Alex

Ex-meio-campo do Coritiba, Palmeiras e Fenerbahçe
por Diogo Miloni

Poucos camisas dez são tão queridos como Alexsandro de Souza, o Alex ex-Palmeiras, Cruzeiro e Coritiba, jogador que todo torcedor gostaria de ver vestindo o manto de seu clube, e atualmente treinador.
 
Em 5 de abril de 2021 foi oficializado como treinador do time Sub-20 do São Paulo. Permaneceu no clube até 28 de outubro de 2022, quando comunicou sua demissão.
 
No dia 16 de novembro de 2022, o ex-camisa 10 foi anunciado como novo treinador do Avaí, em sua primeira oportunidade de comandar uma equipe profissional, permanecendo no cargo até 04 de maio de 2023, quando foi demitido, um dia após a derrota do Avaí em casa para o Vila Nova por 3 a 0, em jogo válido pela quarta rodada da Série B do Brasileiro.

Natural de Curitiba, Alex nasceu em 14 de setembro de 1977 e começou sua carreira nas categorias de base do Coxa, quando dividia seu tempo entre as partidas de futebol de campo e futsal. Aprimorou sua técnica com a bola pesada e levou o drible curto e o bom domínio de bola (típicos do futebol de salão) para os gramados. Debutou na equipe principal do Coritiba em 1995 e fez 124 partidas oficiais pelo clube até 1997, quando acertou sua ida para o Palmeiras.

No Verdão, o meio-campista alcançou ainda mais sucesso: foi campeão da Copa Mercosul e da Copa do Brasil, ambas em 1998, e da Libertadores da América de 1999, marcando seu nome para sempre no coração do torcedor palmeirense. Entre 2000 e 2001, teve passagens por Flamengo e Cruzeiro, retornando ao Palmeiras em 2002. Aliás, foi nesta temporada que marcou um dos gols mais bonitos de sua carreira. No Morumbi, o Alviverde enfrentava o São Paulo e Alex brilhou: recebeu passe na intermediária ofensiva, entrou na área encobrindo o zagueiro e "chapelou" Rogério Ceni antes de finalizar sem deixar a bola cair. Um gol de placa.

Alex foi negociado com o futebol italiano, acertando sua ida para o Parma. Sem grandes oportunidades no Velho Continente, retornou na mesma temporada para o Cruzeiro, onde voltaria a brilhar em 2003. No clube mineiro, o meio-campista conquistou a tríplice coroa: Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, conquistando lugar nos corações celestes.

Em 2004 foi transferido para o Fenerbahçe, onde permaneceu por oito temporadas. Alex conseguiu feitos inéditos para um jogador brasileiro na Turquia: fez 325 jogos e marcou 164 gols. Em 2012, foi homenageado com uma estátua nas dependências do estádio do Fener, ato raríssimo para estrangeiros que atuam na Europa.
 
Em 2012, após oito temporadas no Fenerbahçe-TUR, o brasileiro deixou o Velho Continente e acertou seu retorno ao Coritiba, preterindo Cruzeiro e Palmeiras, que tentaram sua contratação. 

E no dia 12 de maio de 2013, conseguiu um importante título que ainda faltava na sua coleção, o de Campeão Paranaense. Este, foi o primeiro de Alex pelo clube que o revelou, onde encerrou sua carreira em 07 de dezembro de 2014, após vitória do Coxa sobre o Bahia, por 3 a 2.
 
No dia 12 de janeiro de 2015, foi anunciado como novo comentarista dos canais ESPN, cargo que ocupou até dezembro de 2020, quando deixou a função para se dedicar à função de técnico.

Apesar de muito talento, Alex nunca foi titular absoluto na Seleção Brasileira. Enfrentou uma safra de concorrentes tão qualificados quanto ele e acabou ganhando rótulo de injustiçado. Seu principal título com a camisa amarela foi a Copa América de 2004.

O episódio mais frustrante do jogador na Seleção Brasileira foi em 2001, quando o então treinador Luis Felipe Scolari haveria lhe prometido vaga na Copa do Mundo de 2002, na Coreia e no Japão. Não convocado no primeiro momento, Alex viu o volante Emerson ser cortado por lesão e para seu lugar o técnico convocou Ricardinho. Depois deste incidente, o armador perdeu muito espaço na equipe nacional.
 
Confira abaixo a matéria de Danilo Lavieri, veiculada pelo site UOL Esporte no dia 10 de novembro de 2015, antes do lançamento do livro "Alex, A Biografia", de Marcos Eduardo Neves

"Nunca fui de beber, mas comecei a tomar cerveja e vinho. Passei uns 40 ou 50 dias de loucura. A imprensa falando de Copa do Mundo (de 2002) e eu nem sabendo o que estava rolando. De acordo com o fuso horário da Coreia do Sul e do Japão, os jogos aconteciam de madrugada. Naqueles horários, eu estive bêbado ou dormindo. Eu era um f....".

A revelação foi feita pelo ex-jogador e comentarista da ESPN Brasil Alex, em sua biografia que será lançada nesta terça-feira (10), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, às 17h. Assinada por Marcos Eduardo Neves, a obra custa R$ 39,90 e foi publicada pela Editora Planeta.

No livro, o ex-meia lembra os difíceis momentos pelo qual passou por não ir à competição em 2002, mesmo vivendo um bom momento na carreira e tendo ouvido diversas vezes que seria convocado. Não à toa, ele afirma que perdoa "o técnico Felipão", mas não "a pessoa Felipão".

Daiane, sua mulher, detalha no livro que perdeu um filho no mesmo dia em que Ricardinho foi o escolhido pelo treinador para substituir Emerson, cortado por lesão. Mais tarde, o treinador tentou se desculpar pessoalmente com ela, mas não obteve sucesso. 

O ex-camisa 10 ainda pondera que uma briga em 2000 com um chefe de delegação da seleção olímpica pode ter influenciado para não ter sido chamado. Um de seus amigos ouvidos ainda lembra: "O Alex não consegue nem ouvir a música que embalou a seleção, a "Deixa a vida me levar", do Zeca Pagodinho".

Como não poderia ser diferente, Alex fala da trajetória de sucesso que teve no Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahce, de sua idolatria em terras estrangeiras e dos motivos que o fizeram escolher o Coritiba para encerrar a carreira. 

Alex, porém, também relata as decepções que teve na carreira, como as derrotas pelo Palmeiras nas finais do Brasileirão de 1997 e do Mundial de 1999 - com direito aos bastidores das equipes pelas quais passou. Para lembrar do vice no Japão, cita o já falado racha no elenco que teve formação de dois grupos, os mais jovens e os mais experientes. 

Alex ainda comenta sobre a tentativa de Felipão de empurrá-lo para o Botafogo, brigas que foram às vias de fato dentro da concentração da seleção brasileira (presenciadas pela comissão técnica) e o apelido de "Alexotan", que recebeu de um jornalista e atrapalhou parte de sua carreira.

Sobre sua infância, o ex-atleta conta dificuldades, como ter dormido em jornal, e os obstáculos do início de carreira, como jogar no campo que ganhou o apelido de Sapolândia por causa dos bichos que invadiam o local após qualquer chuva. Relembra ainda os momentos de brilho no futsal, a preferência por Flamengo e Corinthians quando jovem, e como se inspirou em Neto como batedor de falta.

Curiosamente, Alex conta que também atuou ao lado de Marcelo Nascimento, que ficaria famoso mais para frente por ser personagem central do filme VIPs - que conta a história de um homem que conseguiu enganar diversas pessoas e empresas para ganhar benefícios e foi preso por isso.

A obra ainda tem entrevistas com personalidades como Ronaldinho Gaúcho, que rasgam elogios a Alex: "Ele é o jogador que eu mais me entendi a vida toda. Não deixo ninguém falar mal dele", afirmou o meia que já foi eleito melhor do mundo.

No dia 13 de janeiro de 2019, Alex participou do Domingo Esportivo Bandeirantes. Confira a entrevista:

No dia 12 de abril de 2019, os repórteres Adriano Wilkson, Fernanda Schimidt e Napoleão de Almeida publicaram entrevista exclusiva com Alex no UOL. Clique aqui e confira.

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Pelo Coritiba: Alex fez 124 jogos com a camisa do Coxa e marcou 32 gols.

Pelo Palmeiras: em todas as suas passagens pelo clube, o meio-campista fez 241 jogos e deixou sua marca 78 vezes.

Pelo Flamengo: na curta temporada na Gávea, o jogador realizou 12 jogos e anotou 3 tentos.

Pelo Cruzeiro: o camisa dez da Raposa participou de 121 partidas e marcou 64 gols.

Pela Seleção Brasileira: Alex vestiu a camisa amarela em 49 oportunidades e fez 12 gols.

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