Sem nós não há registros, não há histórias e o futebol deixa de ser sinônimo de emoção

Sem nós não há registros, não há histórias e o futebol deixa de ser sinônimo de emoção

 A tragédia envolvendo o avião que transportava jogadores e comissão técnica da Chapecoense que aconteceu na última terça-feira comoveu o mundo. O maior acidente aéreo do cenário esportivo ainda parece um pesadelo. Tenho a sensação de que o time de Santa Catarina, a namoradinha do Brasil, vai entrar em campo ainda hoje.

Mas infelizmente não vai!

Porém, se entrasse, tenho certeza de que o Deva Pascovicci iria nos emocionar mais uma vez, e sem dúvida, o repórter Victorino Chermont nos contaria uma grande história, assim como todos os profissionais de comunicação que morreram tragicamente fariam desse jogo uma grande obra de arte.

Nós jornalistas estudamos quatro anos, mesmo não tendo nosso diploma valorizado. Nos preparamos para contar histórias, somos contadores de histórias.

Temos sim, um time de coração e muitos de nós torcemos fervorosamente, pois graças a esses times nos tornarmos jornalistas.

Mas não deixamos a paixão atrapalhar nossa profissão, pelo menos a maioria não deixa.

Ao contar uma história, seja do time do coração ou do rival, o jornalista cria um elo com o torcedor.

O profissional de comunicação, principalmente no meio esportivo, é também um poeta, que emociona o torcedor até mesmo em jogos chatos de 0 x 0.

O cronista esportivo, muitas vezes criticados por torcedores que não compartilham de suas opiniões, vive pisando em ovos, pois além de ter que esconder seu time do coração, trabalha com medo da violência no futebol.

Os jogares da Chapecoense vão fazer uma falta enorme. Mas os jornalistas também.

O elo entre os jogadores e os torcedores somos nós jornalistas!

Sem nós não há registros, não há histórias e o futebol deixa de ser sinônimo de emoção.

Essa tragédia nos mostra que, no cenário esportivo, não tem que haver inimizade, violência ou qualquer sentimento ruim, mas sim a alegria, a valorização de todas as peças do xadrez e a comemoração, seja perdendo ou ganhando, pois o maior espetáculo da bola é a emoção do gol,  a alegria do dia seguinte e todos os dias seguintes de nossas vidas.

Confira a lista de todos os comunicadores, contadores de histórias, que estavam nesse trágico acidente: Victorino Chermont, Lilacio Pereira Jr, Rodrigo Santana Gonçalves, Devair Paschoalon, Mário Sérgio, Paulo Julio Clement, Guilherme Marques, Guilherme Van der Laars, Ari de Araújo Jr, Laion Espíndola, Giovane Klein Victória, André Podiacki, Bruno Mauri da Silva, Djalma Araújo Neto, Gelson Galiotto, Edson Luiz Ebeliny, Fernando Schardong, Douglas Dorneles, Jacir Biavatti, Renan Agnolin e Rafael Henzel (o único jornalista sobrevivente).

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