Andrés Sanchez voltou a falar de negociações do rival Palmeiras. Foto: Daniel Vorley/AGIF/Via UOL

Andrés Sanchez voltou a falar de negociações do rival Palmeiras. Foto: Daniel Vorley/AGIF/Via UOL

Andrés Sanchez é desses dirigentes que muita gente gosta de entrevistar. Não tem travas na língua e não toma o menor cuidado com o que fala. Gosta de provocar em suas respostas. Ou o entrevistador ou uma situação, figurão, ou clube.

O Palmeiras parece ser a bola da vez. Desde de antes de ser eleito para mais um mandato como presidente do Corinthians já se mostrava preocupado com Dudu.

“Tem a cara do Timão”, disparou gratuitamente em entrevista à Rádio Transamérica. Nesta sexta-feira, mais uma vez, saiu dando palpites e sugestões na vida de um clube rival.

Tudo bem, tem a questão do Paulista, onde um posicionamento do Corinthians é relevante.

Mas, de forma inadvertida, Andrés falou sobre negociações do Palmeiras e o quanto o clube paga ou deveria pagar para o seu capitão. Tudo supostamente. Imagina se vira fogo contra fogo e os demais "co-irmãos" saem por aí informando salários dos atletas do Corinthians. Muita gente ia descobrir que o salário do Balbuena era bem inferior ao de alguns companheiros. O que, tendo como premissa o pensamento do próprio Sanchez, seria injusto.

O pretexto para trazer à tona assuntos que, na teoria, não lhe dizem respeito, é “inflacionar o mercado”.

Deveria, de fato, o presidente corintiano, se preocupar com as finanças do Corinthians, isso sim. O desvio de foco para o rival vem justamente no dia em que o UOL publica entrevista com o novo diretor financeiro do Corinthians. A matéria mostra que a situação não é das melhores.

Seria, a mudança de foco, incapacidade de responder ou apontar soluções para os próprios problemas? Ou apenas tentativa de tumultuar o ambiente no rival?

Nesse quesito, aliás, Andréz faz escola, já que seu diretor de marketing também parece mais preocupado com o Palmeiras do que com as próprias demandas. E olha que fechar a conta do estádio corintiano não será nada fácil.

Outra possibilidade para explicar tamanha preocupação com o alheio pode ser admiração por Julio Grondona, o falecido cartola argentino que presidiu dois clubes em seu país: Arsenal e Independiente, além da AFA.

Andréz, comanda o Corinthians, mas pelo jeito também deseja estender sua expertise administrativa a Palmeiras e Flamengo, outra vítima do intrometimento alvinegro, e criar uma nova geração de cartolas: o superdirigente

Mais uma alternativa: se Andréz acredita que é um gestor assim tão competente, que se dá o direito de apontar o caminho a seguir pelos rivais, que monte então o próprio curso de gestão esportiva. Nossa, seria o remédio para salvar o combalido e mal gerido futebol brasileiro. #sqn

SOBRE O COLUNISTA

Formado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Universidade Metodista, iniciou a carreira na Rádio ABC, passou pelo Portal Terra e Rádio Bandeirantes, onde desempenhou funções como repórter, editor, comentarista e apresentador nas editorias de Esporte e Geral.

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