Matéria do jornalista Maurício Sabará sobre o Clássico Grenal. Foto: Reprodução

Matéria do jornalista Maurício Sabará sobre o Clássico Grenal. Foto: Reprodução

Hoje a série de clássicos brasileiros de todos os tempos é na Região Sul, sobre o Grenal, um dos mais tradicionais do país. Para realizar tão árduo trabalho, manterei a base dos principais jogadores, aqueles que mais se identificaram com a camisa que vestiram, mas modificando a formação do jeito mais atual possível, optando por escalar três jogadores no meio de campo e mais três no ataque. E geralmente terá um ponta fixo e um lateral ofensivo do outro lado.  Um detalhe que ainda preservarei é a obrigatoriedade de ter três recordistas na equipe titular. Quem tem mais anos de clube, maior número de partidas disputadas e o goleador principal, além de outros fatos marcantes.  No meu caso, continuarei a questão de não repetir o jogador, para que se possa ter uma idéia de um campeonato. Determinado futebolista foi muito importante em mais de um time, mas levarei em conta onde se destacou melhor. 

Grêmio X Internacional é conhecido como Grenal, sem sombra de dúvidas o maior do Rio Grande do Sul e para muitos do Brasil, devido à exclusividade dele no Estado. Muitas vezes se lê Gre-Nal, semelhante ao Fla-Flu e para muitos colorados deve se ler GreNal, para que a referência ao Inter não fique minúscula, algo que não obedece à grafia correta da língua portuguesa, portanto o correto mesmo é o nome que mencionei.

É muito difícil escrever em poucas palavras sobre um clássico tão único em seu Estado, pois serão muitos casos a serem mencionados. Ele surgiu praticamente junto com o surgimento do Internacional, que não se deu bem logo em sua primeira partida, já sofrendo uma goleada por 10 a 0, pois o Grêmio era um clube já bem estruturado. Na época do Amadorismo houve confrontos interessantes, sempre existindo aquela diferença que envolve determinados clubes, pois um era de colônia (alemã) e o outro abraçou mais o povo. Foi a partir dos Anos 40 que de fato surgiram os grandes Grenais, pois o Inter formou um dos melhores times da sua história, levando ao sofrimento seu maior rival. Na década de 50 houve um considerável equilíbrio, com os colorados sendo mais fortes na primeira metade e os gremistas dominando a segunda. Quando o Estádio Olímpico foi inaugurado em 1954, houve um torneio, com os colorados aplicando uma dolorosa goleada por 6 a 2 nos gremistas, resultado esse muito comentado até hoje. Os Anos 60 praticamente foram favoráveis aos tricolores, ganhando oito Estaduais. Já na década de 70, com o Octacampeonato do Internacional, ainda por cima ganhou três Brasileirões. O equilíbrio esteve presente nos Anos 80, pois se o Grêmio ganhava o Campeonato Brasileiro, Libertadores e Mundial, o Inter dava o troco faturando o Gaúchão com mais frequência, além de ser duas vezes vice no Nacional. Um jogo que vale a pena ser mencionado é o famoso “Grenal do Século”, ocorrido na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1988 (já disputado no início de 1989), pois o time que se classificasse para a decisão teria garantida a vaga para a Libertadores do ano seguinte, dando 0 a 0, classificando o Inter, que tinha a melhor campanha, indo para a final com o Bahia, ficando com o vice. Na última década do século XX é frequente a superioridade gremista, que se mudou de lado no século XXI. Claro que geralmente as decisões do Campeonato Gaúcho costuma envolver os dois tradicionais rivais.    

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, fundado em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) no dia 15 de setembro de 1903, completou 114 anos em 2017. Um dos primeiro clubes do Estado teve grande influência da colônia alemã, sendo sem sombra de dúvidas o principal time gaúcho do futebol amador, faturando maior número de Estaduais, tendo em seu quadro jogadores históricos como o goleiro Eurico Lara e os atacantes Luiz Carvalho e Foguinho. Sua hegemonia foi obtida novamente a partir de 1956, conquistando até 1968, ganhando praticamente todos os títulos estaduais, só deixando de vencer em 1961, o que quase seria um recorde no futebol brasileiro e talvez mundial. Volta a vencer em 1977, mas a superioridade do rival ainda era grande, tendo só a partir de 1981 uma força maior com a conquista do seu primeiro Campeonato Brasileiro. Seria vice no Brasileirão na temporada seguinte, já demonstrando o seu poderio em torneios nacionais e internacionais, pois em 1983 ganharia sua primeira Libertadores e Mundial Interclubes, um orgulho para o futebol gaúcho. Nos Anos 90 manteve a tradição de time copeiro, faturando por duas vezes a Copa do Brasil (já tinha vencido a primeira edição em 1989), a Supercopa do Brasil, um Campeonato Brasileiro, uma Recopa Sul-Americana e sua segunda Libertadores, tendo também bom número de títulos estaduais. E no Século XXI esteve bem atrás do Inter, ganhando apenas quatro Estaduais, um Brasileirão da Série B, tendo grande recuperação de um ano pra cá, com a conquista da Copa do Brasil de 2016 (tinha também vencido em 2001), sua terceira Libertadores em 2017 e sendo vice-campeão mundial no dia 16 de dezembro, perdendo por 1 a 0 para o Real Madrid.      

Para o gol gremista meu escolhido é Eurico Lara, goleiro que tem até o seu nome citado no hino do clube, figura lendária do clube pelas qualidades técnicas na meta (considerado um dos melhores do país na década de 20), bravura, atuou por 15 anos (1920 a 1935), jogando adoentado seu último jogo, tendo depois complicações que fizeram com que falecesse e se tornasse imortal para a história do Grêmio. Seu reserva é Danrlei, um dos jogadores que mais atuaram pelo time (594 partidas), era muito marcante na vitoriosa década de 90, jogando por dez anos (1993 a 2003), sendo fundamental nos grandes títulos no período, sendo reconhecido como um dos melhores da época, mas também pelo gênio forte que lhe rendeu muitas confusões em campo. Nomes que merecem ser lembrados é os de Mazaropi (campeão da Libertadores da América e do Mundo em 1983) e o atual Marcelo Grohe, vencedor da Libertadores de 2017.

O paraguaio Arce na lateral-direita representa um ponto forte da defesa gremista, muito destacado pela sua disposição e especialmente por sua precisão em cruzamentos e cobranças de falta, marcando muito no período de 1994 a 1998, tendo antes ótimas atuações no clube que o revelou (Cerro Porteño) e depois no Palmeiras. Para a reserva está um Prata da Casa, com Paulo Roberto fazendo parte do período próspero da primeira metade da década de 80 (1981 a 1984), ganhando o Brasileirão de 1981 e em 1983 faturando a Libertadores e o Mundial Interclubes, sendo também bom nas cobranças de falta e apoio ao ataque.

A zaga gremista começa com um gigante, pois Airton Pavilhão esbanjou uma categoria invejável como zagueiro-central (muitos que o viram jogar dizem que era mais técnico até mesmo que o formidável Mauro Ramos de Oliveira), disputando 502 jogos de 1954 a 1968 (um breve período de empréstimo no Santos), tendo mais de dez títulos estaduais e marcante demais por nunca se abalar com os atacantes, tendo o luxo de recuar de trivela a bola para o goleiro da linha de fundo, um lance de pura habilidade do Pavilhão.  

Seu companheiro de zaga é o valente uruguaio De León, que honrando a camisa gremista entre 1981 e 1985, um ídolo Nacional de Montevidéu que alcançaria a mesma condição no Grêmio, ganhando títulos inéditos como o Brasileirão, Libertadores e Mundial, marcando muito por erguer a taça do Intercontinental com o rosto sangrando. O primeiro reserva da zaga é Luiz Luz, conhecido como o Fantasma da Área, beque de muitas qualidades técnicas, que disputou a Copa do Mundo de 1934 e que de 1935 a 1940 desfilou o seu talento pelo tricolor. E o último é Ênio Rodrigues, quarto-zagueiro forte que já tinha sido campeão gaúcho pelo Renner em 1954, atuando pelo Grêmio de 1955 a 1961 ao lado de Airton, sendo penta em 1956/57/58/59/60.   

Não tem como deixar Everaldo de fora como lateral-esquerdo gremista de todos os tempos, que demonstrou muita disposição pelo time e também talento, ganhando os Estaduais de 1966/67/68, orgulho do Rio Grande do Sul por ter sido o representante na Copa do Mundo de 1970, faleceu tristemente em um acidente de automóvel, com o escudo do clube tendo uma estrela em sua homenagem. Ortunho era o lateral anterior, mas aqui será banco, sendo muitas vezes o escolhido, era daqueles defensores que jogavam bem na posição, sendo um tenaz marcador, fazendo parte de um período maravilhoso que compreende entre os anos de 1958 e 1967, ganhando muitos títulos gaúchos.

Para jogar como volante é necessário ter grande técnica ou muita disposição, mas principalmente ser um motor, então considero que Mílton Kuelle seja o melhor representante, pois foi assim que ele jogou durante 11 anos (1954 a 1965), nono maior goleador (118 gols), um símbolo do vitorioso período. Élton Febsterseifer, com sobrenome também de origem alemã, será o seu reserva, porém jogaram juntos de 1955 a 1963, compondo um meio de campo difícil de ser batido. Vale a homenagem à Dinho, um dos principais jogadores gremistas da década de 90, que veio de períodos vitoriosos em clubes como o Confiança, Sport e São Paulo, mas talvez atingiu o seu auge no Grêmio, honrando a raça gaúcha e ganhando títulos marcantes entre 1995 e 1998.

Improvisei o ponteiro direito Tarciso para a meia-direita, pois se trata de um jogador que jamais pode ficar de fora, recordista em partidas (721), segundo maior goleador (226 gols), muitos anos de Grêmio (1973 a 1986), pegando o auge do rival Inter, sendo recompensado pelo título gaúcho de 1977, mas especialmente com a conquista do Brasileirão, Libertadores e Mundial, além das suas qualidades como ponta, com dribles, arrancadas, cruzamentos e forte chute à gol. Pela meia-esquerda está Joãozinho (132 gols, sétimo maior), o Pequeno Polegar, dinâmico, habilidoso, heptacampeão gaúcho de 1962/63/64/65/66/67/68, muito marcante de 1960 a 1972. Um gênio como primeiro reserva, pois de 1956 a 1963 o meia Gessy encantou os torcedores com o seu habilidosíssimo futebol, mesmo sendo muito frio (era que nem o Quarentinha, não costumava comemorar os gols), sendo até hoje o terceiro maior goleador gremista (214), indo para a Portuguesa de Desportos e logo em seguida encerrado a carreira para se dedicar à Odontologia. Completando as meias, o escolhido é o ponta-esquerda Vieira, que de 1954 a 1967 foi uma espécie de Zagallo, ou seja, um ponta que ajuda a armar.

Iniciando o ataque, pela ponta-direita, aparece o “até hoje” polêmico Renato Gaúcho, que em seu período de clube (1981 a 1986) foi comparado à Garrincha, pois era veloz e driblador, sendo o principal responsável pela conquista do Mundial Interclubes de 1983 anotando dois golaços, dois Estaduais (1985/86), sendo até hoje considerado um dos maiores jogadores da história do Grêmio, ganhando sua segunda Libertadores em 2017 (como técnico), recebendo no mesmo ano a justa homenagem de um busto no clube.

O primeiro centroavante é Luiz Carvalho, que surgiu em 1923 com apenas 15 anos, jogando no time de Lara e se tornando um célebre goleador (é o sexto maior com 166), daqueles à moda antiga, que anotava gols de virada, tendo três passagens pelo Grêmio (1923 a 1928, 1929 a 1934 e 1938 a 1940), com o atacante considerando-o superior a Pelé no ataque, sendo presidente do clube entre 1975 e 1977. Alcindo completa o ataque, que inicialmente era reserva de Paulo Lumumba, assumindo a titularidade e se tornando o maior goleador gremista de todos os tempos em seus dois períodos (1963 a 1971 e 1977), anotando 264 gols e sendo até hoje um dos maiores ídolos tricolores, inclusive participando da Copa do Mundo de 1966. Iniciando a reserva apostei no maior ídolo da atualidade, o atacante Luan, principal responsável pela conquista da Libertadores de 2017, já tinha vencido a Copa do Brasil do ano anterior, está no Grêmio desde 2014, já tem 55 gols em 210 partidas, ganhando alguns prêmios no Brasil por ser considerado um dos melhores jogadores em atividade no país e campeão pela Seleção Brasileira com alguns títulos nas categorias de base, inclusive o inédito ouro olímpico. Baltazar, O Artilheiro de Deus, é o primeiro centroavante reserva, sendo o oitavo maior goleador (131 gols em 293 jogos) de 1979 a 1982, sem dúvida o principal deles foi o do inédito título brasileiro de 1981, um golaço na vitória por 1 a 0 no forte time do São Paulo em pleno Morumbi. E para completar a linha atacante está o valente Juarez Teixeira, conhecido como Leão do Olímpico, que de 1955 a 1960 e de 1961 a 1963 foi o principal goleador gremista, travando históricos duelos com o zagueiro colorado Florindo, se tornando o quinto maior artilheiro de todas as épocas, balançando as redes adversárias em 202 oportunidades.  

Talvez o Grêmio seja um dos times brasileiros que mais teve atacantes de qualidade ficaram de fora. Cito nomes como os de Foguinho (1929 a 1941, com 210 gols em 250 partidas, fazendo dele o quinto maior goleador), Geada (1948 a 1952, anotando 99 gols), Marino (ponteiro direito que fez 117 gols 243 jogos), Volmir (ponta-esquerda driblador da segunda metade da década de 60, André Catimba (autor do gol do título gaúcho de 1977, com famosa cena dele voando), Jardel, Paulo Nunes e tantos outros. 

Para a função de treinador há nomes muito bons, mas optei por Valdir Espinosa, pois entendo que o seu nome se eternizou com os títulos da Libertadores da América e Mundial Interclubes de 1983, sendo ele o sexto técnico que mais comandou o time. Porém vale a citação de Oswaldo Rolla (o ex-jogador Foguinho) com o seu maior número de partidas comandadas (378) e o famoso Luiz Felipe Scolari (Felipão) que é o segundo (371) e recordista de títulos, tendo também excelentes passagens pelo Criciúma e Palmeiras, só pra citar clubes brasileiros, além da inesquecível conquista do Penta pela Seleção Brasileira em 2002.  

GRÊMIO (1903 A 2015)

Titular: Eurico Lara, Arce, Aírton, De León e Everaldo; Mílton, Tarciso e Joãozinho; Renato Gaúcho, Luís Carvalho e Alcindo. Técnico – Valdir Espinosa.

Reserva: Danrlei, Paulo Roberto, Luiz Luz, Ênio Rodrigues e Ortunho; Élton, Gessy e Vieira; Luan, Baltazar e Juarez Teixeira.

Mais anos: Lara – 15 (1920 a 1935)

Mais partidas: Tarciso – 721 (1973 a 1986)

Mais gols: Alcindo – 264 (1963 a 1971 e 1977 a 1979)

O Sport Club Internacional, fundado em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) no dia 04 de abril de 1909, completou 108 anos em 2017. Quem fundou o clube gaúcho foram paulistas, homenageando o hoje extinto Inter da capital, na época um dos principais times de São Paulo, pois não obtiveram sucesso quando tentaram ingressar no Grêmio, uma agremiação de colonização alemã, surgindo de forma bem diferente, voltada para o povo. Nos Anos 10, 20 e 30 sofreu muito com a superioridade do rival, que tinha 5 Estaduais contra 2 (1927 e 1934) e 19 Campeonatos Citadinos de Porto Alegre contra 10 (quase o dobro). Mas a partir de 1940 com o surgimento do Rolo Compressor de Tesourinha, Carlitos e tantos outros craques, que arrasaram os gremistas com grandes vitórias nos Grenais, sendo hexacampeão de 1940 a 1945, que só seria superado pelo Hepta do Grêmio (1962 a 1968). Na primeira metade da década de 50 surgiria outra brilhante equipe, que em homenagem à dos Anos 40 seria apelidada de Rolinho, embalada por outros notáveis jogadores e pelas grandes jogadas da dupla de ataque formada por Larry e Bodinho. Muitos colorados preferem esquecer dos Anos 60, pois seu maior adversário ganhou oito Estaduais contra apenas dois (1961 e 1969). Com a inauguração do Beira-Rio em 06 de abril de 1969 novos tempos surgiram, fazendo com que os Anos 70 se tornassem os maiores de qualquer clube do Rio Grande do Sul, com o inalcançável Octacampeonato (1969 a 1976) e três títulos brasileiros (1975/76 e 1979) com o formidável esquadrão de Falcão e Figueroa. Durante a primeira metade da década de 80 o Inter viu o Grêmio sendo campeão nacional e internacional (Libertadores e Mundial, conquistas essas que o Colorado não tinha), mas dominava o Campeonato Gaúcho, ocorrendo o contrário na segunda, com os gremistas vencendo o Estadual e os colorados indo bem no Brasileirão, porém sendo duas vice-campeões (1987 e 1988). Apesar de toda a força tricolor na década de 90, o Inter ganhou 4 Estaduais, vencendo também seu último título de caráter nacional, a Copa do Brasil de 1992. E no Século XXI aconteceram suas inéditas conquistas, ganhando duas Libertadores e um Mundial.

Para o gol do Internacional meu escolhido é o Manga, consagrado goleiro dos tempos de Botafogo, que virou lenda em seus três anos no Colorado (1974 a 1977), sendo tricampeão gaúcho e especialmente pelo Bicampeonato Brasileiro de 1975/76, mostrando toda a sua categoria e experiência. O consagrado Taffarel é o reserva, foi muito bem no Inter, sendo considerado o melhor goleiro do Brasil entre 1987 e 1990, mas não obteve títulos estaduais, duas vezes vice-campeão brasileiro e não se dava bem nos Grenais, então apesar das suas inquestionáveis qualidades na época, teve metas não atingidas. E faço a minha homenagem ao bom goleiro Ivo, do Rolo Compressor.

Da mesma forma que Manga teve tantos anos de Botafogo, optei por Paulinho de Almeida que depois atuou por muitas temporadas no Vasco, fazendo dele o meu lateral-direito colorado de todos os tempos, defendendo o time de 1949 a 1954, tinha muita garra e ficou conhecido pelo apelido de Capitão Piranha, pelos dentes saltados e pela forma como marcava, devorando os pontas adversários. Um reserva à altura é o Luiz Carlos Winck, que atuou nos Anos 80, retornando duas vezes (1991 e 1994), sendo considerado um dos melhores da posição no futebol brasileiro em seu tempo.

Zaga colorada é um local de respeito, então o chileno é o melhor nome, tomando conta da defesa como ninguém na história do clube de 1971 a 1977, sendo campeão gaúcho em todos os anos que atuou, autor do gol do primeiro título brasileiro em 1975 (foi bicampeão no ano seguinte) e eleito algumas vezes o melhor beque da América do Sul. Nena é o quarto-zagueiro, não tão consagrado, mas também foi bem na década de 40.

De 1929 a 1940 o zagueiro Risada foi um importante zagueiro do Inter, que, apesar do apelido, jogava bem sério, sendo campeão gaúcho de 1934 e o meu escolhido como primeiro reserva. O outro é Alfeu, outro que não brincava em serviço, que para os antigos colorados formou com Nena a mais espetacular de todas as zagas do time. Vale a pena citar o zagueiro Florindo, que de tão grandioso foi na década de 50, ganhou o apelido de Gigante do Ébano.  

Em 1958 o reserva do campeão mundial Nilton Santos foi o Oreco, que atuava muito bem no Corinthians, mas apareceu mesmo no futebol jogando pelo Internacional, tanto o de Santa Marina quanto o de Porto Alegre, jogando de forma séria e com categoria, sendo considerado um dos melhores do Brasil em seu tempo, tendo sua fase mais vitoriosa no Colorado, de 1950 a 1957, jogando muito na lateral-esquerda. Não era fácil jogar no Inter nos bons tempos do Grêmio (Anos 60), mas Sadi se saiu muito bem, sendo considerado um dos melhores na época pelo lado esquerdo, merecendo a reserva.

Volante é uma posição que o Colorado tem muita tradição. Já começa com Falcão, considerado por muitos o maior jogador da história do clube, futebol altamente técnico e clássico, que brilhou intensamente entre 1973 e 1980, sendo o principal comandante nos títulos brasileiros de 1975/76 e 1979, conquistando também os Estaduais, considerado o melhor meio-campista brasileiro na segunda metade dos Anos 70 e início da década de 80 quando estava na Roma. Paulo César Carpeggiani forma uma dupla ideal, jogaram juntos, tinha técnica de meia e depois qualidades como marcador, um pulmão no período correspondente de 1969 a 1977, sendo também várias vezes campeão. O primeiro reserva é Batista, outro volante que jogou com ambos, sempre apresentando muita disposição, um marcador difícil de ser batido. Por último aparece Salvador, esse sim um volante de estilo clássico, com uma habilidade incrível apresentada na primeira metade dos Anos 50, que depois encantaria os torcedores do Peñarol e River Plate.

Optei por um ponteiro esquerdo para atuar como meia-esquerda, escolhendo Carlitos, um dos principais jogadores do Rolo Compressor, anotou gols fantásticos que fizeram dele o maior goleador da história do clube e também recordista em anos de serviço,além de ser o maior artilheiro em Grenais. Mais um ponta-esquerda atuará na meia-esquerda, um nome ilustre como o de Chinesinho, que teve destaque de 1954 a 1958, tendo depois belas passagens pelo Palmeiras e futebol italiano, dono de muito talento.

Ótimos meio-campistas ficaram de fora, como Ávila, Dorinho, Bráulio, Carbone, Caçapava, Ruben Paz, D’Alessandro e tantos outros. Um setor que o Inter sempre teve muita tradição.

Pela ponta-direita nada melhor para iniciar que o inesquecível Tesourinha, considerado pelos o que viram atuar nos Anos 40 superior à Garrincha, o maior talento do Rolo Compressor, era tido como principal jogador do clube até o surgimento de Falcão, infernal pelo lado direito, com velocidade e dribles desconcertantes, era tão bom que foi o único jogador gaúcho que teve chance de fato com o técnico Flávio Costa da Seleção Brasileira na década de 40. Claro que deve ter um representante do título da Libertadores (especialmente a primeira) e Mundial, com Fernandão sendo o nome, ídolo maior na ocasião, com grande participação nas conquistas através da sua precisão em campo, especialmente pra cabecear. E para finalizar o ataque aparece Valdomiro, o veloz ponteiro direito que desloquei par ao lado esquerdo, que ganhou todos os títulos do Inter, estando presente de 1968 a 1980, retornando em 1982, um vitorioso sem fim.

Iniciando a reserva aparece o goleador Claudiomiro, outro vencedor, ganhando muitos Estaduais de 1969 a 1974, saindo pouco antes do vitorioso período dos títulos brasileiros. Completando a linha atacante escalo aquela que é considerada a mais espetacular dupla de área colorada, formada pelo cabeceador Bodinho e o cerebral Larry, que através das suas engenhosas tabelinhas desmontavam as defesas, especialmente a gremista com grandes atuações entre 1954 e 1955.

Mais excelentes alternativas ficaram de fora, destacando os atacantes Sylvio Pirillo, Adãozinho, Flávio, Dario, Lula, Escurinho, Christian e outros.

Rubens Minelli, considerado um dos melhores treinadores do futebol brasileiro, é o escolhido para comandar o esquadrão, entendendo bem do assunto, ainda mais pelo belo trabalho feito no Bicampeonato Nacional de 1975/76.

INTERNACIONAL (1909 A 2015)

Titular: Manga, Paulinho de Almeida, Figueroa, Nena e Oreco; Falcão, Paulo César Carpeggiani e Carlitos; Tesourinha, Fernandão e Valdomiro. Técnico – Rubens Minelli.

Reserva: Taffarel, Luis Carlos Winck, Alfeu, Risada e Sadi; Batista, Salvador e Chinesinho; Claudiomiro, Bodinho e Larry. 

Mais anos: Carlitos – 14 (1938 a 1952)

Mais partidas: Valdomiro – 803 (1968 a 1980 e 1982)

Mais gols: Carlitos – 385   

SOBRE O COLUNISTA

Nascido em São Paulo no dia 12 de janeiro de 1976, tenho 37 anos e sou jornalista formado pela Universidade Nove de Julho (Uninove).
 
Repórter do Blog Futebol de Todos os Tempos (FTT), apresentador dos programas Jornalismo e Cidadania da allTV e 100 Anos da Radio do Corinthians.
 
Sou pesquisador, com conhecimento em diversas áreas, principalmente ligadas ao futebol no seu contexto histór... Saiba Mais

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