Gilson Kleina possui um passado recente ligado ao Palmeiras

Gilson Kleina possui um passado recente ligado ao Palmeiras

José Edgar de Matos
Do UOL, em São Paulo (SP)

O confronto entre Ponte Preta x Palmeiras, válido pela semifinal do Campeonato Paulista e com início neste domingo, às 16h (de Brasília), no Estádio Moisés Lucarelli, marca o encontro entre Eduardo Baptista e Gilson Kleina. Os dois treinadores possuem uma relação indireta de passado e presente, a ser colocada à prova a partir deste final de semana.

Hoje treinador do Palmeiras e à frente do elenco de maior investimento na temporada, Eduardo Baptista possui um passado recente ligado à Ponte Preta. O treinador chamou a atenção de Alexandre Mattos e Mauricio Galiotte graças ao trabalho desenvolvido no clube de Campinas.

Sob o comando do atual treinador palmeirense, a Ponte Preta registrou no ano passado a melhor campanha da história em um Campeonato Brasileiro de pontos corridos. A oitava colocação alcançada sob a tutela de Eduardo Baptista foi inédita na história mais do que centenária do clube.

Gilson Kleina, que tem neste Campeonato Paulista a chance de conquistar o título de maior expressão da Ponte Preta, também possui um passado recente ligado ao Palmeiras. Foram 105 jogos entre setembro de 2012 e maio de 2014, e um cenário completamente diferente ao encontrado por Eduardo Baptista.

Quase três anos após a saída, o "Galã" é querido até hoje por funcionários na Academia de Futebol. O treinador é chamado assim por funcionários por sempre usar o termo ao conversar com seus interlocutores. Contratado para salvar o Palmeiras do rebaixamento na reta final do Campeonato Brasileiro de 2012, ele caiu com o time, mas foi mantido por Paulo Nobre para o comando da Série B.

Enquanto Eduardo Baptista iniciou o ano com reforços badalados como Miguel Borja, Alejandro Guerra e Felipe Melo – e com o suporte financeiro da Crefisa para reforços pontuais -, Gilson Kleina encarou uma realidade totalmente oposta. Para a primeira temporada completa, o treinador perdeu Hernán Barcos, a grande referência ofensiva do elenco naquele momento, para o Grêmio, e meses depois veria Alan Kardec mudar para o São Paulo ao fim do contrato.

Kleina trabalhou no Palmeiras em meio ao processo de reestruturação proposto por Paulo Nobre. O primeiro objetivo, conquistado em 2013, foi o retorno à elite do futebol brasileiro para disputar a Série A no ano do centenário. Só que o acúmulo de eliminações na temporada (Paulista, Copa do Brasil e Copa Libertadores) conservavam a pressão sobre o treinador.

Em contrapartida, Baptista encontrou um Palmeiras totalmente novo em comparação ao de Kleina. Além da mudança financeira, o clube vem de conquistas esportivas, com a Copa do Brasil-2015 e o Brasileiro-2016, e estruturais, com a conclusão do Centro de Excelência na Academia de Futebol.

Até a casa mudou. Gilson Kleina dirigiu o Palmeiras durante o fechamento do Palestra Itália para a construção do Allianz Parque. No período, o Pacaembu recebeu a maior parte dos jogos da equipe, enquanto.Eduardo Baptista já pegou uma arena pronta, onde a equipe não perde desde julho do ano passado.

Em comum, os dois têm a desconfiança interna. Mesmo diante do cenário favorável com a conquista da Série B em 2013, o nome de Kleina nunca foi unanimidade dentro do clube. Eduardo Baptista, que chegou para substituir o campeão Cuca, também enfrentou tal resistência ao chegar à Academia de Futebol.

Gilson Kleina, ainda no cargo, viu a diretoria se movimentar para trazer Marcelo Bielsa em 2014, e não gostou. O elenco fez campanha pela permanência, mas a continuidade do `Galã´ limitou-se aos primeiros meses do ano do centenário palmeirense. Em maio, sob a pressão de conselheiros, Paulo Nobre demitiu o agora treinador da Ponte Preta.

Por outro lado, Eduardo Baptista conviveu com a sombra de Cuca, campeão brasileiro pelo time no ano passado, nos primeiros meses de clube – a campanha de melhor time no Paulista e a liderança no Grupo 5 da Libertadores amenizaram esta `concorrência´.

Kleina, ironicamente, pode ser o responsável por reacender os questionamentos sob Eduardo Baptista, que, com toda a estrutura que o rival não teve, tenta confirmar o favoritismo com a vaga na decisão.

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