Luis Paulo Rosenberg, gerente de marketing do Corinthians. Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Luis Paulo Rosenberg, gerente de marketing do Corinthians. Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

O diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, acredita que o contexto do futebol brasileiro ajuda a explicar a dificuldade que o clube tem para vender os naming rights da Arena. Em entrevista à "ESPN Brasil", ele usou uma analogia citando uma mulher com teste de HIV positivo para explicar o seu ponto de vista.

"O apelo da marca Corinthians é tão grande que temos quatro grandes grupos muito interessados em vir. É mais ou menos... Eles se sentem na situação de estar vendo a esposa perfeita, com dotes culinários, formada com MBA no exterior, uma mãe dos filhos maravilhosos, mas parece que tem um teste de Aids positivo. Como é que eu encaixo a camisinha é o grande desafio", disse. Vale lembrar que, na verdade, o teste identifica a presença do vírus HIV no corpo, e não da doença que pode desenvolver no futuro, a Aids.

A frase teve repercussão na internet, com críticas de torcedores no Twitter pela comparação. Em contato com o UOL Esporte, Rosenberg explicou o sentido da analogia.

"O sentido é que você tem uma marca de grande reverberação (o Corinthians), só o que as empresas veem (no cenário do futebol brasileiro e sul-americano) deixam elas assustadas. O evento que aconteceu no Rio (confusão antes de Vasco x Fluminense), a final da última Libertadores, essa notificação da Conmebol (sobre atraso nas inscrições), esse ambiente de imprevisibilidade torna mais difícil fazer uma empresa investir por 20 anos", disse.

Antes, na entrevista à "ESPN Brasil", Rosemberg fez uma longa explanação sobre o que em sua opinião trava um acordo, mesmo depois de cinco anos da inauguração do estádio. Além deste ambiente citado, ele citou a recessão econômica e perda de influência de TV aberta.

"Naming rights é muito importante e estava no planejamento da Arena desde o começo. Nos 11 anos do financiamento, era sabido que usaríamos para pagar a arena(...). Nós sabíamos que a renda seria usada para pagar isso. O ganho estava no naming rights. Pagar para colocar na área, associar a nossa marca, seria o ganho".

"Infelizmente o Brasil entrou na recessão logo em seguida. Mas não é só a recessão. Vocês estão sentindo. A TV aberta agora não é o que era. Está minguando e estão mais para a internet. Você precisa concentrar o foco. A ESPN está blindada porque é nicho. Agora uma TV aberta tem novela, o Jornal Nacional, está sofrendo muito. Não é o mesmo atrativo do que era 20 anos atrás. Mas existe", disse.

"É um contrato de 20 anos. Você pega o naming rights e uma decisão muito complicada para o empresário. Custa 30, 40 milhões. Mas quando estamos falando de faturamento de 15 bilhões, não é nada. O que pega é poder se envolver (em um ambiente desfavorável). Veja o evento como o domingo passado no Rio. O departamento de marketing (de um clube) de São Paulo pode até vir e dizer ´Hahaha, o circo está pegando fogo´. Não. Atinge o Corinthians também, é reputação mundial. A sensação de zorra complica a minha vida. Tudo isso é um complicador", completou.

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