A Copa do Mundo é tiro curto, é mata-mata, é o futebol em sua essência e não aceita desaforos

A Copa do Mundo é tiro curto, é mata-mata, é o futebol em sua essência e não aceita desaforos

Após os “felipônicos” 7 a 1 da Copa de 2014, passei a defender que Tite, o “Águia de Haia dos Pampas” (SuperTécnico-2000, na Band), deveria assumir a seleção brasileira.

Ele já era, disparado, o melhor técnico do país.

Mas aí, após o Mundial, a sempre precipitada CBF decidiu insistir no erro chamando Dunga.

Deu no que deu...

Só que, em junho de 2016, não teve jeito.

Mesmo com muita gente achando que ele não aceitaria o convite da sempre “empepinada” CBF, Tite assumiu o escrete canarinho e foi bem demais!

Afinal, a seleção, que estava em sexto lugar nas eliminatórias, se transformou em uma “máquina de vitórias” e se classificou para a Copa da Rússia com grande folga.

E, por causa desse ótimo desempenho, o time brasileiro se tornou um dos grandes favoritos ao título mundial em 2018.

Talvez isso tenha mexido com a cabeça de Tite e explique toda a sua teimosia durante a Copa.

Deu tudo tão certo para Tite pré-Copa que ele sentiu que no Mundial teria que seguir à risca todas as suas convicções.

Como se o Mundial fosse um longo e chato Brasileirão dos “pontos morridos”, que você perde uma partida e tem mais 37 para se recuperar.

Mas a Copa do Mundo não é um Campeonato Brasileiro.

A Copa do Mundo é tiro curto, é mata-mata, é o futebol em sua essência e não aceita desaforos.

Ele deveria ter sacado logo no primeiro jogo, contra a Suíça, que não dava para manter os nada mais que esforçados Gabriel Jesus e Paulinho no time titular.

Eles sequer deveriam ter sido convocados.

Insistiu em seus erros, mas, mesmo assim, se deu bem contra Costa Rica, Sérvia e México por causa da fragilidade dos adversários.

No primeiro grande teste que teve no Mundial, contra a “ótima geração belga”, acabou pagando uma conta muito cara por causa de sua teimosia.

Conta que, por tabela, também pagamos.

Não foi por falta de aviso...

E, além do fracasso na Rússia, a teimosia fez com que Tite, que chegou a ser sondado pelo Real Madrid, despencasse de patamar.

Sua nota, que antes da Copa era 9,16, passou para... zero!

Terá, agora, que recomeçar.

E muita gente aposta que esse recomeço será ainda na seleção, mas eu acho que o ideal para ele seria voltar para algum clube brasileiro.

Quem sabe para o “seu” Corinthians, para o endinheirado Palmeiras ou mesmo para algum clube do Rio Grande do Sul.

Assim, naturalmente ele se destacará de novo e será convidado outra vez para assumir a seleção brasileira.

Mas, ao voltar ao escrete canarinho daqui um tempo, que ele tenha esquecido toda a sua teimosia nos vestiários da Arena de Kazan, palco da eliminação para a Bélgica, e tenha aprendido de uma vez por todas que Paulinho e Gabriel Jesus não podem vestir a camisa da seleção brasileira nunca mais!

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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