Bruno Andrade, 25 anos, acabou de liderar o Willem II na conquista da segunda divisão holandesa. Ele, que já foi comparado até com Ronaldo, seu ídolo de infância, e Romário, concedeu entrevista exclusiva ao Portal Terceiro Tempo.
Conheça um pouco mais desse jovem atacante, que trilhou a maioria de sua carreira na Holanda e ainda não é tão conhecido no Brasil.
Terceiro Tempo: Como você começou no futebol?
Bruno Andrade: Comecei a jogar sério aos 13 anos no Pão de Açúcar. Fiz uma peneira de três meses com 72 mil meninos. Assim, já com 14 anos, passei e entrei no time Pão de Açúcar Esporte Clube, atual Audax São Paulo e tenho contrato com eles até hoje. Com 16 anos, fui emprestado ao Reggina, da Itália, durante uma temporada e meia.
TT: Como foi sua adaptação na Itália?
Bruno: Foi minha adaptação mais fácil na Europa. A língua não era difícil, aprendi em dois, três meses, e eu era jovem, estava disposto a tudo. Mesmo com saudades da família, eu queria abrir novas portas e conhecer outros países. Morava em um alojamento e gostava muito da comida local.
TT: O que aconteceu com sua carreira após essa passagem na Itália?
Bruno: Voltei para o Brasil, disputei a Copa São Paulo de Futebol Júnior pelo Pão de Açúcar, marquei cinco gols e surgiram novas propostas. O Reggina queria me comprar em definitivo, mas iria me emprestar para um clube da série C. Já o Helmond Sport, da segunda divisão holandesa, me queria por empréstimo e eu já tinha um amigo que jogava no time. Deste modo, escolhi ir para a Holanda.
TT: E como foi esse seu pontapé inicial na carreira profissional?
Bruno: Os dois primeiros anos não foram fáceis. Além da língua, culinária, clima e cultura, eu tive que mudar de posição dentro de campo. No Brasil, eu jogava como atacante, pois o esquema era o 4-4-2. Na Holanda eu virei ponta, já que o esquema adotado lá é o 4-3-3. Assim, eu tinha que jogar mais pelos lados, tive que mudar a corrida dentro de campo.
TT: Você conseguiu superar essas adversidades?
Bruno: Sim, no meu terceiro ano na Holanda, com 21 anos, marquei 13 gols em 16 jogos e fui uma das revelações do campeonato. Assim, alguns times se interessaram por mim. O STVV, da Bélgica, e outros times holandeses me procuraram. Eu queria mudar, queria sair da Holanda. Aí, com a chance de jogar na Série A e contra grandes times, acabei optando pelo time belga.
TT: Quanto tempo você passou na Bélgica?
Bruno: Fiquei lá uma temporada e meia, mas na primeira eu acabei machucando o joelho. Quando eu voltei, quebrei o pé e acabei não jogando muito por lá. Fiquei 10 meses fora só por causa de lesões. O time caiu para a segunda divisão e essa foi uma das piores decisões que eu tomei. Estava jogando a série b, mas queria ir embora.
TT: Qual foi sua saída?
Bruno: Conversei com a diretoria do time e pedi para rescindir o contrato. Voltei para o Brasil, mas desta vez para o Rio de Janeiro. No Audax Rio eu tive a oportunidade de jogar a série a do Campeonato Carioca. Tive três lesões, mas consegui jogar alguns jogos aqui.
TT: Surgiram propostas após o estadual?
Bruno: Então, o técnico que me treinou na Holanda me ligou e fez uma proposta. Desta vez era para jogar no Willem II, time que tinha acabado de cair para a segunda divisão. Tive outras propostas de clubes da Suécia e da Suíça, mas como eu já conhecia o treinador e a Holanda, resolvi voltar para lá.
TT: Como foi sua volta à Holanda?
Bruno: Eu me readaptei rápido. Eu já conhecia o técnico, isso ajudou muito. Como o time já estava querendo voltar para a série a, tinha um bom elenco. E eu consegui ajudar o time a ser campão, estou fazendo gols e jogando bem.
TT: Com essa boa temporada, você já está sonhando em ir para um time de maior expressão?
Bruno: Estou pensando primeiro em terminar essa boa temporada. Mas já sei que estou sendo sondado por alguns clubes grandes daqui.
TT: Você jogou no Brasil e na Europa, qual estilo de futebol você preferiu?
Bruno: Gostei mais do europeu, é mais dinâmico e, mesmo sendo mais difícil de jogar, eu me adapto melhor. O estilo brasileiro é muito cadenciado, ainda mais no Rio de Janeiro, onde faz muito calor.
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