O gerente de conteúdo da Fox Sports  foi entrevistado na estreia da coluna Tags do JE

O gerente de conteúdo da Fox Sports foi entrevistado na estreia da coluna Tags do JE

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Não venha com chorumelas para Rogério Micheletti.

Ele é objetivo. Mas não dispensa o afeto, a gratidão e o apreço pelo próximo.

Micheletti dificilmente não relaciona suas reminiscências esportivas com as pessoais.

Em um simples “Bom dia, Amor”, de sua esposa, não seria impossível imaginar a “chachola” de ‘Mic’, como é conhecido pelos companheiros, funcionar da seguinte maneira antes do recíproco desejo de excelente início de jornada à ‘patroa’:

- “Amor, meia do Barcelona, que enfrentou o São Paulo, em 1992, na final do mundial interclubes, vencido pelo time paulista”.

Para ele é assim: jornalista em casa e na redação também cria-se uma família.

A memória virou profissão!

Ao lado de Milton Neves desenvolveu a seção ‘Que Fim Levou?’, o maior celeiro de fotos e informações de ex-jogadores na internet.

Primeiro no ‘terceirotempo.com.br’, passando pelo ‘band.com.br’ e agora no Fox Sports, sua casa profissional, tem a Coluna/Blog ‘Baú do Micheletti’, onde minuciosamente retrata jogadores, bastidores e traduz a memória e o  amor em  jornalismo.

Afinal, quem irá lembrar um imperceptível pedido da Fiel Torcida por Dicão, em um distante jogo do Campeonato Brasileiro de 1984 (precisamente no dia 14 de abril, no Estádio do Morumbi, o Corinthians venceu o Goiás por 5 a 0, com Casagrande ainda perdendo uma penalidade máxima e Sócrates marcando quatro gols).

Micheletti contou tudo e pormenores na página do atacante araçatubense no ‘QFL?’.

Mic fincou os pés no chão. É grato às suas lembranças serem acompanhadas pela benquerença da vida e do esporte. Mas para jornalista, pai do Marcelo e do Jorge, é simples como andar, comer ou beber água, apenas o poder do hábito.

Em entrevista ao Portal Terceiro Tempo, na estreia da seção ‘Tags do JE’ (clicando aqui, descubra o que é), ele diz que há muita semelhança entre a ‘memória real’ e a dos colegas de almanaque, não vê diferenças na ética da sua profissão com a de outras profissões e revela uma carinhosa predileção pelos ‘periodistas’ da velha guarda.

Rogério Micheletti é feliz e sorri... Pera aí!

Sorri? Jogou onde mesmo?

Terceiro Tempo:  A memória beneficia o jornalista esportivo?

Rogério Micheletti: Beneficia, mas já foi mais. Hoje, com sites de busca, muita gente “sem memória" torna-se “com memória". Claro que é enganoso. Mas ajuda. Só que não é a mesma coisa.

Terceiro Tempo: Qual é a diferença do jornalista que utiliza apenas a "memória" das consultas aos almanaques, daqueles que utilizam as lembranças?

Rogério Micheletti: É como um molho de tomate natural e outro pronto, aquele de caixinha. O de caixinha quebra um galho. Mas não é tão saboroso. O jornalista esportivo com memória é melhor do que o sem memória. Isso é claro. Mas o sem memória ainda tem muita salvação, muita boia e madeira para evitar morrer afogado. Antigamente (isso no final dos anos 1990, antes do lançamento do Google, por exemplo), não era assim. O cara virava comida de tubarão. E acabou.

Terceiro Tempo:  Você acha que o jornalista que tem a memória prodigiosa leva vantagem sobre os outros?

Rogério Micheletti: Ainda leva. Mas a vantagem não é mais tão absurda. Pelas ferramentas criadas, não existe uma goleada. Existe uma vitória dos com memória. E sempre vai existir. Mas nada tão humilhante. É mais fácil "enganar" hoje.

Terceiro Tempo: Como você vê o jornalista esportivo hoje?

Rogério Micheletti: Sem saudosismo, mas prefiro os mais veteranos. Acho que o trabalho da imprensa esportiva está cada vez mais difícil. Algumas assessorias de imprensa mais atrapalham do que ajudam. E esse modelo transformou o jornalismo esportivo. Precisamos rever essa relação. Urgentemente.

Terceiro Tempo: O discurso que o jornalista "não tem hora", "vive a serviço da notícia" e que é diferenciado de outras profissões é real?

Rogério Micheletti: Aprendemos isso. Quem é jornalista de verdade sente isso. Acho que está no sangue.

Terceiro Tempo: A ética jornalística é diferente de outras profissões?

Rogério Micheletti: Acho que ética é fundamental. Não pode ter diferença. Independentemente da profissão. Ética é essencial para se viver.

Terceiro Tempo: Hoje, caso um jovem pergunte a sua opinião sobre cursar jornalismo, o que você responderia?

Rogério Micheletti:  Ninguém tem o direito de acabar com o sonho de ninguém. O mundo está mais complicado, mais concorrido. E isso em qualquer setor de atividade. Eu aconselho as pessoas a fazerem o que têm vontade. Mas façam tudo com seriedade. Não queira ser um engenheiro, por exemplo, sem qualificação, sem estudo, sem diploma. Tudo exige responsabilidade e dedicação. Isso vale para qualquer profissão.

 

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