Cuca escalou Yuri Alberto contra o Ceará e ainda pediu reforço da Série B. Foto: Ivan Storti/SantosFC

Cuca escalou Yuri Alberto contra o Ceará e ainda pediu reforço da Série B. Foto: Ivan Storti/SantosFC

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

Em poucos dias de clube, o técnico Cuca indica que pode repetir, no Santos, o que fez com Borja no Palmeiras. Até agora, ao menos, o roteiro entre ele e Gabigol guarda muitas semelhanças com o passado recente. Como fez ao voltar a equipe alviverde, o treinador declarou publicamente sua intenção em "recuperar" o atacante questionado pela torcida. O processo começou com uma ida para o banco de reservas e a indicação, por parte do treinador, de um novo reforço à diretoria para a posição.  

Antes de tomar a decisão de preterir Gabigol no jogo contra o Ceará, na última quarta, o técnico afirmou que não pretendia ser o treinador responsável por colocar o jogador no banco de reservas, em entrevista à Folha de S.Paulo, mas sim por recuperar a melhor condição do camisa 10, considerado o principal investimento santista para a temporada.

"A minha meta aqui não é chegar e ouvir: ´foi o Cuca que colocou o Gabriel no banco´. A meta que tenho é de fazer o Gabriel jogar o que já jogou. Lógico que se não conseguir é um outro departamento, mas é um jogador que foi selecionável ontem. Como que hoje desaprendeu? Acho que o primeiro passo com o Gabriel é entendermos o posicionamento dele, e ele também", disse.

Cuca também adotou discurso de paciência similar com Borja na última passagem pelo Palmeiras, mas acabou barrando o camisa 9 palmeirense apenas em sua quarta partida na segunda passagem pelo clube paulista.

Antes disso, saiu publicamente em defesa do colombiano na vitória por 3 a 1 diante do Atlético Tucuman-ARG, pela Libertadores. O jogo marcou a irritação de Borja ao ser substituído. Ao se dirigir para o banco de reservas, o jogador ameaçou sentar sem cumprimentar o companheiro, mas desistiu. Depois, ao passar por Cuca, ele ignorou o treinador e, em seguida, atirou a camiseta que vestia longe.

"Minha paciência vai muito longe com o Borja. A gente ainda vai encontrar a maneira certa para ele jogar e ele também vai se adaptar melhor ao futebol brasileiro para jogar melhor", afirmou na ocasião.

No jogo seguinte, porém, o técnico barrou Borja para o clássico contra o São Paulo, que o Palmeiras perdeu por 2 a 0 no Morumbi. O centroavante sofreu com o esquecimento e má fase dentro de campo durante o período em que o treinador esteve no clube. Em julho, o Palmeiras anunciou a contratação do atacante Deyverson, que foi indicado por Cuca e virou o nome preferido do treinador para a posição, além de Willian, que também exerce a função. Antes, ele ainda pediu Richarlison, hoje no Everton-ING, então revelação do Fluminense.

No Santos, Cuca também já pediu a contratação de um típico camisa 9 para o lugar de Gabigol: casos de Jô, Jonas e Guerrero. Como não foi atendido, ele se voltou mais uma vez para uma aposta, como na época de Palmeiras. O treinador indicou à diretoria a contratação do atacante Junior Brandão, do Atlérico-GO, artilheiro do Campeonato Brasileiro da Série B, com nove gols em 16 jogos. O centroavante de 23 anos do Dragão já marcou 13 gols em 29 jogos nesta temporada, média de 0,44 por partida.

Além de Brandão, o Santos também negocia com o argentino Nicolás Blandi, atacante de 28 anos do San Lorenzo, da Argentina. Cuca, no entanto, prefere a contratação do brasileiro, pois acredita que os estrangeiros sofrem para se adaptarem no meio da temporada. Recentemente, recusou a contratação do também argentino Marco Rúben, do Rosario Central. O diretor executivo do Santos, Ricardo Gomes, pretende contratar os dois centroavantes e, inclusive, agendou reunião com dirigentes e empresários nesta quinta-feira (9), em São Paulo.

UOL Esporte apurou que a atitude do treinador envolvendo Gabriel Barbosa gerou temor por parte da diretoria santista, que acredita que o ambiente pode ficar ruim caso o jogador seja mantido no banco. Mesmo assim, os dirigentes apoiam a decisão, pois consideram que o momento "pedia" uma atitude para o bem do time.

"O que eu fiz? Tentei com o menino [Yuri Alberto]. Ah, o Gabigol está mal, pusemos o meninos. Ah, não é culpa do Gabigol. Precisamos de um armador? Pusemos um armador, mas temos que ter calma. Temos carência, temos, mas ninguém está deixando de jogar ou abdicando de dar seu máximo", justificou Cuca.

No Palmeiras, Borja só reencontrou o melhor futebol dos tempos de Atletico Nacional-COL, que fizeram o clube brasileiro investir alto por sua contratação, com a chegada do técnico Roger Machado, demitido no fim de julho deste ano. Gabigol, por sua vez, é o artilheiro do Santos na temporada, com 13 gols em 32 partidas, e pode voltar a ser titular pela fraca exibição de seu substituto, o jovem Yuri Alberto.

Cuca ainda não venceu desde o retorno ao clube. Ao todo, foram três jogos: derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro, na estreia, e empates diante de Botafogo e Ceará, ambos fora de casa.

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