Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, é o novo vice-presidente da CBF. Em Assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, na sede da entidade, no Rio de Janeiro, o presidente da Federação Paraense de Futebol – candidato único – foi eleito sem maiores dificuldades para ocupar a cadeira deixada por José Maria Marin, que renunciou ao cargo após ser preso pela Justiça Americana por conta de envolvimento nos escândalos de corrupção de Fifa e Conmebol.

"Sinto-me honrado. Farei o possível para contribuir com minha humildade e experiência. O diálogo será minha maior ferramenta. Saberei ouvir antes de qualquer decisão. O momento é de reflexão. O futebol brasileiro precisa ser referência de vitórias. E precisamos também resgatar a confiança do torcedor. Pela minha experiência de anos, entendo que este é o momento ideal de todos aqui presentes dividirmos essa responsabilidade. Para finalizar, quero agradecer a todos pelo respeito e credibilidade. Que possamos começar a escrever e trilhar dias melhores pelo futebol brasileiro. Peço ainda permissão a minha esposa Rosa por mais um espaço de tempo que a missão do futebol nos distancia do lar. Mas é esse amor que dá sentido à vida", disse Nunes.

Dos 55 presentes (entre representantes de clubes das séries A e B, mais as 27 federações), 44 votaram no Coronel Nunes, três votaram "não" pela eleição e mais três votaram em branco. As Federações da Bahia, de Alagoas e de Santa Catarina optaram por se abster, bem como as equipes do Bahia e do CRB-AL.

A confirmação da eleição de Nunes representa uma vitória política do grupo do presidente licenciado Marco Polo Del Nero, grande articulador da Assembleia desta quarta. Com 77 anos, o Coronel passa a ser o mais idoso entre os vices e sucessor natural em caso de saída forçada ou renúncia do aliado Marco Polo.

A manobra de colocar o vice-presidente de 77 anos serviu para encerrar as chances do opositor Delfim Peixoto, então vice mais idoso – 74 anos –, de ficar com o comando da CBF. Com o caminho livre, o grupo de Del Nero garante a permanência no comando da confederação mesmo com possíveis desdobramentos das investigações em curso.

A eleição correu o risco de não acontecer nos últimos dias devido a uma liminar conquistada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. No entanto, a liminar foi cassada na última terça-feira e o pleito ocorreu normalmente.

Foto: UOL