Henrique é o artilheiro do Brasileiro, mas ainda desperta dúvidas na torcida e na diretoria

Henrique é o artilheiro do Brasileiro, mas ainda desperta dúvidas na torcida e na diretoria

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

Henrique é o artilheiro do Campeonato Brasileiro, tem ótima média de gols e está com a renovação para 2015 engatilhada, mas não há quem diga que ele é unanimidade. Às vésperas de um clássico com o São Paulo, o centroavante palmeirense não consegue se livrar da sombra dos que o antecederam, em especial Alan Kardec.

Não faltam argumentos a Henrique, mas ninguém se convence completamente do camisa 9. Com 15 gols, ele pode ser o primeiro artilheiro palmeirense do Campeonato Brasileiro, ao menos no formato moderno. Até hoje, o único goleador alviverde foi Cesar Maluco no Robertão de 1967, que ganhou status de Brasileiro.

Ele tem média de 0,5 gol por partida e marcou em momentos fundamentais da campanha palmeirense. Se o time não está na zona do rebaixamento, boa parte do mérito é de Henrique, que está próximo de ter seu contrato renovado pela diretoria. Paulo Nobre está perto de topar pagar 2 milhões de euros para tê-lo por pelo menos mais três temporadas.

Mas não é por acaso que o cartola tem de explicar, em toda entrevista que concede, por que deixou Barcos e Alan Kardec saírem do clube. Henrique, com seu estilo trombador e alguns gols perdidos, ainda faz torcida, comissão e diretoria torcerem o nariz. Há um temor de que a temporada não passe de boa fase, o que mantém o centroavante em xeque.

Neste fim de semana, ele voltará a enfrentar um desses fantasmas. Henrique tenta falar firme e transparecer confiança, mas se trai ao responder sobre Alan Kardec. "Foi muito complicado, sabia da dificuldade e da responsabilidade. Mas a gente tava preparado, teve apoio da comissão da época, da diretoria e acho que isso contribuiu para que eu pudesse mostrar meu trabalho para suprir a ausência parcialmente", disse Henrique, falando sobre o peso de substituir o hoje atacante são-paulino.

O atacante não titubeia por acaso. Desde que chegou no clube, em abril, ele ouve comparações com Kardec, que à época tinha acabado de trocar o Palmeiras pelo São Paulo de forma polêmica. Destaque do Mogi Mirim no Paulista do ano passado, ele foi contratado depois de uma passagem sem brilho pelo Santos e uma queda com a Portuguesa.

Sem opções, Gilson Kleina teve de apostar no novato. Ricardo Gareca e Dorival Júnior repetiram o expediente, mesmo quando tiveram Cristaldo à disposição. Henrique não tem decepcionado, mas a dúvida permanece: É só uma fase iluminada ou o torcedor pode confiar em seu centroavante?

FOTO: UOL

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