O jogo para frente o tempo todo, a busca incessante pelo gol, o “amor pelo balón”, por ter a bola nos pés e envolver o adversário. E tudo mais que possa ser enaltecido no trabalho do argentino Jorge Sampaoli, de fato, vale a pena.
O treinador merece os elogios, afinal, transformou um elenco apenas razoável em semifinalista do campeonato estadual (onde merecia até chegar à decisão, não fosse o ônibus corintiano estacionado na frente do gol – faz parte do jogo), brigador e observado pelos rivais como um time difícil de se enfrentar. E de vencer também.
Mas, nem só de acertos vivem os grandes treinadores. Sampaoli erra, como já erraram Carlos Bianchi, Carlos Bilardo, Filpo Nuñez, Felipão, Tite, Guardiola ou Mourinho. O erro também faz parte do jogo. E não desqualifica o profissional.
Edgardo Bauza, outro argentino que passou pelo Brasil, quando dirigia o São Paulo (2016) me disse em uma entrevista que o papel do treinador era “organizar o time para minimizar os erros pois, no final, fatalmente vencerá o jogo aquela equipe que errar menos”. Aceito esse conceito.
No caso de Sampaoli, o que posso observar e discordar é a insistência completamente desnecessária num rodízio de atletas. Abrir mão do talento de Rodrygo ou da eficiência de Jean Mota (que só entrou no segundo tempo) em uma partida importante, clássico e que vale a liderança do campeonato, não me parece sensato.
O adversário amassou, é verdade, respaldado pelos acertos de seu treinador. Scolari ajustou o sistema de marcação e, na base do toque rápido e da velocidade pelas laterais, construiu uma vitória marcante sobre um adversário qualificado.
O pior é que não é a primeira vez que acontece. Sampaoli viu seu time ser goleado outras duas vezes no Paulistão (contra Botafogo e Ituano). Na partida de Ribeirão Preto usou uma equipe completamente reserva. Ou seja, Sampaoli corre riscos desnecessários, levando-se em consideração as observações do compatriota Bauza.
Se o elenco é apenas razoável, com boas peças titulares, mudar demais significa restringir o nível técnico do time e, consequentemente, torná-lo suscetível ao erro. Diante de adversários qualificados, como é o caso do Palmeiras, a tendência é sofrer e, por vezes, deixar o campo envergonhado.
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