Valdo

Ex-ponta-esquerda do Noroeste e Portuguesa Santista
por Milton Neves
Valdo, o Eduardo Neves Júnior, excepcional ponta-esquerda do futebol do interior de São Paulo nas décadas de 1950 e 60, morreu assassinado por marginais em Santos, litoral de São Paulo no dia 23 de fevereiro de 1996.

O crime aconteceu na região do cais de Santos, onde ele trabalhava nas docas, após encerrar sua carreira.

Valdo, que nasceu em Santos em 26 de maior de 1936, iniciou no futebol atuando pela Portuguesa Santista em 1954, onde permaneceu até 1960.

Depois, passou pelo Noroeste de Bauru, em 1961e Tupã, entre 1962 e 1966. Chutava mais forte que Pepe, Rivellino e Éder.

O querido Valdo deixou dois filhos.

Ainda sobre Valdo, no dia 7 de novembro de 2009, recebemos o e-mail de Marcos Antonio Fernandes, com preciosas informações sobre o ex-jogador.

De: Marcos Antonio Fernandes [mailto:mafer-adv@uol.com.br]
Enviada em: sábado, 7 de novembro de 2009 23:41
Para: redacao@terceirotempo.com.br
Assunto: Re: Que fim levou

Valdo (ponta-esquerda) ? Eduardo Neves Júnior, natural de Santos/SP onde nasceu a 25 de maio de 1936, iniciou a carreira futebolística nos infantis, juvenis e juniores do São Paulo Futebol Clube, numa época em que o titular na equipe principal era ninguém mais do que Canhoteiro, o maior driblador da posição na história do futebol brasileiro.
Profissionalizou-se na AA Portuguesa Santista em 1954, tendo, sob o comando técnico do estrategista Ernesto Filpo Nuñez, participado do time que, excursionando à África, obteve o troféu "Faixa Azul?, com 15 partidas invictas, 75 gols a favor e 10 contra. Embora ponta-esquerda, foi um dos artilheiros da equipe, com 08 gols nessa viagem. Foi considerado por Oto Glória (que, em 1966, no Campeonato Mundial na Inglaterra, levaria Portugal ao honroso 3º lugar ? a melhor classificação lusa em todos os tempos!), que o viu jogar na época, uma das grandes promessas do futebol brasileiro para a posição!
Foi contratado pelo tricolor, do E.C. Noroeste de Bauru, no dia 31 de janeiro de 1962, que pagou pelo passe Cr$ 400.000,00 (quatrocentos mil cruzeiros), uma pequena fortuna na época, trazido pelas mãos de Caetano Martins Filho, o Sorocaba, que houvera se consagrado como grande arqueiro do Tupã F.C. na década de 50.
Valdo era magro, porém, forte, atlético, de estatura surpreendente para os pontas da época: 1,84m. Não era muito veloz, não cabeceava e nem chutava com a direita; no entanto compensava essas deficiências todas com agilidade, alta técnica  e extrema habilidade. Na realidade,
era mais um meia armador de grandes recursos, preciso nos lançamentos de média e longa distância, do que ponta.
Sua melhor qualidade, no entanto, era o chute violentíssimo de perna esquerda. Além de potentíssima, sua "patada? tinha alto índice de aproveitamento: seguramente, de cada dez chutes, oito iam em direção ao gol adversário, com inusitado grau de dificuldade para os arqueiros contrários.
Chutar bola parada ou em movimento lhe era indiferente; de igual modo, cobrar faltas da intermediária ou do meio-de-campo, com ou sem barreira.  Em nossa modesta opinião, para nós, que o vimos atuar inúmeras vezes,
seu chute era mais potente e preciso do que os de Pepe, ponta do Santos F.C., Roberto Rivelino, Carlucci (lateral esquerdo do Botafogo de Ribeirão Preto) e Éder (do Atlético Mineiro e da Seleção Brasileira); aliás, este último, pelo porte físico e pela violência do arremate lembrava-nos bem o Valdo.
Atuou durante as temporadas de 1962 a 1966, sendo um dos grandes artilheiros do Tupã F.C. na época e, seguramente, o maior craque da década de 60!
Marcos Antonio Fernandes
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