Walter Lacerda ou Valter Lacerda

Jornalista e comentarista esportivo
O jornalista Walter Lacerda, paulista de São José do Rio Preto, nasceu em 1º de fevereiro de 1921 e faleceu no dia 27 de novembro de 2008, aos 87 anos.
Ele estava internado no Hospital Nova Atibaia, em Atibaia (SP), e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Lacerda foi velado e cremado em São Paulo, no cemitério São Pedro e no Crematório Municipal da Vila Alpina.
 
Depois de uma longa e vitoriosa carreira por alguns dos mais importantes veículos da mídia impressa e eletrônica, Walter Lacerda tinha planos (antes das cirurgias) de criar um novo jornal ou mesmo contribuir escrevendo para algumas publicações. O esporte sempre foi sua vida, mas como jornalista era ligado em tudo o que se passa, queria poder comentar sobre os mais diferentes assuntos que mexem com a vida das pessoas em todo mundo.

Foto: Lacerda e João Havelange

Lacerda deixou São José do Rio Preto em 1927. Tudo em sua vida aconteceu de forma precoce. Lacerda veio para São Paulo estudar, e sem a companhia dos pais, Alfredo e Olga de Abreu Lacerda. Veio e ficou hospedado na casa de um de seus tios, pai do novelista Silvio de Abreu, seu primo. Estudou no Colégio do Carmo e no Ginásio do Estado (rua Frederico Alvarenga). Aos 18 anos, entrou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), mas não concluiu o curso porque queria se casar, e foi o que fez.

Fora do curso de Direito, conseguiu através de seu cunhado o primeiro emprego na imprensa: era assistente na UPI (United Press International). O trabalho na UPI o levou para a Folha de São Paulo. Era o responsável por receber, via telefone, todo o material feito pela equipe de reportagem do jornal no Rio de Janeiro. Esse trabalho moldou o seu estilo de texto.

A década de 40, apogeu do rádio no país, foi fundamental em sua trajetória. O rádio era marcado por locutores de voz tonitruante (estrondosa), como dizia o próprio Lacerda, o que não era o seu caso. Mesmo assim, foi convencido por Paulo Machado de Carvalho a entrar para o veículo. O argumento de convencimento foi simples: "eles [público] não querem saber como é a sua voz. O público quer ouvir o que você tem a dizer". Walter Lacerda então começou na Rádio Pan-Americana de São Paulo, na equipe de Pedro Luiz, em 1942.

Em 1949, acumulando o trabalho na Pan e também na Folha de S.Paulo, as coisas começaram a se atribular. Walter Lacerda queria se dedicar mais ao jornalismo impresso e abriu mão do trabalho no rádio. Até porque, falava-se muito na chegada de uma nova mídia, a televisão, e ele já estava de olho no novo veículo. Lacerda decidiu apresentar um amigo para Pedro Luiz. A intenção era que este o substituísse. O amigo em questão era Mario Moraes. A história do rádio em São Paulo, com certeza, tem um capítulo dedicado à dupla Pedro Luiz e Mario Moraes.

Com a TV já implantada no Brasil a partir de 1950, Walter Lacerda ingressou na TV Record. Sempre atuando como comentarista esportivo, faz parte da equipe de Raul Tabajara, Paulo Planet Buarque, Flavio Iazet e um repórter novato, conhecido entre eles por Canarinho, mas de nome Elpídio Reali Jr. Lacerda permaneceu na Record até 1980. A partir de 1974, com a eleição de seu amigo João Havelange para a presidência da Fifa, passou a ser assessor especial da entidade no Brasil. Permaneceu no cargo até 1994,quando gradativamente foi abandonando as atividades na imprensa.

Walter Lacerda estava em seu terceiro casamento, sua mulher era Nilza Brandalize, morava em Atibaia (SP) e passou pelos seguintes veículos: UPI (United Press Internacional), Folha de S.Paulo, A Gazeta Esportiva, TV Record, O Esporte e Popular da Tarde. Lacerda tinha três filhos de seu primeiro casamento: Sandra (professora aposentada), Sinval (representante comercial) e Silvio (ex-comissário de bordo da Varig e em 2007 comerciante na região central de São Paulo).

por Wagner Prado
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