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Em setembro de 2008, entrevistei o Doutor Sócrates e aqui republico a entrevista completa.
SEGUE A ENTREVISTA
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, aos 54 anos continua o mesmo questionador da época de jogador. O ex-craque dentro de campo se tornou um mestre nas palavras. Inteligente, culto e politizado consegue expor seus pensamentos com clareza e que pretende lançar uma chapa com o ex-jogador Wladimir à presidência do Corinthians e até se arriscar na vida pública como Deputado Federal ou Senador.
Como você avalia a gestão de Ricardo Teixeira a frente da CBF?
Hoje, jogadores de futebol aceitam o primeiro convite para atuar no exterior e não importa o país, pode ser a Bielo-Rússia ou a Ucrânia. E você recusou quatro em 1984. Por quê?
Sócrates- Eu não queria. Em 1984, realmente eu recebi quatro convites: Inter de Milão, Napoli, Barcelona e um time francês, acho que era o Racing. Não queria ir, aqui era a minha casa, o país passava por uma mudança democrática. Mas quando a emenda Dante de Oliveira ( lei que permitiria a eleição do presidente da República pelo voto direto) não passou no congresso, ai eu inverti a lógica. Eu disse que não iria, só que depois daquela decepção eu iria para o primeiro que time que aparecer. Por isso fechei com a Fiorentina.
Você foi um jogador com opiniões definidas, os atletas de hoje não te decepcionam pela alienação política e até para defender a classe. Um exemplo político foi o problema recente da entrada de brasileiros na Espanha. Apesar do Brasil ter muitos jogadores atuando no território espanhol, ninguém se manifestou. Estas atitudes não te decepcionam?
Sócrates - Eles não tem noção que seja isso. Os atletas, na maioria não têm formação educacional e muitos não sabem que passam nos seus próprios contratos. Na verdade é que temos que educar estes (jogadores de futebol). A sociedade tem que exigir que eles sejam educados pois estes são referências para a população menos favorecida.
Recentemente Robinho, teve uma atitude inusitada, deixado o Real Madrid e indo jogar no Manchester City . O modo que foi feita a transação e a subserviência do jogador para o empresário não te decepcionou?
Sócrates - Não. O futebol virou comércio. Você compra e vende jogadores como produtos. E ele (Robinho) fez aquilo que mais o interessava no momento, que era ter mais dinheiro.
Após 26 anos, como você a Seleção de Telê Santana de 1982?
Sócrates- Aquela seleção era a cara do futebol brasileiro. Ainda, aquele time é referência no mundo inteiro. O sonho dos torcedores brasileiros era ver aquele futebol bem jogado. O resto é discutível. Até porque o que houve antes, pouca gente teve acesso.
Foi uma fatalidade perder para a Itália?
Sócrates - Foi como "broxar" com uma mulher bonita e gostosa.(risos).
Depois da expulsão do presidente Alberto Dualib e a eleição de Andrés Sanches, como você enxerga o momento atual do Corinthians? Parece que ainda há algumas nuvens nebulosas no Parque São Jorge?
Sócrates - Não é só o Corinthians, são todos. Mas o clube vai mudar. Já deu exemplo mudando o estatuto, deixando o presidente ser eleito pelos votos dos associados. Está nova fase, eu chamo de "A Segunda Democracia Corintiana". Pois a comunidade corintiana resolveu controlar as ações dos seus executivos. O Dualib e o Nesi Curi já caíram fora, logo sairá o Andrés. E gradualmente vai ter a mudança do modelo de gestão. E o relacionamento entre o associado e o seu executivo começará a mudar.
E o Dunga na Seleção Brasileira?
Sócrates - As atitudes dele como treinador são questionáveis. Ele ter colocado o Kaká e o Ronaldinho no banco de reservas destroem qualquer liderança do treinador. Você imagina com os outros jogadores pensam de um técnico que põem os dois melhores jogadores do mundo no banco.
O Casagrande disse que quando parou de jogar, entrou em depressão profunda e um "vazio" tomou conta dele e isso foi um dos motivos que o levou para o vício da cocaína. Como foi quando você parou de jogar?
Sócrates - O jogador não perde um emprego e sim uma profissão. Quando me separei da primeira mulher, eu voltei a jogar futebol, por instabilidade emocional, pois ali, era o futebol era onde eu me sentia seguro.
E por que não voltou para Corinthians?
Sócrates - Eu quis, fui até a casa do presidente Vicente Matheus, mas ele não reiterou o convite que havia feito antes por telefone. Ai, aceitei o convite do Santos.
Você já experimentou cocaína?
Sócrates - Não. Eu tenho apenas três vícios: Mulher, cigarro e cerveja. Se eu arrumar outro vou ter que substituir por um destes.
Você é sócio remido do Corinthians, algum dia vai ser candidato a presidente do clube?
Sócrates - Sim, gostaria de ser. Mas tenho apenas um mandato de conselheiro, preciso de dois. Mas estou articulando com o Wladimir uma chapa para a próxima eleição. E também quero falar com o Zé Maria, a respeito.
E a vida pública, não gostaria de ter tribunas oficiais para suas idéias?
Sócrates Realmente gostaria de expor meus pensamentos nas tribunas do congresso. Mas estou refletindo sobre o assunto, talvez eu possa sair candidato a senador ou a deputado federal.
Para fechar a entrevista, como você o momento atual do país?
Está no caminho? Desempenho agrada corintianos, que agora querem resultados
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