Fausto Silva, o Faustão

Ex-repórter de rádio e apresentador de TV
por Marcelo Rozenberg e Milton Neves
 
Um dos maiores homens de comunicação do Brasil em todos os tempos, Fausto Corrêa da Silva, o grande santista Fausto Silva, nasceu em Porto Ferreira, interior paulista, em 2 de maio de 1950.
 
SAÍDA DA GLOBO
 
O UOL, em 25 de janeiro de 2021, divulgou por meio da coluna de Daniel Castro, que ao término do ano Faustão não permaneceria na Globo. A emissora havia proposto uma mudança de dia e programa, às quintas-feiras à noite, o que Faustão não aceitou, segundo a publicação. No mesmo dia, a própria Rede Globo informou a decisão do apresentador não renovar seu contrato após o término, em dezembro de 2021.
 
"FAUSTÃO NA BAND"
 
Ainda em 2021 foi anunciado como novo contratado da Band, emissora pela qual acabou reestreando em 18 de janeiro de 2022, uma segunda-feira, para um programa diário, de segunda a sexta, o "Faustão na Band".
 
SAÍDA DA BAND
 
Na Band, os índices de audiência do início, superior a 9 pontos, não se mantiveram e o programa passou por diversos cortes, desde pessoal da produção até as bailarinas. Em 18 de maio de 2023 a Band anunciou, em comum acordo com Fausto Silva, sem pagamento de multa de nenhuma das partes, o término de seu contrato, que terminaria em 2026.
 
PROBLEMA CARDÍACO, INTERNAÇÃO HOSPITALAR E TRANSPLANTE DE CORAÇÃO
 
Foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein em 5 de agosto de 2023, após uma viagem de férias aos Estados Unidos. As primeiras informações deram conta de que ele sofria de insuficiência cardíaca, necessitando de hemodiálise e medicação especial, sob cuidados intensivos, na UTI do hospital. Em 20 de agosto de 2023, um novo boletim médico informou que Fausto Silva estava inscrito no programa de transplantes cardíacos do SUS, o Sitema Único de Saúde.
 
Em 27 de agosto de 2023, um domingo, passou por transplante cardíaco, por conta da gravidade de sua situação. Seu caso foi considerado como prioritário na fila de transplantes do SUS, o Sistema Único de Saúde, e o procedimento cirúrgico, que durou cerca de duas horas e trinataminutos, foi realizado no Hospital Isaelita Albert Einstein.
 
A cirurgia foi realizada sem nenhuma intercorrência, e ele deixou a UTI para uma Unidade Semi-Intensiva em 1º de setembro de 2023, já extubado, caminhando e demonstrando uma recuperação bastante satisfatória. 
 
Com recuperação satisfatória, sem nenhum indicativo de rejeição ao coração transplantado, foi transferido para um quarto do Hospital Albert Einstein em 8 de setembro de 2023 e recebeu alta hospitalar dois dias depois, em 10 de setembro.
 
HISTÓRICO
 
Seu pai era chefe da coletoria local, denominação que caiu em desuso para a Receita Federal.
 
Radialista, jornalista e apresentador de televisão, começou a carreira como repórter da rádio Centenário, de Araras.
 
Passou depois pelas rádios Cultura, de Campinas, Record, Jovem Pan (quando iniciou a trajetória de repórter de campo), e Globo. Passou também pelo jornal "O Estado de S.Paulo". Atualmente apresenta o "Domingão do Faustão", na Rede Globo. Casado, mora em São Paulo e tem três filhos, Lara e João Guilherme do relacionamento atual, e Lucas.
 
No início da década de 1980, começou a apresentar na rádio Excelsior o saudoso programa "Balancê", que reunia grandes nomes do rádio, televisão e teatro e contava com o humor de Nelson Tatá Alexandre e Carlos Roberto Escova. Foi a partir de seu envolvimento neste projeto que Faustão foi para a televisão, passando a comandar o "Perdidos da Noite".
 
Sua carreira ganhou uma proporção muito maior quando transferiu-se para a Rede Globo, em 1989, e assumiu o comando do Domingão do Faustão aos domingos à tarde, até hoje no ar.
 
Fausto Silva, odeia a divulgação, mas, milionário, é o profissional mais humano da TV brasileira. Ajuda artistas, cantores, atores, operadores e técnicos de som em má situação financeira. E não se esquece principalmente de seus ex-companheiros de rádio esportivo e de profissionais que o ajudaram no "Perdidos na Noite".
 

Em 03 de junho de 2016, Milton Neves exaltou Vital Battaglia em sua coluna semanal no Portal Terceiro Tempo e também citou Fausto Silva. Veja abaixo, na íntegra:

FIFA picareta: Vital Battaglia, o primeiro a denunciar!

Saiu na mídia do mundo: mais 80 milhões de dólares embolsados em cinco anos pela “Trinca Fifista” Blatter, Valcke e Kattner!

Que trio fantástico de ataque ao dinheiro do futebol do mundo, hein?

Fora as outras “milhares” de rapinagens já descobertas até pelo FBI.

E, depois dessa, aumenta ainda mais minha saudade de Vital Battaglia, auto aposentado do jornal, do rádio, da TV e da internet.

Uma pena.

Ele foi o nosso primeiro algoz da FIFA, então “entidade santa”.

Que falta faz Battaglia!

Foi em 1975 que conheci pessoalmente e para valer a Vital Battaglia.

Ele já era estrela da mídia impressa há anos e de vez em quando participava no estúdio do “Jornal de Esportes”, de Cândido Garcia, na Rádio Jovem Pan I AM.

Naquele jornal, que já foi épico, Paulo Machado de Carvalho, humildemente serviu de padrinho de inauguração em 1973 na avenida Miruna, 713, Aeroporto.

Nele, eu era locutor-cuco: só podia dar a hora certa e não me era permitido fazer perguntas ao entrevistado no estúdio ou por telefone, algo então espécie de novidade, coisa rara.

“Você é ainda calça branca (novato), procure aprender que te deixo perguntar. Mas escreva a pergunta antes que verei se é boa ou simplória”, dizia sempre o saudoso Cândido Garcia, o Morcego, meu doce censor.

E Battaglia, quando aparecia, basicamente fazia perguntas “padrão Joaquim Barbosa”: só porrada!

Era o mais combativo jornalista esportivo do então top “Jornal da Tarde”, do Grupo Estado.

Ele foi levado para a Jovem Pan pelas mãos de Osmar Santos, no auge da carreira.

Osmar era um Neymar!

Antes, em 1973, Osmar me colocou também no futebol da emissora no lugar de Fausto Silva, hoje “Faustão”.

Virei o “Plantão Esportivo Permanente”, como reserva de Narciso Vernizzi.

Até então, era apenas repórter rodoviário aos sábados e domingos e setorista de trânsito no Detran e nas ruas de São Paulo, no início das manhãs e finais de tarde.

E aí veio para a equipe Vital Battaglia, contratado.

Logo de cara, sempre austero e azedo, o “Geraldo Bretas moderno, mais novo e erudito”, como eu o chamava, marcou território com seu “jornalismo investigativo”.

Como comentarista, no lugar de Leônidas da Silva, estreou no Parque Antártica, dia 9 de outubro de 1975, quinta-feira, naquele Corinthians 0 x 0 Sport do Recife, ao lado da novidade José Silvério, outro filho de Osmar Santos.

Substituto do curitibano Willy Gonser, que foi para Belo Horizonte, Silvério estreou “voando” e impressionou a Vital Battaglia: “Nunca a bola rolou tão rápido no rádio”, escreveu no Jornal da Tarde.

Mas aí, também em 1975, em rara entrevista ao vivo por telefone, o todo poderoso João Havelange foi confrontado por Battaglia ao final de seu primeiro ano como presidente da FIFA.

“A sua FIFA me lembra o Vaticano, antes duas entidades acima de quaisquer suspeitas, mas agora sustento que nem tudo é tão honesto. E pergunto se a FIFA não vem fazendo negociatas em direitos e patrocínios, e até conchavos políticos que o elegeram no lugar de Sir Stanley Rous, sem parceiro, no ano passado”, perguntou na lata.

Havelange, antes de bater o telefone, encerrando a entrevista, só respondeu que “quem é o maior acionista da Viação Cometa não precisa e não faz negociata financeira ou conchavos”.

Assustado com aquilo, o “calça branca” aqui “brigou” fora do ar com Battaglia: “Você é muito bom, mas foi desrespeitoso com o homem. A FIFA é muito séria, como o Vaticano”, disse a ele.

Battaglia, com aqueles lábios de italiano tipo “boca de cabrito”, resmungou que eu precisava crescer.

Ele tinha razão, e como tinha, e hoje pergunto se Stanley Rous e Havelange não fizeram um acordo para o Brasil não ganhar a Copa de 1966 e “estragar o produto Copa do Mundo”, que seria desvalorizado com nossa seleção tri em 58, em 62, em 66 e fazendo o Mundial “ perder a graça”?

Sei lá, mas a verdade é que um cartola (Havelange) sucedeu o outro (Stanley Rous) na segunda Copa seguinte e o Brasil “jogou mesmo” para perder a Copa de 66, “não é possível”!

É “a única explicação” para a seleção brasileira ter viajado para Liverpool sem o ícone e dispensado Paulo Machado de Carvalho, por ciúmes de Havelange, e sem Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Roberto Dias, Dino Sani, Rivellino, Servílio e Ademir da Guia.

Foram só veteranos superados, jogadores comuns como Fidélis, uns bons como Gérson, Lima e Tostão, ao lado do baleado Pelé e de um magistral Edu, não escalado.

Jogamos para perder, Vital Battaglia?

Mas duro mesmo foi o jornalismo ter perdido você!

ABAIXO, REPORTAGEM DE GOULART DE ANDRADE SOBRE O PROGRAMA BALANCÊ, COM FAUSTO SILVA. TAMBÉM APARECEM: NELSON "TATÁ" ALEXANDRE, CARLOS ROBERTO ESCOVA E LUCIMARA PARISI

ABAIXO, O "ARQUIVO PESSOAL" DO "FAUSTÃO NA BAND" COM A HOMENAGEM A MILTON NEVES, EXIBIDA EM 14 DE DEZEMBRO DE 2022

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