Muitos (e muitas) encararam como machismo as críticas ao choro dos jogadores da Seleção antes da série de pênaltis diante do Chile. Reação simplista a algo extremamente mais grave (no campo esportivo, óbvio).
O festival de lágrimas foi liderado por Júlio César e Thiago Silva. O goleiro, sem alternativa, tratou de retomar a concentração para ser decisivo nas batidas de Alexis Sanchéz e de Mauricio Pinilla e se redimir em parte das falhas na África do Sul.
Entretanto, o zagueiro se escondeu da responsabilidade de maneira patética. E não falo apenas do fato de ter se recusado a caminhar até a marca da cal para enfrentar o arqueiro Claudio Bravo, como estava pré-determinado.
O astro do Paris Saint-Germain, considerado o melhor zagueiro do mundo, foi incapaz de liderar os companheiros em um momento dramático. Fraco, o capitão abandonou o barco no momento em que os “subalternos” mais precisavam dele.
Fred, alvo de piadas e contestações nessa Copa do Mundo, poderia estar chateado pela substituição contra os andinos, mas agiu como se ostentasse a braçadeira.
Paulinho, de titular incontestável a bode expiatório pelo desempenho desanimador do Brasil na primeira fase do Mundial, mostrou hombridade e espírito de grupo ao incentivar os companheiros.
Enquanto isso, onde estava Thiago Silva? Inconsolável, sozinho, semblante derrotado, em pânico com a tragédia que PODERIA acontecer. Não passava pela cabeça dele naquele momento a chance de real de passar de fase. Os saudosos Bellini e Mauro Ramos de Oliveira teriam ficado ruborizados, assim como Carlos Alberto Torres, Dunga e Cafu certamente sentiram vergonha do que viram.
Inseguro e despreparado, o nosso “líder” sucumbiu e afirmo, com segurança, que os pentacampeões eliminaram a equipe de Arturo Vidal e Gary Medel APESAR do desequilíbrio emocional do camisa 3.
Homem chora. Jogador de futebol chora, se emociona, tenta extravasar um momento de tensão por meio das lágrimas. Contudo, é fundamental que o autocontrole seja recuperado a tempo de tocar o trabalho adiante, como fez Júlio César.
Por mais tenso que estivesse o ambiente, por mais responsabilidade que pesasse sobre os ombros, por mais insegurança que uma série de pênaltis pudesse provocar, é inaceitável que o capitão do time mais importante do planeta sinta MEDO do que – quem sabe – está por vir.
Se o Chile tivesse avançado, Thiago Silva não seria um candidato ao posto de “novo Barbosa” do ponto de vista técnico porque faz até aqui uma competição em alto nível. Mesmo assim, a atitude do ex-zagueiro do Fluminense foi tão marcante negativamente que o vilão estaria eleito. Seria impossível não trata-lo como uma referência do fracasso.
Notas
- Tirar a braçadeira do ex-defensor do Fluminense acabaria com a autoestima do atleta. Contudo, será fundamental que outros jogadores assumam o vestiário. David Luiz, comenta-se nos bastidores, é mais indicado para se tornar o capitão de direito da Seleção.
- O Brasil passará pela Colômbia porque os cafeteros são fãs do nosso futebol e, duvido, atuarão sem a devida dose de respeito. Basta à equipe de Scolari se impor na disposição. Bola, Neymar e companhia têm para bater a turma de James Rodriguez.
- Meu palpite para as semifinais: Brasil x Alemanha e Argentina x Holanda.
No Twitter: @fabiolucasneves
Foto: UOL
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