Fluminense se viu traído pelo consórcio Maracanã e ficará sem setor sul em final

Fluminense se viu traído pelo consórcio Maracanã e ficará sem setor sul em final

Bernardo Gentile e Leo Burlá
Do UOL, no Rio de Janeiro

A polêmica entre Fluminense e Vasco ganhou um capítulo final na tarde de hoje. Em coletiva de imprensa, o presidente do Tricolor, Pedro Abad, mostrou toda sua revolta com a situação, mas admitiu que seu torcedor ficará no setor norte do Maracanã. O Cruzmaltino, por sua vez, ficará com a parte sul, que gerou toda a confusão entre os clubes.

O dirigente do Fluminense convocou os jornalistas para externar sua indignação com Vasco e com o consórcio Maracanã, segundo ele os principais culpados da história. Abad lembrou que o Tricolor está abalizado por um contrato, que foi descumprido pelo parceiro.

"O Fluminense não concorda em nada com a realização desse jogo. Não abrimos ponto de venda nas Laranjeiras. Mas quero chamar nosso torcedor à guerra amanhã. Quero que vocês lotem aquele setor que não é o nosso. O time é mais importante que essa questão", disse Abad.

"O que nunca havia acontecido é que a pessoa jurídica que administra o Maracanã, na administração de Mauro Darzé, passa atuar contra o que estava em contrato", completou.

Apuração do UOL Esporte aponta que o Maracanã deu o aval ao presidente do Vasco, Alexandre Campello, para definir o lado da torcida caso escolhesse o estádio como palco da final da Taça Guanabara. Por esse motivo, o Cruzmaltino não levou o duelo para o Nilton Santos.

O problema é que a permissão dada pelo Maracanã vai contra o que diz o contrato assinado pelo Fluminense e a própria concessionaria. O Tricolor, portanto, se sente traído pela atitude das pessoas que controlam a casa do clube das Laranjeiras.

Abad convoca torcida, mas pede paz

Mesmo diante da polêmica e os ânimos exaltados, Pedro Abad convocou a torcida do Fluminense para o clássico e, consequentemente, ocupar as cadeiras do setor norte. Perguntado se a polêmica poderia criar tumulto no jogo, o dirigente pediu paz.

"Se tiver briga amanhã, confusão, morte, podemos colocar a responsabilidade em cima das pessoas que provocaram isso. Que arquem. Nosso corpo jurídico já está preparado para isso. Não estou pedindo ao nosso torcedor para brigar com ninguém. A guerra é dentro do campo. O nosso clube é o time de guerreiros. É guerra saudável. Temos seis anos de Fluminense x Vasco sem brigas. Torcida do Fluminense não é violenta", completou.


ENTENDA O CASO
Em 1950, o Vasco foi campeão carioca e ganhou o direito de escolher o lado que sua torcida ficaria no Maracanã. A medida foi respeitada até 2013, quando o estádio passou por reformas e assinou novos contratos com os clubes.

Como Vasco e Botafogo jogam em São Januário e Nilton Santos, respectivamente, o consórcio, então, assinou com Flamengo e Fluminense. O Rubro-negro se manteve no setor norte, enquanto o Tricolor ganhou a possibilidade de oficializar o setor sul - trocava de lado toda vez que enfrentava o Cruzmaltino.

Desde então, mesmo sob o comando de Eurico Miranda, o Vasco acatou a nova decisão e passou a ocupar o setor norte em jogos contra o Fluminense.

O problema é que o consórcio está sob nova direção e o novo presidente, Mauro Darzé, não demonstrou muito interesse em reforçar a parceria com o Fluminense e tomou partido do Vasco desta vez.

(Imagem: Divulgação/Maracanã - retirada do UOL)

 

 

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