Confira a nova coluna de Juarez Araújo

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Por Juarez Araújo

Basquete é uma paixão. E quem é rato de quadra sabe muito bem o que estou escrevendo. Para mim foi uma paixão à primeira vista, algo difícil de explicar. Sempre tentei jogar futebol, e amo o futebol até hoje. E fica mais difícil explicar é que no meu mundo de criança, jamais vi um jogo de basquete ou tinha um ídolo nesse esporte. Nem imaginava que existia o tal bola ao cesto. Mas quando era garoto ainda, recém-saído da fazenda, em Mato Grosso do Sul, veio a primeira olhada em uma daquelas escapadas da minha rigorosa mãe, Dona Chica, fui ao ginásio da UCE - União Campo-grandense de Estudantes. E lá vi pela primeira vez o esporte jogado com as mãos. Talvez pela falta da minha ausente habilidade com os pés - joguei futebol mais na condição física era o que predominava como nos dias de hoje - era tudo que esperava.

Quando mudei para o Londrina, no Paraná, em 1976, fui estudar em uma justamente ao lado de uma escola de educação física. E lá estava quase todos os dias correndo atrás dos futuros professores. A técnica foi melhorando, o conhecimento foi sendo aperfeiçoado e, enfim, basquete passou ser parte da minha vida. Em seguida, fui convidado à estagiar no Jornal Panorama, cujo grande diretor de redação nada mais era que José Trajano. Não tive tempo nem de apertar a mão dele. Uma semana depois ele tinha pedido demissão e voltaria para São Paulo, voltando à encontrá-lo já como diretor geral da ESPN.

No Paraná trabalhei até fechar o Jornal Panorama, talvez no fim de 77, não me lembro bem. Quando voltei para Campo Grande, já pensava em algo mais. E parti para São Paulo, após acompanhar a sensacional semifinal do Brasileiro de Futebol entre Operário, de Carlos Castilho e Cia, contra o São Paulo. Em 1978 já estava no Jornal A Gazeta Esportiva, onde fiquei até 2000, antes de partir para a PSN, em Miami-EUA.

Ao ser contratado na A Gazeta Esportiva, fui trabalhar no Departamento do Interior, cobrindo todas divisões. Era uma correria danada. Entrava às 8 da manhã e sai só com o fechamento das páginas, tipo 18 horas. Eis que no final de 1979, o diretor do jornal Olímpico da Silva e Sá me ofereceu o cargo de editor dos esportes amadores. Aceitei, com uma condição, iria ocupar também o trabalho de setorista de basquete, na ausência de um especialista. Não deu outra: seis meses depois, entreguei com o maior prazer do mundo o cargo de editor para ficar oficialmente o setorista de basquete.

Ai foi uma sequência de prazer e obrigação: coberturas dos mundiais feminino de 1983 (Ibirapuera), 1996 (URSS), 1990 (Malásia), 1994 (Austrália) e 1998 (Alemanhã), masculnio de 1982 (Colômbia), 1986 (Espanha), 1990 (Argentina), 1994 (Canadá), 1998 (Grécia), além do Pan-Americano de 1989 e às Olimpíadas de Bacelona. Além de inúmeros mundiais juvenis (feminino e masculino) e de clubes (feminino e masculino).

Depois do Jornal A Gazeta Esportiva, ainda tive outros grandes prazeres com o basquete quando fui trabalhar na PSN, nos Estados Unidos. Além de comentar basquete na emissora - cobrimos na época NBA e WNBA - fiquei um assiduo frequentador da AAA - a American Airlines Arena. E para completar, fiquei assessor da Confederação Brasileira por três anos e meio, culminando com o quinto Mundial Masculino, na Espanha (2014).

O basquete é fascinante, mundialmente o segundo esporte, de praticantes, de qualidade, de público e de investimento. O Brasil teve um avanço significativo com a criação de uma Liga totalmente organizada pelos clubes, a exemplo do que já acontece na Argentina, Uruguai, Porto Rico, Venezuela e, nos Estados Unidos, sem contar as maiores ligas de basquete da Europa: Espanha, Itália, Grécia, França, Sérvia, Montenegro, Croatia, Rússia, Lituânia, ufa...são muitas ligas organizadas pelos clubes. Enfim, um dia o futebol brasileiro vai acordar e ficar independente da CBF. Ai todos vão ver que o caminho vai ficar mais curto para o crescimento econômico dos clubes e não das Federações e da Confederação.

Nas próximas colunas, um pouco das históricas conquistas do basquete brasileiro.

de bandeja

Por falar em Liga Nacional, o Basquete Cearense aprontou uma sobre o tricampeão Flamengo neste mês de fevereiro. Mesmo jogando no ginásio do Tijuca, no Rio, o time dirigido por Alberto Bial sapecou uma vitória em cima do poderoso Mengão por 67 a 66, com 24 ponto o DUda Machado, irmão do Marcelinho Machado e que há três temporadas havia sido dispensado do Flamengo.

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Ainda sobre o NBB, no clássico da Capital, válido pelo returno, vitória do Paulistano sobre o Pinheiros, no Pinheiros, por 84 a 80. O garoto Lucas Dias bem que foi o destaque ofensivo do jogo com 28 pontos, mas a dupla Caio Torres e Dawkins foi mais completa. Caio marcou 14 pontos e pegou 12 rebotes. Já o americano marcou 17 pontos e ainda deu oito assistências. No confronto na primeira fase do campeonato, o CAP venceu as duas partidas do ECP.

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Maravilha de campanha dos clubes brasileiros na Liga das Américas. Das oito equipes participam da segunda fase ou os final four, onde apenas dois passam à final, quatro são clubes brasileiros. O Grupo E começa nesta sexta-feira, em Bauru, com dois invictos brasileiros: Bauru/Paschoalotto e Mogi. O Mogi começa sua luta à final contra o Quinsa, da Argentina. Já os bauruenses vão medir forças com o Malvin, do Uruguai. Essa fase da Liga das Américas vai até o dia 21 de fevereiro em Bauru. A. segunda semifinal será jogada de 26 a 28 de fevereiro, no Domo Bolivariano de Barquisimeto, Venezuela e contará com as participações do Flamengo e UniCEUB/Brasilia, do Brasil, mais o Correcaminos Colon do Panamá e o anfitrião Guaros de Lara, da Venezuela.

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Infernal cestinha. Se tivesse nascido em São Paulo, por exemplo, teria lugar garantido em algumas grandes equipes da época. Estou falando de Samir Farh, hoje vivendo em Agudos, em São Paulo. Em épocas de Jogos Abertos do Paraná, ele fazia a pequena equipe de Cambé, com João Saulo e Celsão, uma força diante das principais cidades. Grande camarada e grande cestinha.

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