Contudo, alguns minutos se passaram e o drama estava confirmado: o xodó do Brasil só voltaria a disputar um Mundial em 2018, na Rússia. Zúñiga, o colombiano, não fez uma falta plasticamente “assassina” – não vi maldade -, mas o efeito foi nauseante. A perplexidade causou calafrios, seguidos por momentos de pânico.

Contudo, alguns minutos se passaram e o drama estava confirmado: o xodó do Brasil só voltaria a disputar um Mundial em 2018, na Rússia. Zúñiga, o colombiano, não fez uma falta plasticamente “assassina” – não vi maldade -, mas o efeito foi nauseante. A perplexidade causou calafrios, seguidos por momentos de pânico.

Eu sei que a maioria dos leitores gostaria que o texto fosse escrito com criticas frontais e abertas ao volante colombiano Zúñiga, que tirou Neymar da Copa. Bom, costumo usar as reações que tive no momento do lance para formar opinião.
 
Imaginei (como vocês) que a saída de Neymar havia sido uma forma de preservar o craque para a decisão diante da Alemanha. Mais: quando Felipão falou sobre a gravidade da lesão do ex-santista na entrevista coletiva, logo imaginei que o “recurso Arce” estava sendo usado.
 
Aos mais jovens (estou ficando velho), conto que em um confronto importante contra o Palmeiras o então gremista Luiz Felipe Scolari engessou a perna sadia do lateral Arce para comprovar que o paraguaio estava machucado. Para surpresa geral, o guarani jogou e bem na partida que viria a seguir.
 
Contudo, alguns minutos se passaram e o drama estava confirmado: o xodó do Brasil só voltaria a disputar um Mundial em 2018, na Rússia. Zúñiga, o colombiano, não fez uma falta plasticamente “assassina” – não vi maldade -, mas o efeito foi nauseante. A perplexidade causou calafrios, seguidos por momentos de pânico.
 
“Como será contra a Alemanha???”, pensei, assim que a minha filha mais velha, Giulia, usava a camisa 10 de Neymar para enxugar as lágrimas. Logo, lembrei de Amarildo, o substituto do machucado Pelé em 1962, no Chile.
 
Ok, é uma bola “muleta”. Então, que elejamos o Amarildo de 2014. Bernard? Não. Jô. Não. Hernanes? Não. Vamos adiantar Paulinho como ponta? Não. Quem sabe Daniel Alves mais adiantado? Não. Ouvi até que, cone por cone, Fred e Victor, o terceiro goleiro, poderiam formar a dupla de ataque para “segurar” os zagueiros da Alemanha.
 
Muito mais do que condenar Zúñiga, o torcedor brasileiro deveria estar irritado com Felipão. Convocou 23 nomes, mas se esqueceu da possibilidade de perder Neymar. Kaká, Robinho e Lucas estão de férias. No esquema de jogo que imaginou (Neymar e mais 10), as alternativas são exíguas, mínimas, irrisórias.
 
Se o futebol fosse uma ciência exata, a Alemanha somaria dois com dois e eliminaria o Brasil com quatro gols de diferença, fora o baile. Entretanto, a decisão acontecerá no Brasil, em Belo Horizonte, no Mineirão, terra de Bernard e do triunfo de Jô no mundo da bola. Coadjuvantes que já foram protagonistas no solo de Tiradentes e de Tancredo Neves. Por que não repetir a dose?
 
Os órfãos de Neymar entrarão em campo com cinco estrelas no peito conquistadas por mineiros como Gilberto Silva, Tostão e um tal de Pelé. Paulistas, gaúchos, amazonenses, cearenses, paranaenses, cariocas, baianos, pernambucanos, goianos e maranhenses acreditarão no mesmo objetivo.
 
O HEXA está na nossa terra. Bora alcançá-lo. Em casa, o Brasil não é zebra. E nunca será. Nos resta acreditar.

SOBRE O COLUNISTA

Iniciou a carreira em 1999 na Rede Bandeirantes de Rádio. Passou pela Rádio Jovem Pan e empunhou por seis anos o microfone da TV Record. Desde março de 2008, é editor-chefe do site Terceiro Tempo. Em julho do mesmo ano, foi contratado para integrar o time de repórteres da Band.

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