Darcy

Ex-ponta do Guarani e Sport Recife
Darcy Requi Florêncio, o Darcy, conhecido em sua época de Sport de Recife como "Canhão da Ilha?, ex-ponta-esquerda do Guarani, do XV de Jaú-SP, do América de Rio Preto-SP, da Portuguesa de Desportos e de outros vérios times, mora hoje em Campinas-SP com a família, e trabalha na Robert Bosch desde 1990.

Considerado um dos melhores canhotos e batedor de falta de todos os tempos, Darcy, que é natural de Cafelândia-SP, onde nasceu no dia 26 de maio de 1955, é casado desde 1975 e tem uma filha e um neto.
Perguntem a qualquer torcedor do Guarani quem foi o último grande cobrador de faltas do time e a resposta virá rápido. Afinal, Neto infernizou muitos goleiros com a camisa do Corinthians e da Seleção Brasileira, mas não foi o único a brilhar no Brinco de Ouro da Princesa através das cobranças quase sempre perfeitas. "Treinei com o Neto e ele sabe que pelo menos setenta por cento dos meus gols foram de falta", garante Darcy.

Darcy iniciou sua carreira no time profissional do Guarani em 1973, quando ainda era juvenil. Mas não foram só os gols de falta que deram alegrias a Darcy no Brinco de Ouro, afinal a Seleção Brasileira era tri-campeã do mundo e enfrentar Pelé, o maior jogador de todos os tempos, era o sonho de qualquer garoto. "Eu nem sonhava em jogar com a fera", confessa Darcy. Mas o ex-atacante não limitou-se a jogar contra o Rei. Foi além.

Na última partida de Pelé em Campinas-SP, em 1974, o Guarani vencia o Santos por 2 a 0. "O Tobias cobrou um tiro de meta e eu peguei a bola no meio-campo. Pelé veio pra cima de mim e consegui tocar a bola entre suas pernas, recuperando-a mais à frente. O estádio estava lotado e a massa foi à loucura?, relembra entusiasmado Darcy. O Rei Porém, não perdeu a majestade. "No lance seguinte ele passou por mim e alertou: - Não faça mais isso garoto".

Darcy deixou o Guarani em 1976 e depois defendeu o América de Rio Preto-SP, o XV de Jaú, o Sport de Recife e a Portuguesa de Desportos.

No Canindé o ex-ponta sofreu a primeira de uma série de contusões, que mais tarde colocaria fim à sua carreira. O jogo foi contra o Corinthians, em 1978, e a torcida lusa estava na expectativa de mais um gol contra o rival, afinal, Darcy se preparava para cobrar uma falta. Mas infelizmente na cobrança, o ponta-esquerda fraturou o tendão da rótula do joelho direito. Darcy ficou parado um ano e meio e ao se recuperar comprou seu passe e foi para o XV de Jaú, onde sofreu outra contusão, dessa vez no menisco.
Em 1982, tentou a sorte no Internacional de Bebedouro-SP, e mais uma vez teve problemas no joelho. Passou por mais três cirurgias, todas malsucedidas. Tantou voltar a jogar pelo Capivariano-SP e após três meses resolveu encerrar sua carreira como jogador de futebol.
 
O objetivo do ex-bugrino é voltar para o futebol, poder continuar trabalhando no mundo da bola como treinador dos times inferiores, já que teve a oportunidade recente de fazer o curso para treinador e obteve o CREF.

"Nessa hora os amigos desaparecem?, justifica. Mas se não pode contar com a ajuda dos "amigos" da bola, Darcy recebeu outro tipo de colaboração. "Você ainda tem uma vida inteira pela frente?, incentiva o vizinho Adalberto Manoel, gerente da Bosch.

Apesar da vontade de ensinar garotos, Darcy ingressou em 1985 na multinacional como operador de máquinas.

Mesmo na Bosch, Darcy ganhou a oportunidade de ensinar os truques da bola á garotada em Campinas mesmo. "O Dica era o coordenador de um projeto da prefeitura que tinha como objetivo tirar crianças da rua e levar para o esporte. Só ex-jogadores davam aulas de futebol, como o Wilson Campos, o Modesto, o Marcos, o Antônio Carlos. Só que depois das eleições a atual administração terminou com tudo", lamenta Darcy.

O ex-ponta lembra com saudades das campanhas de 1975 e 1976, onde foi vice-artilheiro do Campeonato Paulista pelo América. "Em 1975, dos 16 gols que marquei, 12 foram de falta", orgulha-se. No ano seguinte esteve no XV de Jaú na volta á primeira divisão. Em 1977 foi campeão pernambucano pelo Sport de Recife.

Darcy ainda tem a esperança de brilhar no futebol como treinador, sendo esse seu maior sonho. "Se possível, gostaria de rever os gols mais bonitos cobrando faltas: Santos 3x1 América, em 1975, na Vila, Palmeiras 3x1 América, em 1975, no Parque Antártica, e em 1976, pela Seleção Olímpica, em jogo contra o São Paulo", relembra com saudades o ex-ponta-esquerda.
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