Roger

Ex-goleiro do São Paulo e Flamengo
Roger José Noronha da Silva, o Roger, conhecido como o "eterno reserva" de Rogério Ceni no São Paulo, decidiu pendurar as luvas em junho de 2008. Após constatar uma lesão crônica no ombro, o arqueiro antecipou o fim da carreira no Botafogo-RJ, onde chegou em setembro de 2007 e também "esquentava? o banco.

Em 2012, se candidatou a prefeito de Cantagalo-RJ, mas não foi eleito, contabilizando 2.112 votos.

Nascido em 23 de julho de 1972 em Cantagalo, região serrana do Rio de Janeiro, abraçou a carreira política longe dos gramados. Em 2008 foi eleito vereador em sua cidade natal ao obter 599 votos. Foi o quarto candidato mais votado do município. Também é presidente do diretório do DEM em Cantagalo.

O goleiro começou sua trajetória no Flamengo no início dos anos 90. É da mesma geração que revelou Djalminha, Paulo Nunes, Marcelinho Carioca, e Júnior Baiano na Gávea.

Era Roger o goleiro do São Paulo na tarde de 20 de setembro de 1998 quando o Tricolor sofreu uma histórica goleada diante da Portuguesa de Desportos, por 7a 2, no Pacaembu.


Do time carioca foi para o Tricolor paulista, de onde poucas vezes saiu da reserva de Rogério Ceni para jogar. Ficou no Morumbi de 1997 a 1999 e de 2001 a 2004. Segundo o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa, fez 51 partidas como titular (26V, 13E, 12D) e conquistou duas vezes o Campeonato Paulista (1998 e 2000), o Rio-São Paulo de 2001 e a Libertadores de 2005.

Teve ainda passagens por Portuguesa e Vitória, em 2000, e Santos (dezembro de 2005 a julho de 2007). Na Vila, mais uma vez amargou a reserva, desta vez para Fábio Costa.

Polêmica:

Se como suplente era discreto e até auxiliava os técnicos na orientação do time, Roger ganhou mais notoriedade por protagonizar uma polêmica fora dos gramados, em 1999. A exemplo dos jogadores Vampeta e Dinei, ele aceitou posar nu para uma revista gay. O trabalho "extra? lhe rendeu problemas de relacionamento com o então técnico são-paulino, Paulo César Carpegiani. Sem clima, o goleiro foi transferido para o Vitória.

Por Raphael Cavaco

No dia 5 de outubro de 2017, o Portal UOL publicou a seguinte entrevista com Roger:

Roger relembra ensaio nu: "Carpegiani quis me afastar por indisciplina"

Roger posou para a G Magazine há 18 anos

Beatriz Cesarini
Do UOL, em São Paulo

Há exatos 18 anos, o ex-goleiro Roger estrelava a capa da revista G Magazine com um ensaio nu polêmico. Além de render o apelido de "peladão", a publicação de 1999 acabou dando a maior dor de cabeça ao então jogador do São Paulo, que precisou deixar a equipe por um período de três meses para não ser afastado por indisciplina pelo técnico Paulo César Carpegiani.

Em entrevista ao UOL Esporte, Roger contou que o São Paulo já estava sabendo da negociação com a revista meses antes da publicação. De saída do clube, o técnico Carpegiani teria pedido ao goleiro que tentasse o adiamento da divulgação ensaio nu até que ele deixasse o comando do time do Morumbi.

"O Carpegiani veio falar comigo, dizendo que tinha assinado um pré-contrato com o Flamengo e queria que eu adiasse a revista até ele sair. Eu falei para ele que ligaria para o diretor da G Magazine, porque não dependia mais de mim. E esse diretor falou que seria tranquilo, era só ir colocando outras edições na frente e então só publicaria em janeiro", contou Roger.

Mas a história sobre o ensaio nu já estava espalhada. Em uma entrevista coletiva, um jornalista acabou tocando no assunto e Carpegiani foi enfático: "Se a revista for para as bancas, Roger não jogará mais pelo São Paulo".

"No dia seguinte (à coletiva), ele me chamou perguntando se eu tinha conseguido. Mas, com a polêmica gerada na entrevista, eles falaram que não ia ter jeito e publicaram. Só que o Carpegiani disse que tinha dado a palavra dele de que eu não jogaria e não iria voltar atrás", disse Roger.

"Ele se precipitou. Seria mais íntegro se ele falasse o que ocorreu, do que ter colocado o São Paulo nessa situação. Eu sofri as consequências. Ele queria que eu ficasse afastado por um mês por indisciplina. Mas eu não queria aceitar, seria assinar que fiz coisa errada, e não fiz nada errado", acrescentou.

Para abafar o caso e não acatar ao técnico, o goleiro acabou indo ao Vitória por empréstimo. "A repercussão toda estava até me afetando no treinamento. Não estava conseguindo me concentrar direito e por isso decidi ficar lá", comentou.

Apesar de tudo, Roger não se arrepende em nenhum instante de seu ensaio nu. Pelo contrário. Para ele, toda essa polêmica serviu como apoio na luta contra o preconceito e diferenças entre homens e mulheres.

"Eu recebi apoio de vários segmentos. Acho que essas coisas são boas de acontecer, porque mostra o preconceito contra o homem posando nu. Para mulheres é diferente. E o mundo busca tanto essa igualdade entre homens e mulheres", comentou.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o técnico Paulo César Carpegiani não respondeu ao contato.

Ceni se precipitou ao virar técnico, crê Roger

Roger nunca se incomodou com a vida de reserva de Rogério Ceni no São Paulo. O ex-goleiro foi pressionado até pela família para deixar o clube, já que não conseguia desbancar o amigo, mas ele não via necessidade. Foram 51 jogos em oitos anos de time.

"Eu aprendi muito com o Rogério Ceni, tinha grande amizade. Ao mesmo tempo era cobrado para sair do time e buscar meu espaço em outros. Meus pais sempre pediam isso. Mas sentia que lá no São Paulo eu tinha além de espaço, tinha importância. Quando o Ceni não jogava, eu era capitão. Eu explicava isso para o meu pai. Entrei em vários jogos importantes e conquistei títulos jogando finais como titular", comentou.

Segundo Roger, Ceni acabou se precipitando ao se tornar técnico do São Paulo logo depois que encerrou a carreira. Para o ex-goleiro, o amigo deveria passar por outras funções no próprio clube antes de assumir o comando do elenco.

"Particularmente eu achei precoce. Achava que ele tinha mais características de ocupar um cargo como o Edu Gaspar no Corinthians, por exemplo. E aí daria tempo para ele se preparar mais e se aperfeiçoar como técnico", comentou.

Vida política

Aposentado das quatro linhas desde 2008 por uma lesão no ombro, Roger se dedica à política desde então. O ex-goleiro foi vereador da cidade de Cantagalo, onde reside, de 2008 a 2012 e hoje é coordenador regional do PSC (Partido Social Cristão).

"Eu sempre quis entrar na política, porque estou nesse ambiente. Minha família respira política. Até mesmo na revista falei sobre isso, que quando me aposentaria do futebol, gostaria de ser prefeito".

Foto: AFP/G Magazine

 

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Pelo São Paulo:

Atuou em 51 jogos, sendo 26 vitórias, 13 empates e 12 derrotas.
Fonte: Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa

Pelo Flamengo:


Atuou em 76 jogos, sendo 44 vitórias, 17 empates e 15 derrotas.

Fonte: Almanaque do Flamengo, de Roberto Assaf e Clóvis Martins

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