Credo, não deu nem três meses e só pinta notícia trágica neste “Ano Novo”

Credo, não deu nem três meses e só pinta notícia trágica neste “Ano Novo”

Mas que ano, hein?

O tal batido e tradicional “Próspero Ano Novo” repetido, falado e escrito bilhões de vezes durante dezembro, pelo jeito, não fez efeito desta vez.

Mas ainda dá tempo, espero.

Credo, não deu nem três meses e só pinta notícia trágica neste “Ano Novo”.

E bota trágica nisso.

Começou com Brumadinho e seguiu com o dilúvio nas encostas do Rio.

Morte e mais mortes, como também as de Boechat, Avallone e, sim, de Eurico Miranda, meu melhor entrevistado.

Depois com a tragédia do Ninho do Urubu com 10 vítimas “esportivas” de garotos que sonhavam com gols, Copas, aplausos e consagração.

E agora veio Suzano, terra do papel e da paz, escrevendo seu nome na lista macabra de mais inocentes tão jovens sendo mortos por dois “gamers” imbecis com titica de galinha na cabeça.

Queriam ser heróis e foram para o inferno, onde nadarão por séculos no “Tacho do Capeta”.

Neste ano, já choramos por Brumadinho, por Boechat, por Avallone, por Eurico, pelos garotos do Ninho e pelo Massacre de Suzano-SP

Mas para o céu foi Coutinho, com certeza.

Chegou na Vila só com 14 anos e parou de jogar aos 27.

Só aos 27!

Um pecado.

Ele e o zagueirão Calvet pararam muito cedo por lesões no joelho e no tendão de Aquiles.

Contusões sempre preocupantes, mas, hoje, com tamanha evolução da medicina e de suas técnicas, não passam de “um resfriado”, exagerando um pouquinho.

Não é, Ronaldo?

Com aquela “destruição” de seu joelho em 1999, jogando pela Inter de Milão, você nos anos 60 mal poderia voltar a andar.

Mas médicos gênios o recuperaram – e nisso só o Doutor Osmar de Oliveira, no Brasil, acreditou ser possível – e o Fenômeno nos deu o Mundial de 2002.

Ronaldo e Rivaldo, o melhor da Copa.

Rivaldo, o gênio calado.

Como Ademir da Guia e... Coutinho!

Ademir jogou mais que Cruyff, mas esqueceu de avisar.

Coutinho não foi Pelé, por impossível, e nunca esquentou a cabeça com isso.

Era tão sossegado que mal comemorou seus quase 400 gols que os fez “por obrigação contratual” e por ser “o seu serviço”.

Um grande abraço e obrigado por tudo, Coutinho!

 

Pelé e Coutinho: a melhor dupla da história do futebol. Disparado! 

Mais uma emblemática foto da maior dupla da história do futebol. E a camisa desbotada de Pelé? Outros tempos... 

E parabéns a toda a imprensa esportiva pelas homenagens algo que hipócritas prestadas a ele e a tantos outros que nos deixaram.

Aliás, por que a grande maioria de vocês só se lembra do craque de ontem quando ele... morre?

Deveria ser lei para os veículos um obrigatório pequeno espaço que seja aos que fizeram a história do esporte no Brasil.

Assistam ao monumental “Classics Sports” da TV americana e copiem.

Lá, são 24 horas diárias dos grandes momentos dos heróis esportivos do país em todas as modalidades.

O ótimo “Museu do Futebol” de São Paulo, em que Roberto Avallone e eu – justo nós! – fomos excluídos, a princípio, por alguma figura ordinária a “coordenar” e colher os depoimentos dos jornalistas, foi um grande avanço.

Mas “os de ontem” precisam de mais exposição e “respeito físico”.

Ou seja, que em cada rara entrevista em vida, em qualquer espaço da mídia, que nosso personagem da história receba algo em dinheiro, em produtos, em serviços médicos ou educacionais para filhos e netos.

Eles precisam, minha gente!

E merecem!

“Querem me entrevistar? Pois não, o cachê é de 15 mil dólares”, ouvi do rico argentino Carlos Bilardo, então jornalista na Copa de 98 em Paris, quando saudoso Alberto Léo e eu o convidamos para nossa “Mesa Redonda” em Lésigny, pela TV Manchete.

Imaginem vocês a já então cambaleante TV Manchete pagando cachê de US$ 15 mil a alguém por duas horas de bate-papo!

Ora, nem meus 15 mil reais “contratuais” pagaram.

"Mesa Redonda" em Lésigny, na França: Carlos Bilardo (em destaque na foto), não compareceu. É que queria um cachê "só" de US$ 15 mil por uma hora de programa. Oldemário Touguinhó é o último à direita, seguido por Édson Mauro, Paulo Stein e Milton Neves. Alberto Léo era o comandante da TV Manchete no Mundial, mas não aparece na imagem

Lésigny, em 1998: Oldemário Touguinhó, narrador Édson Mauro, Paulo Stein, Washington Rodrigues (o Apolinho) e Milton Neves

Mas Bilardo estava certo.

Quer história e audiência, então pague, remunere!

E chega de pagarmos em tristeza as notícias trágicas deste início de 2019.

Chega, já deu!

Opine!

SOBRE O COLUNISTA

Milton Neves Filho, nasceu em Muzambinho-MG, no dia 6 de agosto de 1951.

É publicitário e jornalista profissional diplomado. Iniciou a carreira em 1968, aos 17 anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal.

Trabalhou na Rádio Colombo, em Curitiba-PR, em 1971 e na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo, de 1972 a 2005. Atualmente, Milton Neves apresenta os programas "Terceiro Tempo?, "Domingo Esportivo? e "Concentraç&atild... Saiba Mais

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