Ao final da partida eu e a torcida do Palmeiras, gritávamos, com Jair, com Pele, com Pagão o Palmeira é o campeão. Já no ocaso de sua carreira, Jair foi para o São Paulo, que era o time que ressuscitava os veteranos em final de carreira, mas Jair estava com 42 anos, ai era difícil.
Mário Lopomo"
Abaixo, veja vídeo espetacular de 1960, um dia antes de Palmeiras 2 x 1 Santos, pela decisão do Super Paulistão de 1959:

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Pela Seleção Brasileira:

Jogando pela Seleção Brasileira, Jair atuou em 41 partidas (25 vitórias, 5 empates, 11 derrotas) e marcou 23 gols.

Pelo Palmeiras:

Pelo Palmeiras, Jair Rosa Pinto fez 241 jogos (141 vitórias, 55 empates, 45 derrotas) e anotou 71 gols. Conseguiu o título paulista de 1950 e a Copa Rio de 1951.

Pelo São Paulo:

Jair chegou ao São Paulo no final de sua carreira. Jogou pelo Tricolor entre 1961 e 1963. Atuou em 31 partidas (20 vitórias, quatro empates, sete derrotas) e marcou apenas 2 gols. Encerrou sua passagem pelo São Paulo dirigindo a equipe em janeiro de 1963.

Clubes:

Madureira (1938 a 43), Vasco da Gama (1943 a 48), Flamengo (1948 a 49), Palmeiras (1950 a 55), Santos (1956 a 61), São Paulo (1961 a 63) e Ponte Preta (1963 a 64).

Títulos:

Campeão carioca, em 1945 e 47 (Vasco); campeão paulista, em 1950 (Palmeiras); campeão paulista em, 1956, 58 e 60 (Santos); campeão da Copa Rio, em 1951 (Palmeiras); campeão Sul-Americano, em 1949 (Seleção Brasileira).

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