Marcos Júnior em ação durante jogo do Fluminense contra o Atlético-PR

Marcos Júnior em ação durante jogo do Fluminense contra o Atlético-PR

Leo Burlá e Napoleão de Almeida
Do UOL, no Rio e em São Paulo

A distância geográfica entre Rio de Janeiro e Curitiba não sugere uma rivalidade acirrada entre Fluminense e Atlético-PR, mas fato é que os clubes colecionam episódios que ajudaram a apimentar este confronto ao longo dos anos.

Nesta quarta-feira, tricolores e rubro-negros escrevem mais um capítulo dessa história a partir das 21h45, na Arena da Baixada, quando os adversários disputam a partida de ida pela semifinal da Copa Sul-Americana. Quem avançar terá nova chance de levantar um caneco internacional contra uma equipe colombiana: ou Santa Fé ou Júnior Barranquilla.

Este histórico de adversidades entre os clubes teve início em 1996. Até então, os clubes conviviam com certa fidalguia. Ídolos em comum, como Washington e Assis, faziam atleticanos e tricolores se congraçarem. Até episódio de invasão em jogo nas Laranjeiras que quase vitimou o goleiro Ricardo Pinto – outro que defendeu os dois clubes. "Me atingiu covardemente, mas já é passado. Ficaram os inúmeros amigos que eu tenho até hoje, tenho muitos amigos da época de Fluminense. Nunca mais pus os pés nas Laranjeiras", contou recentemente o ex-goleiro.

Além da batalha em campo, um episódio além das quatro linhas fez os destinos dos dois se cruzarem mais uma vez. No mesmo ano da guerra nas Laranjeiras, gravações reveladas pelo Jornal Nacional apontavam que o então diretor de árbitros da CBF, Ivens Mendes (já falecido), tentava extorquir dinheiro de diversos dirigentes insinuando facilitação no apito em jogos.

Entre os citados estava Mario Celso Petraglia, do Atlético. As acusações serviram como base para a CBF anular o rebaixamento do Flu para a Série B e ainda punir o Furacão com a perda de cinco pontos no começo do Brasileirão de 1997. Petraglia foi banido do futebol. Depois, nada se provou, o dirigente foi inocentado, e o Atlético se livrou da queda apesar de não recuperar os pontos. Já o Flu viveria novo rebaixamento que o levaria à Série C, de onde só saiu em 2000 após nova decisão administrativa. A rivalidade estava construída.

De volta às quatro linhas, Flu e Furacão foram rivais antes de ambos levantarem taças nacionais. Se em 1983 o Rubro-Negro parou nas semifinais com Washington e Assis, que viriam a serem campeões com o Tricolor em 84, dali para frente os rivais estariam sempre em oposição.

Em 2001, o Fluminense do ex-técnico atleticano Fernando Diniz e de Roger Flores, hoje comentarista, visitou o Caldeirão atleticano para duelar por uma vaga na finalíssima do Brasileirão. O time de Kléberson, Kléber, Adriano Gabiru e, principalmente, Alex Mineiro, venceu um jogo emocionante com alternâncias no placar. Magno Alves marcou duas vezes, mas Alex Mineiro, imparável, fez três e classificou o Furacão, que viria a ser campeão.

Já em 2007, o Flu de Renato Gaúcho deu o troco nas quartas de final da Copa do Brasil, despachou o Rubro-negro e seguiu seu caminho até levantar a taça. O time havia empatado em 1 a 1 em casa e foi a Curitiba precisando vencer. Levou sufoco do Atlético, mas nesta ocasião Alex Mineiro não brilhou e parou em Fernando Henrique; quem brilhou foi Adriano Magrão, que fez o gol da classificação. O Flu ainda passaria por Brasiliense e Figueirense para ser campeão.

Recentemente, os times decidiram pela primeira vez um título. A agora extinta Primeira Liga surgiu após uma mobilização de dirigentes de Atlético, Coritiba, Flamengo e Fluminense, e coube aos dois clubes decidirem a primeira edição em 2016. Com melhor campanha, o Flu decidiu em jogo único em Juiz de Fora, e Marcos Júnior fez o gol solitário do título em cima do Furacão.

Os times já se enfrentaram por duas vezes neste ano. No Rio, o Fluminense venceu o jogo do primeiro turno, no Maracanã. Já no jogo de Curitiba, vitória atleticana em duelo válido pelo segundo turno do Brasileirão.

Foto: Divulgação/Fluminense

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