Jogadora aponta a falta de estrutura como principal dificuldade para que a modalidade evolua no Brasil

Jogadora aponta a falta de estrutura como principal dificuldade para que a modalidade evolua no Brasil

Uma das principais jogadoras de futebol de todos os tempos, a brasileira Marta não gostou do ítem da Medida Provisória 671, que obriga os clubes brasileiros a terem equipes de futebol feminino. Eleita melhor jogadora do mundo por cinco vezes (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010) acredita que a medida não ajuda a criar a cultura da modalidade no Brasil.

"Essa questão de ter que obrigar os clubes a ter o futebol feminino é que deixa a gente um pouco chateada. Isso tem que partir naturalmente, não quero colocar ninguém na parede", analisou a camisa 10, em entrevista ao jornal O Globo.

"Se os clubes (grandes do futebol masculino) não querem a modalidade, vamos procurar os clubes que têm futebol feminino e não têm a capacidade de se manter, e vamos ajudar esses clubes. Tem muitos clubes menores com futebol feminino e muita gente não sabe", completou.

Marta aponta a falta de estrutura como principal dificuldade para que o futebol feminino evolua no Brasil.

"Recebo inúmeras mensagens de pais e mães que querem saber onde levar a filha para fazer um teste, me pedindo ajuda, e eu fico lá na Suécia, sem saber como ajudar... O preconceito existe, mas a falta de oportunidade para fazer um teste numa escolinha é muito complicado", reclamou.

"Muitos ainda imaginam que o futebol feminino não é um meio, vamos dizer, lucrativo. Aí, os que falam 'sim' são os que têm amor pela modalidade, e não só a visão financeira. É difícil investir e querer, daqui a dois ou três anos, já ter um retorno muito alto. Tem que ser gradativamente, tem de dar tempo. E se não houver a iniciativa de querer ajudar a modalidade a ter uma estrutura, aí é que a gente não vai saber mesmo se vai acontecer. É esta cultura, o preconceito, que acaba emperrando esse processo", concluiu.

Foto: UOL 

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