Stadium MK, em Milton Keynes, vai receber a seleção brasileira. Foto: Pete Norton/Getty Images

Stadium MK, em Milton Keynes, vai receber a seleção brasileira. Foto: Pete Norton/Getty Images

Pouco mais de 7 mil pessoas acompanhavam o jogo do MK Dons contra o Macclesfield Town, pela quarta divisão inglesa, no último sábado (17), quando o técnico Tite desembarcou no hotel que abriga a delegação da seleção brasileira e fica dentro do complexo do Stadium MK em Milton Keynes. Ele será o palco do último teste da equipe no ano contra Camarões, na próxima terça-feira (20), às 17h30 (de Brasília).

Ao fim da partida, perguntado pela reportagem do UOL Esporte sobre a presença do Brasil enquanto comemorava a vitória do Dons por 2 a 0 e a liderança na tabela, o advogado Liam Jones, torcedor local, reagiu de forma curiosa.

"Não tenho dúvida de que o Neymar é bom, muito bom, mas quero ver se ele consegue fazer o que costuma fazer no PSG numa noite fria e chuvosa em Milton Keynes", provocou, aos risos.

A expressão é famosa no futebol inglês e costuma ser usada mais frequentemente para se referir aos confrontos dos grandes contra o Stoke City no estádio do time pequeno, mas, neste caso, aplica-se perfeitamente a Milton Keynes. Ela descreve o cenário que aguarda Neymar, que deverá enfrentar chuva e uma sensação térmica que ficará ao redor de 0ºC durante o jogo.

O público contra Camarões será seguramente três vezes maior do que o recebido pelo MK Dons contra o Macclesfield, com mais de 24 mil ingressos vendidos de forma antecipada. A princípio, a exemplo do que aconteceu no Emirates Stadium, somente bilhetes para o anel inferior estavam sendo comercializados.

Mas por que a seleção vai fechar 2018 em um estádio de quarta divisão?

 

ANDREW BOYERS/Getty Images
Tite trabalhou com a seleção no estádio do MK Dons na noite do último domingo

 

Em um momento em que se cobra cada vez mais a presença do time comandado por Tite ao lado de seu torcedor no Brasil, a escolha de Milton Keynes, cidade que fica nos arredores de Londres, causa estranheza. Não faz sentido nem mesmo para os nativos.

É um palco que, nos últimos anos, atraiu apenas confrontos mais alternativos, caso de amistosos como Gana x Letônia, Colômbia x Nigéria e outros.

Mas para a Pitch International, agência responsável por organizar os compromissos da seleção, ela faz todo sentido. Como de costume, passa, sobretudo, pela logística, com a facilidade de deslocamento em um espaço curto de tempo. Pessoas ligadas à empresa explicam que Milton Keynes fica no meio do caminho saindo de St. Albans, onde Neymar e companhia dormiram na última semana.

Além disso, existe, claro, a influência de fatores comerciais. Com um adversário menos atrativo, não faria sentido mandar outro amistoso em Londres.

Um exemplo é dado para justificar: Brasil x Uruguai no Emirates acabou coincidindo com a despedida do atacante Wayne Rooney em Inglaterra e Estados Unidos, em Wembley, que dominou todo o noticiário ao longo da semana passada e contribuiu para o apelo reduzido do clássico sul-americano.

Em Milton Keynes, o duelo com Camarões virou uma atração para a cidadezinha que tem pouco mais de 50 anos, possui em torno de 255 mil habitantes e, como Brasília, foi totalmente planejada pelas autoridades públicas.

O amistoso lembra a passagem da seleção pelo acanhado estádio de Craven Cottage, que pertence ao Fulham, para enfrentar outro africano, Gana, em partida com 25 mil torcedores em 2011.

Depois da sua despedida contra os camaroneses, o Brasil volta a campo somente em março do ano que vem, em fase final de preparação para a Copa América a ser disputada em casa.

Últimas do seu time