Sem ganhar um único título expressivo desde 1971, Atlético conquista o respeito dos rivais à medida que, finalmente, mostra grandeza para superar traumas

Sem ganhar um único título expressivo desde 1971, Atlético conquista o respeito dos rivais à medida que, finalmente, mostra grandeza para superar traumas

No Twitter: @fabiolucasneves

 

O Galo pode ser o Corinthians de 2013. 

Não entendeu?

Eu explico. 

Até o ano passado, a piada mais irresistível e irreverente do futebol brasileiro era o jejum do Timão na Libertadores.

"Como óleo e água, não se misturam?, desdenhavam santistas, palmeirenses e são-paulinos, os gozadores paulistas até então. 

"É como episódio do Chaves. Todos conhecem o final.?

Pois bem. 

Tite, Sheik, Danilo e Cássio deixaram de lado os rótulos tão profundos quanto cicatrizes e tatuagens para marcar na pele e na alma dos corintianos o título continental invicto de 2012.

E no Pacaembu abarrotado em cima do Boca Juniors da lenda Juan Román Riquelme. 

Invejável.

O feito fez do Corinthians protagonista no Mundial do Japão e no respeito adquirido diante dos arquirrivais, algo imensamente mais importante. 

Pois o Galo trilha o mesmo caminho.

Já ouvi o Clube Atlético Mineiro, até por fãs de Reinaldo e Dadá sob tortura, ser chamado de "ex-grande? ou de "time de uma conquista só?. 

O Alvinegro de Alexandre Kalil e Cuca busca a independência dos rótulos que mancham o gigantismo de uma equipe refém da desconfiança.

Fosse o São Paulo o dono da atual campanha do Galo na Libertadores, o possível vencedor do torneio já estaria escolhido por boa parte da mídia sul-americana. 

Entretanto, a falta de credibilidade que a camisa do Atlético ainda transmite alimenta o ceticismo da imprensa nacional e internacional..

Apesar da genialidade (pontual) de Ronaldinho Gaúcho. 

Apesar do oportunismo e da inteligência de Jô (!).

Apesar do fôlego e da ginga de Bernard.

Apesar da segurança de Réver, que merece ter ao lado dele na seleção a firmeza na marcação do lateral-esquerdo Richarlyson.

Apesar das surpreendentes atuações de Diego Tardelli, que deixou péssima impressão por onde passou antes de aventurar-se na capital do meu Estado.

De indolente e "novo-velho? (definido pelo próprio Cuca no SPFC em 2004) a jogador tático e "velho-novo?. 

O fato é que o Atlético joga o melhor futebol do Brasil no momento.

O fato é que o Galo é favorito para ganhar o que disputar. 

O fato é que o Alvinegro só terá credibilidade quando (possivelmente) ganhar a Libertadores.

O fato é que eu tenho razão. 

Os corintianos que o digam.

Ganhe, Galo! 

Ou deixe de bicar os oponentes de uma vez por todas.

Passou da hora de o Clube Atlético Mineiro ser visto como um mero "cavalo paraguaio". Piada, né?

 

No Twitter: @fabiolucasneves

SOBRE O COLUNISTA

Iniciou a carreira em 1999 na Rede Bandeirantes de Rádio. Passou pela Rádio Jovem Pan e empunhou por seis anos o microfone da TV Record. Desde março de 2008, é editor-chefe do site Terceiro Tempo. Em julho do mesmo ano, foi contratado para integrar o time de repórteres da Band.

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