O jornalista Luciano Luiz e Maradona, no Mineirão, em 2014. Foto: Arquivo pessoal

O jornalista Luciano Luiz e Maradona, no Mineirão, em 2014. Foto: Arquivo pessoal

Foi um gênio dentro do campo, foi importante e protagonista fora dele. Nunca foi exemplo fora do campo, mas também nunca quis ser. Queria fazer as pessoas felizes, e isso fez.

Queria se divertir e divertiu. Queria ganhar dinheiro para melhorar as condições de vida de sua família, e melhorou.

Era sublime e diferente, era improvável em seus dribles e previsível em seus erros.

Era mágico com a bola e escravo de suas consequências.

Um anjo imperfeito, um humano extraordinário, mas um humano. Com virtudes celestiais, porém com defeitos casuais.

Mas sua obra se difere e o coloca como um mito por conta de não buscar ser.

Sempre quis somente viver e vivenciar o futebol como a vida.

Sempre foi preocupado com o próximo sem carregar obrigações, era natural e de verdade.

Se misturava com o povo onde se abastecia de sobriedade para seguir seu caminho que o insistia em retira-lo do senso racional.

Lutou sim.

Peleou para só sobreviver.

Para seguir encantando e ajudando, para ser ajudado em seu destino traçado.

Se transformou em espelho de um povo mesmo sendo declaradamente um exemplo fora dos padrões.

Foi coração, assim se intitulou tantas vezes.

E foi esse coração tão rico de justiça e talento que não aguentou a pressão de seus excessos e parou de bater para sempre.

Seu legado dentro do campo será eterno, mas seu exemplo fora de campo não pode ser descartado. Nem pela preocupação da enfermidade de dependência ou muito menos pela sua verdade de ver e olhar o mundo num sentido de igualdade e fraternidade entre as pessoas.

Valeu Pibe

Valeu Diego

Valeu Maradona

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