Emerson Sheik voltou ao Corinthians depois de passagens por Flamengo e Ponte Preta

Emerson Sheik voltou ao Corinthians depois de passagens por Flamengo e Ponte Preta

Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo

Emerson Sheik chegou ao Corinthians com o discurso afiado. Aos 39 anos, o atacante prometeu mostrar em campo, com boas atuações, que ainda pode fazer a diferença no time alvinegro. Para ser fiel às palavras, porém, o jogador terá de escrever uma história diferente da último retorno ao clube.

Em 2015, o herói corintiano no título da Libertadores voltou depois de nove meses emprestado ao Botafogo. Novamente no Parque São Jorge a partir de janeiro daquele ano, com os mesmo seis meses de vínculo restantes, o atacante entrou em campo apenas 17 vezes, fez três gols e rescindiu o contrato semanas antes do fim para acertar com o Flamengo.

Além disso, Sheik manteve hábitos negativos da primeira passagem, entre 2011 e 2014, ao chegar atrasado em alguns treinamentos. Como mostrou o Blog do Perrone em 2015, o atacante conseguiu cumprir o horário logo na primeira atividade no clube.

No começo de março, mais um atraso foi responsável pelo afastamento do jogador por dois jogos, contra San Lorenzo, pela Libertadores, e São Paulo, pelo Paulista. Na ocasião, o jogador admitiu a indisciplina, mas negou que o desfalque acontecera após uma punição - relembre aqui.

Nesta sexta-feira, na primeira entrevista coletiva após seu novo retorno, Sheik disse estar em uma fase mais tranquila da vida, com mais responsabilidade por causa dos filhos e se vendo como um espelho para os jovens jogadores.

"Agora mudou. Tenho mais idade, meus filhos cresceram, a responsabilidade muda, é um momento diferente. Tenho de tomar todo cuidado do mundo com certas atitudes, até para falar com vocês. Tem bastante gente vendo, até meninos vendo. Ontem estava correndo com um menino de 19 anos, tenho o dobro da idade dele", ressaltou o atacante, que brincou ao dizer que passou a morar mais perto do CT do Corinthians para evitar atrasos.

Começo fulminante e queda
Sob o comando de Tite, Sheik reestreou pelo Corinthians diante do Marília, como titular. Na partida seguinte, mostrou poder de decisão ao marcar o primeiro gol corintiano na Libertadores, contra o Once Caldas, em Itaquera, ainda nos primeiros segundos do confronto.

Titular nas 12 partidas seguintes, Sheik só conseguiu ir às redes mais duas vezes, em jogos válidos pelo Paulistão, contra Capivariano e Penapolense. Em abril, em um duelo com o São Paulo pela Libertadores, acabou expulso de campo.

O cartão vermelho no clássico resultou em uma punição de três jogos. Assim, o atacante desfalcou o Corinthians na disputa de mata-mata com o Guaraní, do Paraguai, nas oitavas. Sem Sheik, o time alvinegro perdeu as duas partidas e foi eliminado.

Em baixa, ele ainda entrou em campo mais três vezes com a camisa do Corinthians, já no início do Campeonato Brasileiro. Em meados de junho, acertou a rescisão de contrato e se transferiu para o Flamengo. Apesar disso, o atleta recebeu homenagens da torcida e da diretoria no gramado da Arena Corinthians antes de um jogo contra o Inter.

Sheik avalia passagem pela Ponte em 2017
Na entrevista da última sexta-feira, Sheik afirmou que ainda pode ajudar o Corinthians a ganhar títulos e descartou que esteja no último contrato da carreira, embora o atual vínculo se encerre no fim de junho.

"Não pensei até o fim do ano no Corinthians, estou pensando em seis meses de contrato que é o que tenho. E nesse tempo vou fazer o meu melhor, o que eu puder para agradar. Se vou continuar, é outra história. Mas essa oportunidade que o Corinthians me deu tem um prazo, que é de seis meses. Nesses seis meses vou fazer tudo de melhor, no mínimo em forma de agradecimento. E com certeza não quero apagar em seis meses o que fiz em anos", disse.

Para ele, a passagem de quase oito meses pela Ponte Preta foi positiva, mesmo com o rebaixamento do time de Campinas no Campeonato Brasileiro. As boas atuações, segundo o atacante, ajudaram no retorno ao Corinthians.

"O que aconteceu na Ponte no ano passado certamente ajudou para que eu estivesse aqui hoje. Na Ponte Preta eles têm uma grande dificuldade de estrutura, de dar condições para o atleta trabalhar em alto nível. E não estou falando mal da Ponte Preta, esse é um problema de muitos no cenário nacional. E, ainda assim, com todos os probleminhas e dificuldades, com a minha idade, consegui fazer bons jogos. Isso me credenciou", frisou.

"É óbvio que minha história no clube ajudou, mas se eu não tivesse jogado no ano anterior não estaria aqui hoje. A Ponte me abriu as portas e, apesar do que aconteceu, que não foi legal, eu fiz boas partidas", completou o atacante, que marcou cinco gols em 25 jogos pela Ponte.

(Foto: Daniel Augusto Jr./ Ag. Corinthians - retirada do UOL)

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