Novo presidente da CBF assume em definitivo em abril de 19. Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Via UOL

Novo presidente da CBF assume em definitivo em abril de 19. Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Via UOL

Não conheço Rogério Caboclo, mas sei que ele é diferente. Não apenas pela juventude, por parecer o oposto dos gestores convencionais: retrógrados ultrapassados (sim, redundância) e que só pensam em se perpetuar no poder. Não vai acontecer com Del Nero todo mundo sabe porquê. Sei que ele é distinto pelo berço.

Conheço parte da família de Rogério Caboclo. O pai é notório influente na política do São Paulo, onde já foi dirigente e segue como conselheiro. O irmão da mesma forma.

Mas, quero ir um pouco além do futebol. Não conheci a família Caboclo que milita no SPFC ou no futebol, conheci os empreendedores. Carlos Caboclo, o pai, construiu uma sólida empresa de distribuição a partir de uma barraquinha de feira.

Foi e continua sendo visionário quando o assunto é comércio. Conhece como poucos as necessidades dos clientes e sabe como conquista-los. E o mais importante: sabe como mantê-los, em alguns casos por quase 50 anos, satisfeitos.

Com o novo presidente da CBF conversei uma vez, por telefone, em uma entrevista concedida a mim e ao jornalista Leandro Quesada quando trabalhávamos na Rádio Bandeirantes. O assunto, claro, a CBF, onde ele iniciava o trabalho na administração MPDN.

Como a maioria, não concordo com o processo eleitoral da entidade, onde os clubes tem poder de decisão três vezes menor que as federações, o que torna a disputa fundamentalmente política.

Confio, entretanto, que o jovem Caboclo possa surpreender. Se depender dos exemplos que tem em casa, o novo mandatário do futebol brasileiro será negociador, entendedor, prestativo e moderno.

Sabendo sempre que quem precisa ser beneficiado nesta história é o consumidor final do futebol: o torcedor. E, que para fortalece-lo nesta condição, é preciso melhorar a relação com os clubes, que fornecem o produto futebol.

Lógico que há muito mais o que fazer pelo futebol brasileiro. E que dependerá dos esforços de todos: CBF, clubes, federações, dirigentes, técnicos, jogadores. Ninguém muda nada sozinho.

Mas, convenhamos, quando o capitão do navio indica o rumo e mostra que sabe conduzir, quem está no barco sabe que chegará ao destino em segurança.

SOBRE O COLUNISTA

Formado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Universidade Metodista, iniciou a carreira na Rádio ABC, passou pelo Portal Terra e Rádio Bandeirantes, onde desempenhou funções como repórter, editor, comentarista e apresentador nas editorias de Esporte e Geral.

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