Zanata

Ex-lateral do Bahia, Palmeiras, Flamengo e Galo

Ele chegou a ser ídolo da torcida do Bahia nos anos 80. Por causa de sua negociação com o Palmeiras, em 88, o presidente tricolor Paulo Maracajá sofreu muita pressão dos fanáticos torcedores. Ele é Zanata, o Roberto da Silva Pinheiro, hoje é treinador de futebol.

Ele dirigiu o Atlético de Alagoinhas, em 2007, e depois voltou para o Fluminense de Feira de Santana, time que ele já tinha comandado.

Lateral-direito eficiente no ataque, Zanata chamava muita atenção principalmente nas cobranças de laterais, que costumavam virar cruzamentos. Das mãos de Zanata surgiram jogadas para vários gols baianos de Sandro, Bobô, Osmar e companhia. Zanata também era bom cobrador de faltas e pênaltis.

A negociação para o Palmeiras, em 1988, engordou os cofres do clube baiano, que no mesmo ano foi campeão brasileiro pela segunda vez (a primeira foi em 59). O substituto de Zanata no time de 88, comandado por Evaristo de Macedo, foi o lateral-direito Tarantini.

Depois de uma passagem apagada pelo alviverde, que sofria com a falta de títulos (o Palmeiras estava na fila desde 1976), Zanata passou por algumas equipes do futebol brasileiro, entre elas o Atlético Mineiro, Flamengo e a Portuguesa. No Palmeiras, fez apenas 23 jogos (8 vitórias, 7 empates, 8 derrotas) e marcou dois gols. No Fla, atuou em 32 jogos (21 vitórias, 5 empates e 6 derrotas) e marcou dois gols.

Nascido no Rio de Janeiro, em 5 de julho de 1958, Zanata, que é pai de uma filha, atuou com a camisa do Verdão em 23 partidas (8 vitórias, 7 empates, 8 derrotas) e marcou dois gols.

por Rogério Micheletti / Fonte de colsulta: Almaque do Palmeiras - Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti/ Almanaque do Flamengo - Clóvis Martins e Roberto Assaf

Matéria publicada no UOL Esporte em 11 de agosto de 2018:

Ídolos em necessidade financeira festejam ajuda do Bahia: "gratidão"

Presidente Guilherme Bellintani é o idealizador do projeto Dignidade aos Ídolos

Marcello De Vico e Vanderlei Lima
Do UOL, em Santos e São Paulo

Gratidão. O sentimento resume o recente projeto desenvolvido pelo Bahia, denominado "Dignidade aos Ídolos". Nele, ídolos tricolores que passam por graves problemas financeiros receberão uma ajuda do próprio clube. O programa, aprovado por unanimidade pelo Conselho Deliberativo, oferecerá auxílio – de um até três salários mínimos por mês – a ex-jogadores em dificuldade extrema. "Uma forma de devolver um pouco a eles o tanto que fizeram pelo Bahia".

A última frase é de Vitor Ferraz, vice-presidente do Bahia, que explicou ao UOL Esporte detalhes do projeto – inclusive citando que a ideia foi do presidente Guilherme Bellintani, que já havia conversado com a reportagem sobre o programa tricolor. Depois de eleitos, em dezembro de 2017, ambos deram vida ao programa que foi uma das promessas da campanha eleitoral.

"Foi uma ideia que surgiu no período de campanha eleitoral aqui do clube. A gente entendia a necessidade de a gente valorizar a história do clube, valorizar as pessoas que ajudaram a construir um clube tão tradicional quanto o Bahia, que ajudaram nas suas conquistas. E conhecendo um pouco dessa dificuldade pela qual passa muitos dos nossos ídolos que tanto orgulharam e honraram a nossa camisa, o presidente Guilherme Bellintani teve a ideia de a gente trabalhar com algum tipo de apoio àqueles ídolos que estivessem passando por uma situação de maiores dificuldades, e aí surgiu o programa de Dignidade ao ídolo", conta Vitor.

"Quando nós fomos eleitos, levamos a ideia ao Conselho Deliberativo, que abraçou a ideia prontamente e criou a regulamentação para que não se banalizasse a ideia do ídolo e, assim, o plano não fosse utilizado de maneira indevida, que realmente fosse um plano para auxiliar pessoas que tiveram feliz relevância prestada ao clube e que realmente tivesse passando por uma questão de dificuldade, pela qual o clube entendesse que caberia algum tipo de ajuda", diz.


COMO O BENEFICIADO É DEFINIDO?

O benefício para cada ex-jogador dependerá de uma aprovação do Conselho Deliberativo do Bahia, que avaliará dois itens em questão: a sua condição de ídolo e a sua real necessidade financeira: "Claro que tem um caráter subjetivo. O ídolo pode ser uma pessoa que, como atleta, conquistou muitos títulos pelo clube ou que não necessariamente conquistou, mas que teve uma história que engrandeceu o clube, que honrou muito as tradições do clube. Aí entra o espaço da subjetividade, uma análise de como se deu a história desse atleta dentro do clube".

Confirmado e aprovado o status de ídolo, o clube precisará atestar a situação financeira extrema do ídolo, e não apenas desconfortável, para então definir qual será a ajuda que ele receberá: de um, dois ou três salários mínimos.

QUEM SÃO OS PRIMEIROS BENEFICIADOS?

O Bahia chegou a cinco nomes para o início do projeto, com suas respectivas ajudas: Zanata, Jorge Campos e Alberto Leguelé, que receberão um salário mínimo, Naldinho, que tem problema na coluna e diabetes e vai ter direito a dois salários mínimos, e Maílson, inspiração para o projeto e que foi diagnosticado com uma doença degenerativa - receber três salários.

"Esses foram os cinco primeiros contemplados e que vai fazer com que o Bahia tenha uma despesa mensal inicialmente de 8 mil reais. Esse dinheiro vai sair do orçamento do clube mesmo", esclareceu Vitor Ferraz.

SAIBA SOBRE CADA UM DELES

 

Zanata, ex-lateral direito, 60 anos

Zanata é mais um ex-lateral tricolor a ser ajudado pelo Dignidade aos Ídolos. Tricampeão baiano em 1986, 1987 e 1988, ele mora no Rio de Janeiro com a filha de dez anos e receberá um salário mínimo. Ajuda bem-vinda para quem ainda convive com uma dúvida com agiotas.

"O que entrar ajuda. Hoje eu estou desempregado, mas eu sou treinador desde 2007, treinei o Icasa há dois anos, e o Icasa também não me pagou. Eu passo uma situação difícil com uma filhinha sozinha em casa. A mãe foi embora e aí eu tive que ir à luta. Até fora do futebol eu procurei um trabalho, corri para lá e para cá. O Bahia soube e deu essa ajuda entendeu", disse.
"Eu ainda tenho metade para pagar [aos agiotas], ainda não consegui pagar tudo. O que entrar para mim é festa. Ajuda para uma alimentação, a minha filha tem 10 anos. Eu sou pai e mãe para ela. Eu lavo, cozinho, faço tudo bravamente. É uma luta tremenda", acrescenta Zanata, que ainda pensa em pedir ajuda a outros clubes que defendeu ao longo da carreira.

"Eu já pensei até em pedir ajuda ao Palmeiras. É um clube que eu tenho um carinho muito grande por ele, apesar que eu joguei em 16 clubes, só clubes grandes, seleção brasileira. A CBF, por exemplo, podia ajudar, eu joguei em seleção brasileira. Mas quem me ajudou mesmo foi o Bahia, o meu clube de coração. A minha família era toda Bahia. Eu cheguei numa seleção brasileira pelo Bahia. Joguei no Flamengo, mas quem está me ajudando é o Bahia", completou.

(Foto: Arquivo pessoal/Zanata)

No dia 19 de agosto de 2018, direto do Rio de Janeiro, Zanta participou do Domingo Esportivo Bandeirantes. Confira a íntegra da entrevista abaixo:

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