De um lado da quadra, Roger Federer, 17 vezes campeão de Grand Slam, escolhia as bolas novas que começaria o ponto daquele game. Do outro, Rafael Nadal, 14 títulos de Grand Slam, enxugava o suor do rosto e se concentrava, preparando-se para receber o saque potente e eficiente do adversário naquele jogo.
Era essa a imagem constante da final do Australian Open, no último domingo, com um jogo que simplesmente premiou o mundo. Ambos voltam recuperados de lesão, depois de grande tempo fora. Na semifinal Nadal havia eliminado Dimitrov num jogo de mais de 5 horas de duração. O búlgaro jogou muito, mas o público queria ver mesmo era o espanhol na final, porque Federer já estava lá. Havia deixado para trás o compatriota, Stan Wawrinka.
Não há como negar: vivemos numa época esportiva extremamente privilegiada. Nos campos de futebol desfilam craques como Messi, Cristiano e Neymar. Nas pistas Usain Bolt voa como uma flecha. Nas águas ninguém alcança as braçadas do incansável Michael Phelps. No basquete Lebron James, Stephen Curry e Kevin Durant. Nas quadras de tênis Federer e Nadal ainda têm a dura batalha de derrotar o irreverente e habilidoso Novak Djokovic.
Cabe a nós apreciar. Como fizemos no último domingo. Um set para cada lado até o desempate. A jovialidade e equilíbrio de Rafa contra a experiência e precisão de Federer, que ainda teve um dia a mais de descanso. Um ponto brilhante atrás do outro em 4 horas de espetáculo. Que tênis lindo foi essa final. E ainda estamos em janeiro. A vontade é que esses monstros do esporte não parem nunca, pois sempre fica a sensação de que ninguém um dia poderá fazer igual. E fica, também, a torcida por outras finais como essa, que nos tira da cama no fuso horário, que extasia em perplexidade e faz o coração subir até a garganta.
O indivíduo que começou ver esse jogo não foi o mesmo que terminou de vê-lo. Ninguém assiste a uma honraria como aquela sem receber algum efeito colateral. Ao final da partida, decidida num pedido de desafio, foi comovente ver a emoção nos olhos do vencedor. Olhar que era de fácil leitura e feição de quem ganhara naquele momento um dos principais títulos de sua carreira, quando talvez nem ele próprio pensasse que conseguiria.
De um lado da quadra, Roger Federer, 18 vezes campeão.
Foto: UOL
Lindt promove encontro com Roger Federer, na Suíça
28/08/2017Em maratona de 4h40, Melo é o 1º brasileiro campeão de duplas em Wimbledon
15/07/2017Muguruza vence Venus e é campeã de Wimbledon
15/07/2017Entrevista com Ubiraci Rodrigues da Costa (Biriba), primeiro grande mesatenista do Brasil
28/06/2017Tênis de mesa: entrevista com Israel Stroh
28/03/2017