Zé Italiano

Ex-cronista esportivo
Leia abaixo o texto que Luis Fernando Bindi enviou ao site Terceiro Tempo sobre o saudoso Zé Italiano, falecido em 30 de setembro de 1986.  Alô, Bindi, saudades de você também. Muito obrigado!
Nascido em Água Vermelha (distrito do município de São Carlos, interior de São Paulo) no dia 15 de setembro de 1931, José Italiano, consagrado como Zé Italiano, vendia jornais e engraxava sapatos em sua cidade natal. Aprendeu a ler nas manchetes dos jornais que vendia, juntava um dinheirinho e ia até a capital ver, radinho colado no ouvido, os clássicos do seu Corinthians contra Palmeiras e São Paulo.
Iniciou sua carreira como narrador esportivo em 1956 na Rádio Progresso de São Carlos, transferindo-se logo depois para a rádio ZYR-84 de Presidente Prudente (na época em que Prudentina e Corinthians estavam no auge), onde sua fama de ser o homem das "mil e uma vozes? cresceu e acabou trazendo-o a São Paulo, na Rádio Difusora, no ano de 1959. Após idas e vindas entre rádios e cidades, ficou-se em 63 na cidade de São Paulo, quando chegou na Rádio Excelsior, convidado por Henrique Lobo, pra trabalhar junto com outros dois lendários narradores: Edson Leite e Geraldo José de Almeida.
Consolidou-se profissionalmente a partir de 1969, quando entrou para o Grupo Cásper Líbero, especialmente a Rádio Gazeta, quando desfilou um estilo então inovador, com muito humor, imitações (fazia as vozes dos técnicos Feola e Osvaldo Brandão, além dos jogadores Brito e Gerson e os dirigentes João Havelange e Nicòla Racciopi) e um propositalmente indisfarçado corinthianismo, numa época em que declarar o time preferido não era bem visto. Fez história na Rádio Gazeta e chegou, em 1976, levado pelo também lendário Milton Peruzzi, na TV Gazeta, quando transmitiu Corinthians x XV de Piracicaba, curiosamente disputado no estádio Palestra Itália.
Como dito, era corinthiano fanático. Defendia Rivellino a todo custo, gritava, chorava, discutia, contava piadas e brigava no ar pelo Corinthians. Dizia que ser corinthiano era algo entre a religião e a ideologia, a despeito de ser um filho de palmeirenses. Tanto "corinthianismo? lhe trouxe problemas (como quando precisou da ajuda da polícia militar para poder narrar um jogo do Palmeiras no Palestra Itália), mas também levou muita audiência à Rádio Gazeta, que aproveitava ao máximo a informalidade nas transmissões de Zé Italiano.
Na TV Gazeta, participou de inúmeros programas do estilo "mesa redonda?, onde conviveu com grandes nomes de hoje e de ontem da crônica esportiva, além dos já citados Milton Peruzzi e Geraldo José de Almeida (pai do narrador Luiz Alfredo): Barbosa Filho, José Isaías, Galvão Bueno (sim! ele mesmo!), Geraldo Blota, Joseval Peixto, Rui de Moura, Peirão de Castro, Roberto Petri, Osvaldo Maciel, Wilson Brasil, Dalmo Pessoa, Osmar de Oliveira e Rubens Pecce, participando de programas históricos e seminais e até hoje usado como inspiração em grande parte dos debates esportivos de televisão.
Casado com d. Maria Dirce, pai de Isbael, José Marcelo, Cláudia, Rita, Maria Caroline e Silvia Milene, avô de Isabella, Jorge, Caio, Marcella, Daniella, Victoria, Rafael José, Maria Clara, Christian, Antonia e Arthur, viajou o mundo, cobriu Copas, conheceu quase toda a América e a Europa, Zé Italiano faleceu em setembro de 1986, quando morava e trabalhava na cidade de Jundiaí (saíra no começo do mesmo ano da Rádio Mulher) e uma grave doença o levou, deixando muitos fãs que jamais se esqueceriam do estilo inconfundível, fanático, polêmico e cheio de alegria do "Garganta de Aço?.
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