Foto: Regina Agrella 28.fev.2000/Folhapress

Foto: Regina Agrella 28.fev.2000/Folhapress

Puxa vida, até que durei... escrevendo!

Escrever nunca foi o meu “corguinho”.

Tenho quase 20 anos no Agora São Paulo e mais quatro no saudoso Diário Popular como colunista semanal de página inteira, hoje mosca branca no jornalismo de papel.

 

 

 

 

 

Logo da "Página Terceiro Tempo" no Diário Popular, nos anos 90

Na TV e no rádio já “inventei” Paulo Morsa, Renata Fan – a mais graciosa, leal, amiga e grata -, Cacá Rosset, Eduardo Savóia, Oscar Godoi, Neto e deu também para indicar Rosa Riscala, Sandra Guerra, João “Vermelho” de Barros, Alexandre “Muzamba” Zaghi Lemos, André Kfouri, Marcelo Rezende na Record, Paulo Galvão, Chico “Muzambinho” Prado, os irmãos Rogério e Marcos Micheletti, Alberto Helena Júnior – só no Diário Popular, é claro -, e mais uma turminha boa por aí.

Mas fui inventado, também.

Graças a Deus, e como!

No rádio, por João Carlos Di Genio e Fernando Vieira de Mello, no jornal, por Arnaldo Branco Filho, no “Terceiro Tempo”, por Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o “Seo Tuta”, e na TV, para valer, por Johnny Saad e J. Hawilla, depois de vários e sorrateiros boicotes de “colegas” de bancada na TV Manchete, no “Cartão Verde” e no “Mesa Redonda”, da Gazeta.

Os assustados igrejeiros tinham razão, pois perderiam o protagonismo.

Mas o importante é o aniversário do Agora São Paulo.

No começo de 1996, recebi ligação de Arnaldo Branco Filho me convidando para ser colunista - e de página inteira - no então firme Diário Popular.

Arnaldo Branco Filho "inventou" Milton Neves para o jornal

Relutei, mas como tudo em minha vida profissional, em que jamais me convidei – odeio lobby e lobista sem talento -, agradeci e disse: “Vou tentar”.

Nunca tinha escrito nada.

Nem para bater papo com meu grande amigo e parceiro, o microfone.

Comigo foi e é sempre de improviso.

Desde a pequena Rádio Continental, de Muzambinho, em 1968/69, e até hoje na Band e em suas quatro rádios AM e FM.

E também nas entrevistas em meu escritório, para estudantes e youtubers: “Não tem pauta, o tempo urge! Você pergunta o que quiser e eu respondo”, logo aviso.

Mas como nasceu a “Página Terceiro Tempo”?

De cara, meu amigo Flavio Magliari Gomes, companheiro de rádio, de partido político e de comunismo-100%, desenhou como deveria ser minha coluna.

Flavio Gomes, o ídolo comunista de Milton Neves

E fez isso em cinco minutos, rabiscando o design em papel na sala de marketing da então cervejaria Schincariol, em Itu-SP.

Foi quando ele também me converteu como o mais comunista dos jornalistas esportivos e fã de Fidel, Maduro, Hoxha, Hugo Chávez, Stalin, Trótski, Che Guevara e outras figuras que infelizmente um dia nasceram.

E saibam que a “Página Terceiro Tempo” jamais mudou, uma vírgula ou um centímetro, após o improviso da Bic de Flavio Gomes.

O “Bola Cheia”, o “Bola Murcha”, a entrevista da semana, o “Seco Pra Você” e a deliciosa cereja do bolo chamada de “Memória”, minha paixão.

O primeiro "Bola Cheia" de Milton Neves no Diário Popular, em 1996, foi para Ronaldo Giovanelli

E o tempo passou até que de novo o telefone tocou.

Era Adriano Araújo, filho do célebre speaker Flávio Araújo, da Rádio Bandeirantes, então diretor da Folha e do Agora São Paulo - nascendo nos Campos Elíseos -, me convidando para mudar de time.

Mudei e já se vão quase 20 anos de Agora São Paulo sem eu nunca ter pisado no prédio ou na redação do jornal.

Ia muito ali na Alameda Barão de Limeira, 477, onde ficava a Rede Zacharias, meu primeiro e santo anunciante, em 1982.

Quando lá chegava de Fuscão, Brasília, Caravan, Corcel ou Opala, olhava ali do lado a sede do Grupo Folha, sempre imponente e movimentada, até na calçada.

Mas nunca entrei ou subi.

Só que nesta quinta-feira, 21 de março, quebrei meu tabu.

Fui ao quarto andar para “tirar retrato” para também ilustrar o 20º aniversário do Agora, o melhor jornal futebolístico do Brasil e o maior amigo de nós, os aposentados.

E aproveitei para conhecer “meus companheiros invisíveis de trabalho”.

Quanta simpatia, quanto carinho e quantos olhares de “curiosidade-positiva”.

Parabéns, 20 mil vezes, Agora São Paulo!

Que você dure mais 20 mil anos, pelo menos, para a alegria do futebol e dos pensionistas do Brasil.

E muito obrigado por tudo!

Milton Neves feliz da vida ao lado de sua bela família, na festa de lançamento da "Página Terceiro Tempo" no Agora São Paulo, em fevereiro de 2000. Foto: Regina Agrella 28.fev.2000/Folhapress

 

Cléo Brandão, Felipão e Eduardo José Farah prestigiaram o evento. Foto: Regina Agrella 28.fev.2000/Folhapress

 

 

Reprodução da "Página Terceiro Tempo" do último domingo (17)

 

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