O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons

O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons

Por Roberto Livianu

Discurso proferido por mim na tribuna.

Senhoras e senhores Parlamentares, Senhor Presidente Roberto de Lucena, que preside esta sessão e representa o Poder Legislativo de nosso país, Deputado Edson Moreira, Deputado eleito Luiz Flávio Gomes, autoridades de outros poderes, senhoras e senhores ativistas anticorrupção, queridas e queridos amigos que nos prestigiam nesta data, minhas senhoras, meus senhores.

O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons. Inspirado pelo pensamento de Martin Luther King, uma das grandes lideranças na luta pelos direitos civis, construímos o Instituto Não Aceito Corrupção, eu e outros trinta e um grandes brasileiros que sonharam juntos o mesmo sonho de um país mais justo e ético.

Ao assentarmos os tijolos do Instituto em 27 de julho de 2015, queríamos abrir caminho para uma nova maneira de enfrentar um velho problema brasileiro – a corrupção estrutural, endêmica e devastadora, que causa erosão profunda nos pilares de nossa democracia, na confiabilidade das instituições, na confiança entre as pessoas – hoje, segundo o Instituto Latinobarômetro, apenas 9% dos brasileiros estão satisfeitos com a democracia (no Uruguai são 47%). E apenas 4% confiam uns nos outros – são os piores números nestes quesitos dentre os 18 países da América Latina analisados (20000 pessoas ouvidas).

Nossa constatação foi no sentido de que a corrupção, ao desviar recursos destinados à educação, à saúde, à segurança, ao saneamento básico, leva cada vez mais crianças para o mundo do crime e infla os índices de criminalidade, além de destruir a saúde de pessoas e as matar, exigia análise científica precisa e construção de verdadeira política pública anticorrupção.

A naturalização da corrupção inviabiliza sua neutralização e contenção em face do que nascemos com o objetivo de manter a sociedade acordada, consciente, conectada e mobilizada. Nascemos para não permitir que se estabeleça o estado social letárgico e indiferente ao fenômeno e neste contexto colhemos em poucos meses 730.000 assinaturas contra o foro privilegiado, cuja extinção foi aprovada ontem na Comissão Especial da Câmara. Falta pouco agora.

Acreditamos de forma fervorosa na força da educação, que emancipa seu povo, razão por que temos procurado contribuir com ensino à distância, cursos, debates e reflexões, como os três densos seminários Caminhos Contra a Corrupção, aliás o terceiro deles realizado ontem em Brasília, com participações do quilate de Sérgio Moro, Wagner Rosário, Luiz Flávio Gomes, Fernando Rodrigues, Gil Castelo Branco, Júlio Marcelo de Oliveira e muitos outros.

Mas nada disto nos traz a sensação de termos cumprido nossa jornada. Infelizmente a tragédia da corrupção no Brasil exige vigor indescritível e interminável, pois estamos apenas tocando a ponta de um gigante iceberg. Parece uma corrida de obstáculos em que eles são infinitos, pois são superados mas se recriam. Mas essa infinitude não é mais forte que nossa vontade de vencer ao final.

Como disse o ex-Presidente do STF, o gigante Carlos Ayres Britto no I Seminário Caminhos contra a Corrupção: este embate parece um luta de boxe, a qual nunca venceremos por nocaute. Será por pontos – temos que bater mais que apanhamos.

Para 2019 temos grandes e ousados sonhos. De ampliar, por exemplo, o prêmio Não Aceito Corrupção, abrindo espaço e dando oportunidade para a criatividade do brasileiro apresentar ideias que aprimorem o combate à corrupção, que premiaremos, como fizemos em 2016 e um dos dois trabalhos premiados é a própria medida 36 das 70 Novas Medidas Contra a Corrupção, que hoje também com toda justiça premia a Transparência Internacional Brasil.

Queremos contribuir decisivamente para o avanço das Controladorias nos Municípios – hoje estimamos que menos de 10% deles as tenham. Com o Controla Brasil queremos avançar, catalisando, dando suporte e treinando os colaboradores das novas Controladorias que nascerão e assim prevenirão a corrupção, poupando vidas, gerando mais educação, saneamento básico, saúde, segurança e moradia.

Agradecemos emocionados pelo reconhecimento que nos é dado com a outorga do prêmio Transparência e Fiscalização Pública 2018, por indicação do Deputado Roberto de Lucena, com aprovação unânime da Comissão de Fiscalização e Controle.

Somos um time aguerrido e enfatizamos a força do coletivo. Não chegamos até aqui pela força de um, mas de um todo e em nome do Instituto agradeço pela colaboração e apoio que temos recebido.

Este enfrentamento exige superação e humildade que nos permita ter permanente clareza de que tantas e tantas iniciativas que outros organismos desenvolvem são igualmente fundamentais, as quais divulgamos e enaltecemos.

Temos certeza de que a união de todos faz a força e faz a diferença na luta contra a corrupção, a união que proclamamos no nosso vídeo, nosso manifesto. Coloca-mo-nos à disposição para colaborar e queremos receber ideias, críticas e sugestões sempre. Muito obrigado, de todo o coração.

VITÓRIA DA SOCIEDADE NA LUTA CONTRA O FORO PRIVILEGIADO.

Nesta terça presenciei quando por unanimidade a Comissão Especial da Câmara aprovou a PEC 333/17, que acaba com o foro privilegiado, bandeira defendida pelo Instituto Não Aceito Corrupção, que mobilizou 725.000 pessoas num abaixo assinado, que entreguei pessoalmente aos Deputados na semana passada em ato público.

Agora falta a aprovação em plenário e a sanção presidencial, visto que o Senado já aprovou.

Assine agora

https://www.change.org/p/assine-pela-extinção-do-foro-privilegiado-deputados-ouçam-a-sociedade-chegadeforo

III SEMINÁRIO CAMINHOS CONTRA A CORRUPÇÃO EM BRASÍLIA

Teve 2 conferências e 3 painéis, com a presença de Sergio Moro, com diálogos densos e profundos.

VAMOS TODOS ASSINAR E APOIAR AS NOVAS MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO

www.unidoscontraacorrupcao.org.br

 

 

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