O Corinthians precisa resgatar sua identidade. O “Time do Povo” se perdeu em meio aos milhões de reais dos últimos anos, títulos e a nova Arena. O time do “faz-me rir” não levantava canecos nos anos 70, é verdade, mas também não passava vergonha. Caia de pé e aplaudido pela sua torcida.
A eliminação desta quarta-feira para o Atlético-MG, na Copa do Brasil, provou que o Corinthians não é mais o Corinthians. Apontado como um time com uma das melhores defesas do país, levou quatro gols do rival, sendo derrotado de forma impiedosa, justa e de virada.
O atual Corinthians precisa de 11 “Guerreros” em campo, além de resgatar sua identidade. O atacante peruano é sinônimo de luta e respeito à camisa. Goleador sem ser um craque, Guerrero sai estafado de todos os jogos. Jogar no Corinthians é assim...
No Mineirão não foi diferente. Autor do gol corintiano, o primeiro na partida, o que aumentou a vantagem alvinegra e que deveria ter dado ainda mais tranquilidade ao time para administrar a classificação, o atacante deixou o campo envergonhado e criticando a todos ao final da partida.
Atitude normal, até porque Guerrero tem brio, sente o jogo. Ele, sim, tem a cara do Corinthians e pode encarar a Fiel, de frente.
Mano Menezes tem sua parcela de culpa na eliminação, é claro. O treinador não deve ser demitido do cargo, tampouco pedir demissão. Sua permanência é de responsabilidade do presidente Mario Gobbi, que está em ritmo de despedida do clube e acomodado diante das recentes conquistas – as eleições para a presidência acontecem em fevereiro.
Nem vou entrar no mérito se Mano deve ser demitido, pois o foco do texto é o Corinthians e a perda da sua identidade. Mas darei um pitaco: não teria nem contratado Mano Menezes, após a saída de Tite.
O Corinthians de Mano Menezes joga feio e de forma covarde. Mesmo na sua Arena, em Itaquera, muitas vezes se cerca de um enorme receio de tomar gols, o que enerva a Fiel torcida e contraria a sua história.
Como citei no início do texto, quem conhece o time do povo sabe que o jogo tem que ser para frente, sem medo, de forma guerreira e intensa. Este sempre foi o perfil do centenário Corinthians.
Depois de uma fase de títulos, o clube precisa se reencontrar. Não se trata de mandar embora jogadores e treinador, como numa caça às bruxas após uma queda vexatória. Isso será necessário também, mas o clube precisa resgatar sua identidade acima de tudo.
O Alvinegro tem que readquirir a coragem de jogar de forma ofensiva dentro e fora de casa, sem receio da derrota. Tem que estar ciente de que perder faz parte do jogo, ser goleado é o risco que cerca os grandes clubes, mas que é preciso cair de pé, aplaudido pela torcida. A história do Corinthians é essa. Não pode mudar.
Twitter: @salgueirofc
Foto: UOL
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