Eduardo Neves

Ex-ponta do Corinthians e América-RJ
Por Rogério Micheletti
Eduardo Neves de Castro, o Eduardo, hábil ponta-esquerda que defendeu o América e o Corinthians nos anos 60, morreu quando estava em grande fase no Timão em um acidente de carro na Marginal do Tietê no dia 28 de abril de 1969.
Além dele, faleceu no acidente o lateral-direito corintiano Lidu. Os dois estavam em um Fusca, guiado pelo recém-habilitado Lidu, e, quando se dirigiam para o prédio onde moravam, no meio da madrugada, Lidu perdeu o controle do carro que se chocou violentamente contra a pilastra de sustentação da ponte da Vila Maria, hoje ponte Jânio Quadros.

O velório foi realizado no Parque São Jorge, em um dos momentos de maior aglomeração de torcedores e de fantástica comoção popular pela morte trágica de duas jovens promessas do futebol. Lidu foi sepultado em Presidente Prudente (SP) e Eduardo no Rio de Janeiro.

Na equipe de Parque São Jorge, o ponta-esquerda fez 71 jogos, com 44 vitórias, 12 empates e 15 derrotas, marcando 15 gols, segundo o "Almanaque do Corinthians", de Celso Dario Unzelte.

Eduardo participou de um momento histórico pelo Corinthians: a quebra do tabu de 10 anos sem vitória contra o Santos em campeonatos paulistas. A foto acima é do dia 10 de março de 1968, um domingo. Mas o jogo do tabu foi quatro dias antes, numa quarta-feira à noite no estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. O time era o mesmo, e os gols foram de Paulo Borges Risadinha e Flávio Minuano fazendo Corinthians 2 a 0. Da foto acima, além de Eduardo, Ditão também já é falecido.

Eduardo nasceu em 29 de Agosto de 1943, na cidade do Rio de Janeiro. Revelado pelo América-RJ, onde foi ídolo, era nome certo para futuras convocações para a seleção; não fosse o destino trágico.

Na maioria dos 71 jogos e 15 gols marcados, Eduardo vestiu meias pretas, adotadas pelo Corinthians para "dar sorte" em 1968. Deu certo. O tabu caiu com o Timão atuando de meias pretas. Na foto acima, o time alvinegro está usando as famosas meias pretas.

Eduardo na seleção

Grande promessa do futebol brasileiro no final dos anos 60, Eduardo teve algumas chances na seleção brasileira. Segundo o livro "Seleção Brasileira-90 anos", de Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, o ponta-esquerda atuou pelo selecionado brasileiro em sete oportunides: quatro vitórias e três derrotas. Eduardo marcou um gol pela seleção brasileira. Ele fez contra o Paraguai, no dia 25 de julho de 1968, na vitória do Brasil por 4 a 0.
 
 
 
Curiosidade:
 
 
 
 
Em 29 de agosto de 2010, recebemos o e-mail do senhor Waldemar Micheletti, que esclarece um fato que aconteceu após a morte de Lidu e Eduardo.
 
 
"Com a morte de Lidu e Eduardo, o Corinthians perdeu duas peças importantes de seu time titular, então, a diretoria corintiana pediu à Federação Paulista de Futebol uma autorização especial para inscrever dois jogadores para subtituí-los no decorrer do campeonato, que por sinal vinha muito bem na classificação. Todos os clubes concordaram, com uma única excessão: o Palmeiras"
 
 
Em matéria publicada no portal Terceiro Tempo em 28 de abril de 2014
 
Há 45 anos, o Corinthians perdia Lidu e Edu
 

Por Rogério Revelles, do site Tardes de Pacaembu

 Clique aqui e ouça o melhor cantinho da saudades de Fiori Gigliotti de Lidu e Eduardo

Seu futuro estava mais do que desenhado. Morando em São Paulo, prestes a se casar e jogando pelo Corinthians, o jovem talento e grande revelação do futebol carioca, era só felicidade com a campanha do time no campeonato paulista de 1969.

Mas naquela manhã cinzenta de 28 de abril de 1969 a cidade de São Paulo acordou com notícias, ainda um tanto confusas, sobre o acidente automobilístico que vitimou os dois craques do Corinthians, Lidu e Eduardo.

 

 

Durante toda a madrugada, o clima não poderia ser pior dentro do Parque São Jorge, onde vários funcionários preparavam rapidamente a pequena capela e parte da sede social, além de providenciar o compreensível isolamento das outras áreas do clube.

A qualquer momento, chegariam as duas urnas funerárias diretamente do necrotério do Instituto Médico Legal, onde o presidente do Corinthians, Wadi Helou e o diretor Elmo Franchini, faziam a devida liberação da papelada e cuidavam dos detalhes referentes ao translado dos corpos para as cidades de origem após o velório, que seria realizado no próprio Parque São Jorge.

Eduardo Neves de Castro nasceu em 29 de Agosto de 1943, na cidade do Rio de Janeiro. No início dos anos sessenta foi revelado pelo América F.C e assinou seu primeiro contrato profissional em fevereiro de 1964.

Nos derradeiros meses do ano de 1967, Eduardo formava uma forte ala esquerda com Edu Coimbra e seu passe já despertava o interesse dos grandes clubes da Guanabara.

Todavia, o Corinthians já vinha conduzindo em segredo as negociações para trazer o jovem e promissor ponteiro esquerdo para São Paulo.

Quando o contrato com o América terminou, em dezembro de 1967, Eduardo já estava praticamente contratado pelo Corinthians com salário mensal de 1.500 cruzeiros novos. Bem diferente dos 140 cruzeiros mensais que o jogador recebia!

Na época, a camisa onze do Corinthians era de Gilson Porto. Apesar da concorrência, Eduardo acabou ganhando a posição com seu futebol habilidoso, dono de dribles envolventes e insinuantes.

 

Em 06 de março de 1968, Eduardo participou do jogo da “quebra do tabu” contra o Santos, na vitória por 2×0 no Pacaembu. Os ares de uma nova era pareciam favoráveis e tudo indicava que o jejum de títulos estava com o dias contados.

Em junho de 1968, Eduardo foi convocado para a Seleção Brasileira e passou a ser cotado para as eliminatórias da Copa do Mundo realizadas em 1969. Ao todo, foram sete partidas vestindo a camisa canarinho, com um gol assinalado.

Em 1969 o Corinthians estava embalado no campeonato paulista. Nas partidas fora da capital a equipe conseguia pontos importantes e nos clássicos apresentava um resultado como há muito tempo não se via:

- 02 de março: SÃO PAULO 2 x CORINTHIANS 4.

- 16 de março: PORTUGUESA DE DESPORTOS 2 x CORINTHIANS 3.

- 30 de março: CORINTHIANS 2 x PALMEIRAS 0.

- 13 de abril: SANTOS 0 x CORINTHIANS 2.

A tabela reservava para o domingo de 27 de abril o encontro contra o sempre perigoso São Bento em Sorocaba.

Como esperado, o jogo foi difícil e o ponto conseguido no empate de 1×1 foi importante para manter a ótima campanha. Abaixo, a ficha do jogo publicada no site cacellain.com.br:

 

 

 

SÃO BENTO 1 x CORINTHIANS 1.

Local: Estádio “Humberto Reale”, em Sorocaba (SP).

São Bento: Alberto: Aranha, Milton, Gibe e Jair: Maranhão e Bazaninho; Alan, Carlinhos (Peri), Mazinho e Batista.

 

Corinthians: Lula: Lidú, Ditão, Luis Carlos e Pedro Rodrigues; Dirceu Alves e Rivelino; Paulo Borges, Tales, Benê (Servilio) e Eduardo.

 

 

 

 

 

 Créditos de imagens e informações para a criação do texto: revista Placar, revista do Esporte, revista Veja, mariolopomo.zip.netcacellain.com.br, jornal Folha de São Paulo, site do Milton Neves, 100xcorinthians.blogspot.com.br, Livro Timão 100 anos – Celso Unzelte – Ed. Gutenberg, Arquivo Público do Estado de São Paulo. Memória Pública – Jornal Última Hora.

 

Pelo Corinthians:

Na equipe de Parque São Jorge, o ponta-esquerda fez 71 jogos, com 44 vitórias, 12 empates e 15 derrotas, marcando 15 gols, segundo o "Almanaque do Corinthians", de Celso Dario Unzelte.

Pela Seleção:

Segundo o livro "Seleção Brasileira-90 anos", de Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, o ponta-esquerda atuou pelo selecionado brasileiro em sete oportunides: quatro vitórias e três derrotas. Eduardo marcou um gol pela seleção brasileira. Ele fez contra o Paraguai, no dia 25 de julho de 1968, na vitória do Brasil por 4 a 0.

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