Última atividade em Kiraya aconteceu com tempo firme; havia o temor que voltasse a nevar

Última atividade em Kiraya aconteceu com tempo firme; havia o temor que voltasse a nevar

De Nagoya, Japão
Fotos e texto: @fabiolucasneves


Depois de uma manhã em que a estrela foi a neve em Nagoya...

Os destaques do Corinthians voltaram, enfim, à mira dos fotógrafos.

As preces dos jogadores deram resultado e o treino da tarde aconteceu com o tempo firme.

Melhor para todos. Jogadores...

Comissão técnica...

E jornalistas. Aliás, na última atividade do Timão no Wave Stadium, em Kariya, havia dezenas, de várias nacionalidades.

O chinês Pei Zhu, cinegrafista da britânica SNTV, gravava o aquecimento dos atletas, sem convicção de quem era quem.

Coube ao repórter Lucas Bettine, do Diário de S. Paulo, apresentar os corintianos ao profissional asiático. "Em atividade no Brasil, só conheço Neymar e Ganso", admitiu o cameraman.

Já o japonês Kengo Nakano, da Nippon TV, garante que levou apenas por precaução ao treino o guia oficial da Fifa, em que constam as fichas técnicas dos boleiros. "Fui ao Pacaembu para acompanhar a final da Libertadores contra o Boca, e desde o título, passei a acompanhar os jogos do Corinthians como preparação para a cobertura do Mundial", revelou.

O argelino Mahmoud Mourad, apresentador da Al Jazeera, do Catar, era o único jornalista árabe presente. Ele garantiu que torcerá pela equipe paulista contra o Al-Ahly, por causa da antipatia esportiva com o Egito. Ambos os países ficam no Norte da África e rivalizam como Brasil e Argentina.

Mourad entrevistou o zagueiro Paulo André, fluente em francês. Ele também gostaria de ter conversado com Emerson Sheik, uma celebridade no mundo árabe. Entretanto, o atacante recusou o convite.

O motivo alegado pelo camisa 11 foi o frio. Tite manteve o elenco no gramado do Wave Stadium até depois do anoitecer, que aconteceu pontualmente às 16:41 no outono japonês.

Às 17:20, aconteceu a despedida do Corinthians de Kariya. O "welcome" do placar eletrônico já pode ser substituído por um "good bye" ou "sayonara". Na terça-feira, a equipe fará o reconhecimento do Toyota Stadium, palco da semifinal diante do Al-Ahly, do Egito, um dia depois. Na quinta-feira, a delegação partirá rumo a Yokohama.

Certamente, a temperatura estará, mais uma vez, próxima de zero.
Curiosidades
A cobertura do Mundial de alguns órgãos de imprensa nacionais ganhou o reforço de brasileiros adaptados à vida no Japão. Eles dirigem veículos alugados, auxiliam na compra de produtos básicos na farmácia e no supermercado e, claro, servem como intérpretes.

Na "terra dos samurais" há 10 anos, o paranaense Thiago Silva engravidou uma namorada japonesa em Jacarezinho. Os pais da menina, à época com apenas 16 anos, a levaram de volta ao país natal. E o então garoto, aos 19, foi atrás. "Tivemos o bebê e, depois de um ano, largamos. Mas consegui fazer minha vida no Japão e não penso em retornar ao Brasil. Por ser um gaijin (estrangeiro), sofri preconceito, especialmente em Hiroshima, porque me confundiam com um cidadão americano, herança da Segunda Guerra. Hoje, as coisas melhoraram."

Outro exemplo é o de Takashi Sato, de 26 anos. Ele deixou a paulista Suzano com os pais (um japonês e uma paraibana) quando tinha 10. Apesar dos traços orientais e da dupla cidadania, ele relata que sofreu preconceito na infância. "No futebol, ninguém passava a bola para mim", diverte-se. "Cheguei a brigar na escola para interromper o bullying".  Praticamente criado no Japão, o rapaz desconhece o nome do governador de São Paulo, mas escala o Corinthians de bate-pronto. "É a principal ligação que mantenho com o Brasil."


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SOBRE O COLUNISTA

Iniciou a carreira em 1999 na Rede Bandeirantes de Rádio. Passou pela Rádio Jovem Pan e empunhou por seis anos o microfone da TV Record. Desde março de 2008, é editor-chefe do site Terceiro Tempo. Em julho do mesmo ano, foi contratado para integrar o time de repórteres da Band.

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