A vida não pode parar e vamos tocar aqui os nossos barquinhos

A vida não pode parar e vamos tocar aqui os nossos barquinhos

Mas que semana, hein?

Começou com a morte terrível de Ricardo Eugênio Boechat que acabei por “batizar” de Ricardo “El Gênio” Boechat.

Incrível, nunca antes na história deste país, “lulamente” falando, jamais a morte de um jornalista provocou tanta comoção, tanta consternação.

Senti algo parecido com os ocorridos quando das mortes, tão tristes também, de Tancredo Neves e Ayrton Senna.

E como à época não havia internet, suponho que a repercussão da tragédia que nos tirou Boechat foi ainda maior.

Claro que sabia de sua condição de funcionário número 1 do Grupo Band, mas não imaginava tamanha comoção de toda a sociedade brasileira.

E louve-se as emissoras co-irmãs.

No velório, falei com quase todas, grandes, médias e pequenas e me impressionou o espaço nobre dado pela Rede Globo à morte de Boechat, homem de rádio – ele não era do ramo e ficou muito bom -, revista e TV.

Eu, Milton PITONISA Neves, “enfrentei” o Boechat por 13 anos às 9h da manhã na BandNews FM com muito bom humor e nos socos também. Tanto que, um dia, entre nós virou pugilato (rs)!

Mas como ele falava, a vida não pode parar e vamos tocar aqui os nossos barquinhos.

O do São Paulo furou e afundou na quarta-feira por falta de piloteiro à altura dos marinheiros macacos velhos acomodados.

Lá no píer, na diretoria lá na ponta da praia, os donos dos barcos não se entendem e só dão cabeçadas para todo lado.

E agora inventaram no Morumbi a figura do técnico do “carnê do Mappin”: Mancini, que é bom, veio à prestação para esquentar o lugar para o Cuca.

Aliás, né, Jardine, Vagner Mancini já era solução mais palatável do que você por já ser um treinador rodado, experiente, como bem poderia ter sido Fernando Diniz, agora no Fluminense.

A propósito, parabéns ao Fernando Diniz, que conheci bem na região em que moro, e ele está fazendo o Flu flutuar acima do dinheirão do Flamengo.

E até o Oeste, que passou por suas mãos, bateu o Fast Clube dentro de Manaus por 6 a 1.

E o Corinthians, ainda “titubeante”, hein?

O tradicional termo é de Fiori Gigliotti e define bem o atual momento do Timão do bom Carille, ótimo até em coletiva.

A do Jardine, quarta à noite, já rebaixado e substituído - ele tinha ciência - jogou para galera perante os repórteres dissertando sobre o nada e até disse que não perdeu do Talleres de Córdoba, “apenas empatou”.

Ora, foi uma das mais vergonhosas derrotas da vida do São Paulo em casa com o anestesiado Jardine não tendo mexido no time no intervalo mesmo com o São Paulo jogando “pedrinhas”.

Ali, no intervalo, ele deveria ter sido demitido.

E jogando perante mais de 50 mil torcedores em pleno Morumbi contra um São Caetano da Argentina, conseguiu ainda ficar 100 minutos sem criar uma mísera chance real de gol.

E não é que, ainda por cima, quase perdeu o jogo?

Agora, chega de experiência e de cursos de madureza e Mobral para treinador, viu, São Paulo?

Já não bastaram os quatro ou cinco anos em que vocês, reféns do mito Rogério Ceni, não contrataram reservas à altura para ele?

Afinal, ele não deixava, vocês ficavam com medo e não contratavam reservas bons.

Resultado: o Rogério foi parando, foi até o osso, e aí, sem reservas bons, os cartolas tricolores foram atrás de um monte de goleiros ruins.

Lá atrás, ainda com Rogério, o nome era Martín Silva, o uruguaio do Vasco que voltou para o Paraguai.

Esse atual que descobriram por aí é grande, pancudo, vistoso, pula bem e bonito, mas a bola entra, à la chinês de circo pulando do trapézio.

O Palmeiras deita e rola, o São Paulo e o Corinthians patinam, o Santos tem bela Porsche Cayenne by Stuttgart no banco, mas não tem gasolina para o carro alemão.

Só que não anda decepcionando, o que é pouco, porque na hora de a porca torcer o rabo a coisa pode complicar.

No chiqueirão verde, por exemplo, os porquinhos do Santos não terão chances contra os cachaços do Felipão.

E só, e vamos agora tocar o nosso barquinho, como dizia o ex-Ricardo Eugênio Boechat, que agora o Pitonisa aqui batizou de Ricardo “El Gênio” Boechat.

E aquela nossa Páscoa combinada, Boechat, com as nossas famílias no Four Seasons de Tribeca, Nova York, nas alturas de suas Private Residences, fica suspensa até que eu possa te reencontrar.

E obrigado por tudo, Jacaré de Niterói-RJ!

Boechat e o Debate Póstumo! Um trabalho de gênios que assinam esta obra no final do vídeo. Parabéns! Opine!

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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