Técnico tem sido cauteloso com espinha dorsal da seleção após Copa 2018. Foto: Pedro Martins/MoWA Press

Técnico tem sido cauteloso com espinha dorsal da seleção após Copa 2018. Foto: Pedro Martins/MoWA Press

Logo na entrada do hotel Sopwell House, em St. Albans, cidade localizada a 35 km ao norte de Londres, uma placa pede aos seus visitantes que não ultrapassem o limite de 10 km/h em sua área. O recado dificilmente será seguido pelos hóspedes que desembarcam nesta segunda-feira (12): no fim da manhã, a seleção brasileira se apresenta ao técnico Tite querendo mostrar serviço no compromisso que encerra o período de ´laboratório´ pós-Copa do Mundo.

Os amistosos contra Uruguai, na próxima sexta-feira (16), e Camarões, na terça (20) encerram o primeiro ciclo de trabalho estabelecido pela CBF após a Copa do Mundo de 2018 e que compreendeu ainda as convocações anteriores em setembro e outubro.

O objetivo no período foi observar o maior número possível de alternativas e aumentar o leque de atletas no radar. A partir da virada do ano, a disputa da Copa América de 2019, no Brasil, concentrará o foco.

Essa será, portanto, a última chance de impressionar a comissão técnica e, especialmente para os novatos, ´atropelar´ a concorrência para garantir um lugar no grupo. Ao se apresentarem em St. Albans, nenhum deles irá querer reduzir a velocidade.

"Nessa primeira fase, vão ser oportunidades maiores. A prioridade é de oportunidades, mantendo uma equipe base. No ano que vem, ela é de preparação para a Copa América", disse Tite, em entrevista coletiva.

Para entrar em campo contra Uruguai e Camarões, o treinador chamou somente Allan, do Napoli, como novidade em relação às suas listas mais recentes. Na relação anterior, havia sido a vez de Malcom, do Barcelona; Lucas Moura, do Tottenham; Pablo, do Bordeaux; e Walace, do Hannover.

De certa forma, Tite levou o seu discurso ao pé da letra.

Ao todo, recorrendo a um termo que sempre repete, "oportunizou" chances para 15 nomes que não estiveram na eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo, mas foi cauteloso - possivelmente em excesso - em suas formações e manteve uma espinha dorsal.

Foram dez remanescentes da Rússia como titulares contra os Estados Unidos. Em seguida, diante de El Salvador, permitiu-se ousar um pouco mais e escalou apenas cinco no onze inicial. Na sequência, ao enfrentar a Arábia Saudita, mandou a campo oito. E, por fim, no clássico com a Argentina, voltou a se apoiar em dez deles.

Não é definitivamente a renovação profunda que se esperava e que rondava o imaginário popular após o frustrado sonho do hexa, mas as cartas estão na mesa.

Quarteto não deixa o time

Até aqui, somente quatro atletas foram titulares em todos os compromissos da seleção após a Copa: Marquinhos, Casemiro, Philippe Coutinho e Neymar. Eles servem como sustentação para a entrada de novas caras na equipe e não somente pelo fator técnico, mas também pela faixa etária que ocupam representam uma segurança na caminhada até 2022.

No Qatar, Casemiro, Coutinho e Neymar terão 30 anos. Marquinhos, por sua vez, completará 28 no ano do próximo Mundial.

As exceções que têm conseguido driblar a dificuldade de Tite em confiar plenamente em suas apostas são Arthur, Richarlison e Fabinho. Entre as novidades, eles foram quem mais jogaram nos amistosos recentes.

Principal nome da nova safra, Arthur foi titular em dois jogos (El Salvador e Argentina) e entrou no decorrer das outras duas partidas (Estados Unidos e Arábia Saudita). Logo atrás, na lateral direita, Fabinho carrega números quase tão promissores quanto: começou contra Estados Unidos e Arábia e foi utilizado diante da Argentina. Com dois gols, Richarlison foi titular somente em um (El Salvador), mas acabou sendo acionado em todos os demais.

Malcom foi o único daqueles que ficaram fora da Copa na Rússia que não ganhou nenhum minuto após ser chamado.

"É oportunizar, mas montando uma estrutura básica para Copa América", resumiu Tite, em sua última coletiva.

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