Pablo fez o gol do Furacão  contra o Junior. Foto: Nelson Almeida/AFP

Pablo fez o gol do Furacão contra o Junior. Foto: Nelson Almeida/AFP

Atlético-PR conquistou pela primeira vez a Copa Sul-Americana após a vitória nos pênaltis contra o Junior de Barranquilla, na Arena da Baixada, nesta quarta-feira (12). O primeiro título internacional de grande do clube será festejado por anos e o UOL Esporte reuniu alguns dos principais motivos para a conquista.

1 - Os gols de Pablo

Se Tiago Nunes foi o comandante da conquista inédita da Copa Sul-Americana, foi Pablo quem executou com precisão a artilharia que conduziu o Furacão à taça. Artilheiro do time na temporada com 18 gols, o jogador rendeu muito mais com Nunes, que o reposicionou mais centralizado no ataque. Foram 13 sob o comando do novo técnico, cinco deles na Copa Sul-Americana, incluindo o da partida de ida em Barranquilla, que garantiu o empate com o Junior e a vantagem de decidir em casa por uma vitória simples. Com Nikão, Marcelo Cirino e Raphael Veiga em alta rotação, formou o melhor ataque da Copa, com 21 gols marcados.

2 - A segurança na defesa

Indicado por vários críticos como um dos melhores goleiros do Brasileirão, Santos começou o ano sob desconfiança após a saída de Weverton, ficou famoso por usar um celular em campo, mas convenceu mesmo comandando a melhor defesa da Copa Sul-Americana, entre os que chegaram às quartas de final, com sete gols sofridos em 12 jogos. "O Santos também é uma figura espetacular. Mesmo sem jogar, uma figura sonante dentro do grupo. Quando ele falava, todos escutavam. É de dentro do clube, tem o sangue do clube. Demonstra que não é preciso aparecer e fazer coisas para ser respeitado", comentou Paulo Autuori, hoje técnico do Atlético Medellín.

Com Santos jogando ao lado de Jonathan, Thiago Heleno, Léo Pereira e Renan Lodi, o Atlético passou a sofrer menos gols, muito por conta do reposicionamento promovido por Tiago Nunes. Ele alterou o sistema de três para quatro zagueiros e apostou em Léo Pereira para substituir Paulo André, que viveu às voltas com lesões em sua última temporada como jogador. Pereira combinou bem com Heleno, que recuperou a boa forma de 2016. Além deles, Renan Lodi demonstrou versatilidade na lateral, indo bem na marcação e, principalmente no apoio. E Jonathan foi a pitada de experiência nas horas de aperto, ainda que tenha falhado no gol do Junior na partida de ida das finais.

3 - Veiga & Nikão

Celebrado como ídolo, Lucho González teve uma dupla de criação faminta ao seu lado, do meio para frente. Depois de chegar reticente ao Atlético, Raphael Veiga acabou decolando, também sob o comando de Tiago Nunes. Cria do rival Coritiba, Veiga teve poucas chances no Palmeiras, que havia comprado seus direitos. Com Fernando Diniz, atuou até na lateral e tudo dava a entender que iria deixar o clube. O técnico saiu antes e o meia passou a ser fundamental, servindo os atacantes e marcando gols, tanto no Brasileiro quanto na Sul-Americana.

Nikão foi mais um que se reencontrou com Nunes. Quatro gols na competição e assistências decisivas fizeram o jogador voltar a ter destaque no Furacão. Aos 26 anos, Nikão foi revelado pelo Santos e passou por Atlético-MG e Ceará. Há quatro anos no Atlético, completou 183 jogos no clube na decisão contra o Junior.

4 - Os achados que resolvem

O volante Bruno Guimarães foi destaque na equipe campeã paranaense com Tiago Nunes, com um elenco considerado "B". Nunes o puxou para o profissional e ele passou a ser o 12º jogador da equipe, jogando de cabeça erguida, fazendo marcação firme e aparecendo no ataque.

Já Wellington estava encostado no Vasco, envolvido na polêmica da foto da viagem vascaína para o jogo com a Universidad do Chile, pela Libertadores. Já havia sido procurado pelo Atlético em janeiro, mas o negócio não evoluiu. Quando evoluiu, Wellington pareceu feito para jogar no Furacão. Estreou contra o Vitória, em julho, marcando gol.

Em baixa após passagens ruins por Flamengo e Internacional, Marcelo Cirino voltou ao clube que o revelou para fazer história. Vice-campeão da Copa do Brasil em 2013, Cirino disparou: "Desta vez eu quero fazer história". E fez. Marcou o primeiro gol na volta justamente na Copa Sul-Americana, contra o Peñarol, na segunda fase.

Rony foi outro que caiu como uma luva no time atleticano. Com problemas de contrato com o Albirex Niigata, chegou a ser oferecido para Corinthians e Botafogo, que avaliaram como uma negociação arriscada. O Atlético bancou a inscrição com a liberação da Fifa e colheu, contando com um atacante rápido e que incomoda as defesas adversárias - ainda que tenha cometido o pênalti perdido pelo Junior no jogo de ida das finais da Sul-Americana. "Passado o susto, prometo não ir mais pra zaga", brincou em sua conta no Instagram.

5 - Ídolos no dia a dia do clube

Uma das mudanças mais significativas na estrutura de futebol do clube em 2018 é a presença de ex-jogadores nas comissões técnicas ou em funções administrativas. Paulo Miranda, campeão paranaense em 1998, é auxiliar de Tiago Nunes. Cocito, Rogério Corrêa, Marcão, Gustavo, Nem, Alessandro, Kelly e Nilson Borges são figuras do dia a dia no CT do Caju, enquanto que nomes como Alex Mineiro e Kléberson figuram em ações de marketing e palestras. Até mesmo o atacante Ziquita, destaque nos anos 70, foi lembrando em ação que visava arrecadar fundos para o tratamento dele. 

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