Emerson foi apresentado no Corinthians ao lado do gerente Alessandro Nunes

Emerson foi apresentado no Corinthians ao lado do gerente Alessandro Nunes

Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo

A terceira passagem de Emerson Sheik pelo Corinthians ganhou mais um capítulo na tarde desta sexta-feira. Em entrevista coletiva, o jogador de 39 anos ressaltou que tem gratidão pelo clube, citou o técnico Tite e garantiu que, em meio à desconfiança, dará a resposta em campo.

"Eu que tenho gratidão pelo Corinthians, vou passar o resto da minha vida sem poder pagar. Aprendi com um cara que se chama Adenor [Leonardo Bachi, o Tite] que futebol é dentro do campo, a gente prova dentro do campo. Sei que teve muitas histórias, mas voltei a treinar e daqui a pouco estou jogando", disse Emerson.

"Talvez a minha resposta não seja da maneira que queria agora, jogando. Espero dar a resposta para todos vocês. Quero respondê-la jogando, isso que gosto de fazer e por isso vim para cá", completou o atacante.

O jogador disse também que acertou com o Corinthians com a ideia de se aposentar. O vínculo firmado com o clube é curto e se encerra no fim de junho, antes da fase de mata-mata da Libertadores.

"Venho para um contrato de seis meses, mas a ideia é não ter aposentadoria em seis meses. Em 180 dias muita coisa pode acontecer. Não tem nada a ver com aposentadoria, isso é lenda. Vim para jogar, Durante esse período vou ver o que vou fazer no futuro", frisou.

"Não pensei em até o final do ano no Corinthians, estou pensando em seis meses de contrato que é o que tenho. E nesse tempo vou fazer o meu melhor, o que eu puder para agradar. Se vou continuar, é outra história. Mas essa oportunidade que o Corinthians me deu tem um prazo, que é de seis meses. Nesses seis meses vou fazer tudo de melhor, no mínimo em forma de agradecimento. E com certeza não quero apagar em seis meses o que fiz em anos", completou.

O jogador, que conquistou cinco títulos pelo Corinthians, comentou também o desempenho apresentado com a camisa da Ponte Preta no ano passado, quando o time de Campinas acabou rebaixado no Brasileirão.

"O que aconteceu na Ponte ano passado certamente ajudou muito para que eu estivesse aqui hoje. Na Ponte há grande dificuldade de estrutura, de dar condições ao atleta em trabalhar em alto nível. Isso é um problema de muitos no cenário nacional. Ainda assim, eu acho que consegui fazer bons jogos. Isso ajudou. A Ponte caiu por outras coisas. Obviamente que a minha história aqui também ajudou, mas se eu não tivesse atuado no ano anterior, não estaria aqui. A Ponte abriu portas", destacou o jogador.

Confira mais trechos da entrevista coletiva de Sheik:

AMOR PELO CORINTHIANS
"Sou apaixonado por esse lugar, pela torcida. Não escondo de ninguém, não acho vergonhoso falar isso, tenho orgulho. Quando beijei a camisa, eu beijei porque amo isso aqui, gosto mesmo. Não foi por beijar, senão não beijava porra nenhuma."

SUBSTITUIR JÔ
"É difícil, pois é um jogador com características totalmente diferente, de mim e de todo o elenco. Mas vou tentar entender as ideias do Fábio, que tem excelentes ideias, e me adaptar onde ele tentar me colocar. Como atleta e jogador, quero jogar, né. Respostinha padrão. Até de goleiro, brincadeira. Quero jogar, mas preciso entender as ideias do Fábio, assimilar e desenvolver da melhor maneira."

JOGAR CONTRA O CORINTHIANS EM 2017
"Tenho muito carinho e respeito pelo Corinthians, foi aqui que vivi os momentos mais felizes da minha vida, conquistei os principais títulos da carreira, fiz amigos, clube que me lançou para o cenário mundial. Foi estranho ter que ser agressivo contra o Cássio, um cara que é meu amigo, meu parceiro. Ou ter que dar carrinho no Jadson. Mas obviamente tem o lado profissional. Naquele momento eu defendia as cores da Ponte Preta. Foi estranho."

DORES AOS 39 ANOS?
"Não tenho dor. Voltei a treinar agora e é normal que dores apareçam. Jogar aos 43, só o Zé, que é um fenômeno. Estou feliz, gosto de estar feliz, sou feliz, estou feliz e quero estar mais. Para isso, preciso ir bem, jogar bem, e estou me preparando para isso. Abri mão de muitas coisas, inclusive os amores da minha vida, meus filhos. Quando coloquei na balança, entendi que valia a pena. Quero fazer valer estar longe dos meus filhos."

LIBERTADORES
"Voltar a jogar uma Libertadores pelo Corinthians é uma situação mágica. A única Libertadores que o Corinthians tem eu participei. E disputar essa competição, que fez com que o torcedor gostasse mais de mim, é uma honra. Vou me sentir privilegiado."

JOGA COM A 11?
"Eu sempre joguei com a 11 em todos os lugares que passei. No Botafogo eu joguei com a 7. O presidente pediu para eu jogar com a camisa que era do Garrincha, sei lá. Não era da minha época. Mas a minha volta ao Corinthians me fez entender que eu simplesmente só quero vestir a camisa do Corinthians, independentemente de número. Poder representar 40 milhões de torcedores já é o máximo. Eles estão até vendo o CATnúmero. Eu tive uma ideia irada, não sei se vai agradar."

CAMISA 77
"Não sei se posso falar. Não sei se vai ser. Inclusive, acho que não vai dar. Mas tive ideia da 77, que seria uma homenagem ao título de 77, aí implica em outras coisas, há competições que não permitem esse número. Vamos chegar a um número."

CATIMBA NA LIBERTADORES
"Final agora mudou, está lá para dezembro. Tenho seis meses. Se não for mordida e for vitória, já está maneiro. Mas se tiver que ter mordida, vai ter. Esse sou eu."

Foto: Diego Salgado/UOL Esporte

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