Um dos maiores dribladores que o Corinthians já teve, Mário de Paula Lopes Júnior, o Mário, ponta-esquerda que fez parte de marcantes formações alvinegras nos anos 50, hoje mora no Brooklin Novo, zona sul de São Paulo, e é dono de uma pequena empreiteira.
Nascido no dia 15 de novembro de 1926, no Rio de Janeiro, Mário veio do Bangu para o Corinthians em 1951. Ele fez 62 partidas com a camisa corintiana e marcou apenas cinco gols. O próprio jogador admitia que não gostava muito de marcar gols e que preferia servir os companheiros.
Depois de conquistar dois campeonatos paulistas pelo Sport Club Corinthians Paulista, em 51 e 52, Mário foi jogar no Vasco da Gama em 1953.
Segundo Júlio Antonio de Marchi, amigo particular de Mário, o ex-ponta continua com corpo de atleta, mesmo com quase 80 anos de idade.
por Rogério Micheletti
Ainda sobre Mário, reproduzimos aqui email enviado ao site pelo jornalista Covas Junior. Obrigado meu amigo.
Mário encerrou a carreira jogando pelo Batatais Futebol Clube ? da minha terra ? que disputava a 2º Divisão de Profissionais do futebol paulista. Naquela época, eu ainda era adolescente e vivia na praça da matriz, ao lado dos jogadores que formavam aquele admirável time.
Mário era descendente de artistas circenses e, desde criança, fazia malabarismo com bolas, até que começou a jogar futebol. Toda a vida jogou como ponta-esquerda e recebeu o apelido de "bailarino? porque ele era um verdadeiro fenômeno, fazendo os adversários de "joãos?. Driblava até a própria sombra. Como profissional, ele passou pelo Vasco, Corinthians e outros clubes, até ser contratado pelo empresário Carlos Gaêta, presidente do Batatais, que estava montando um grande time depois de ter sido dissolvido em função da derrota para o Guaraní, em 1949, na primeira decisão da lei de acesso.
Aliás, foi o próprio Mário quem levou consigo ? para Batatais ? o zagueiro Elias, que era do Vasco (Barbosa, Elias e Elí). Na mesma época, jogavam no "Fantasma da Mogiana? Barrela, Ribamar e Osní (comprados ao XV de Jaú), Julião, (da Portuguesa de Desportos e Botafogo de Ribeirão), Ponce e Amorim (também do Botafogo), Mangaratiba (Olaria do Rio), Moscatel e Donald (Juventus). Depois, chegou o Silva, que era aspirante do São Paulo e foi vendido pelo Batatais ao Corinthians. Silva ainda passou pelo Flamengo e Seleção Brasileira. Outro grande jogador era o Esnel, também comprado ao São Paulo.
Nunca me esqueço que, como parte da transação do Esnel, o São Paulo esteve com tudo em Batatais (Poy, De Sordi e Mauro, Pé de Valsa, Bauer e Alredo. Maurinho, Gino, Canhoteiro... ).
Enfim, era um "timaço? aquele meu Batatais Futebol Clube, que revelou tanta gente importante para o cenário do futebol, como o próprio goleiro da Seleção Brasileira da Copa de 38 ? o Batatais ? o ponta-direita daquela mesma seleção ? o Lopes ? e o meu amigo dos tempos de moleque, o Baldóchi, que tinha o apelido de "Zé da Lígia?, porque sua mãe se chamava Lígia, e que, depois, por gozação da meninada, transformou-se em "Zé da Licha?, porque seu pai era dono de uma marcenaria, em Batatais.
Quanto ao Mário ? o bailarino ? para encerrar, a última notícia que tive dele, há anos, é de que era um abastado comerciante da Zona Leste de São Paulo. Acredito porque, na fase de Batatais, Mário revelava-se como um "pão-duro? de marca maior, guardando tudo o que ganhava com o futebol.
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