Napoleão de Almeida
Colaboração para o UOL

O volante Camacho foi, ao lado de Tchê-Tchê, uma das principais engrenagens do Audax que projetou Fernando Diniz como um técnico revolucionário, na campanha do Paulistão 2016. A posse de bola dependia muito de ambos e da articulação no meio campo para afastar riscos e construir jogadas.

Quando o Furacão apostou em Diniz, o comandante solicitou ao clube que o buscasse no Corinthians, onde tinha perdido espaço. Agora, com a saída do técnico, Camacho reiniciará a caminhada no Atlético buscando convencer Tiago Nunes, novo treinador, de que pode ser útil.

"Já estou aqui há cinco meses, estou me sentindo muito bem aqui. Fui recebido muito bem e no começo as coisas estavam indo muito bem. Agora estamos passando por um momento difícil, mas essa parada pra copa fez bem pra gente. Espero que possamos voltar melhor e sair dessa situação o mais rápido possível", disse em conversa com o UOL Esporte.

Para ele, o fracasso da passagem de Diniz no clube se deve a sequência de jogos que o time teve, uma bola de neve que começou com uma derrota para o Palmeiras e acabou na penúltima posição do Brasileiro, após 9 derrotas nos últimos 11 jogos. "O começo foi muito bom, mas depois as coisas não deram muito certo. Foi jogo atrás de jogo e perdemos muitas partidas seguidas. Não sei definir o que não deu certo", comentou, para também falar da relação com o novo técnico: "O Tiago e um grande profissional também, que está buscando o seu espaço. Estamos treinando muito e espero que ele nos ajude nesse recomeço".

Copa muda orientação sobre posse de bola e valoriza posição de Camacho

A Copa 2018 vai ficar marcada pela retomada do jogo vertical e objetivo como protagonista sobre o estilo adotado pelas campeãs Espanha e Alemanha nos dois Mundiais anteriores. Por outro lado, meias como De Bruyne, Pogba, Kanté e Lingard, que conduzem a bola e compõem a marcação, dão o tom do que se espera da posição de Camacho.

"São grandes jogadores e essa posição está cada vez mais importante dentro do futebol, o jogador que tem a marcação e sabe entrar na área e finalizar com eficiência. O cara que faz essas duas coisas com qualidade está um passo à frente dos demais. Eu me cobro pra ter mais, quero chegar mais no ataque e tô treinando muito isso, chegar cada vez mais na frente", analisou.

Por outro lado, a mudança de modelo de jogo no Mundial ainda não o convenceu. "Vi bastante jogos da Copa e na maioria os times estão optando por se defender mais e sair em contra ataques. Acho que isso não é tendência em clubes, onde se tem mais tempo de treinar. Ainda prefiro e acho mais bonito de ver os times que mantem a posse de bola e buscam trabalhar melhor as jogadas. Opinião pessoal", ponderou.

Saída de Sidcley do Corinthians não mudou cenário para Camacho

Negociado do Corinthians para o Atlético enquanto o Furacão emprestava o lateral-esquerdo Sidcley ao Timão, Camacho não deixará Curitiba antes de dezembro. "Sigo aqui no Atlético, tenho contrato até dezembro e espero cumpri-lo. Já fiz 11 jogos no Brasileiro", afirmou. E depois? "São dois clubes que eu gosto bastante. Sempre estou na torcida pelos amigos que estão no Corinthians, mas hoje defendo o Atlético e vou dar meu máximo pra alcançar os objetivos aqui. Eu tenho contrato com o Corinthians até 2020. Mas futebol e muito dinâmico, não dá pra saber o que vai acontecer. Prefiro viver o dia a dia. Dar meu máximo aqui no Atlético e ver o que vai acontecer depois. Meu foco está todo nesse ano."

A má fase do time não o impede de ainda pensar em uma temporada vitoriosa. "A estrutura é fantástica, não nos falta nada. Estamos nos três campeonatos que teríamos pra disputar. Temos um jogo complicado contra o Cruzeiro agora e acreditamos que vamos passar. Sul-americana, estamos vivos também, e no Brasileiro estamos em um momento complicado. E primeiro pensar em sair da Zona e depois buscar objetivos melhores."

Foto: Arquivo Pessoal/Assessoria de Imprensa de Camacho