Turcão

Ex-zagueiro do Palmeiras e São Paulo

por Rogério Micheletti

Alberto Chuairi, o Turcão, ex-jogador do Palmeiras e do São Paulo, estava aposentado e morava no bairro do Brooklin, em São Paulo. Ele vivia entre seu sítio e seu apartamento na praia, sempre curtindo a família. Em 21 de abril de 2013, morreu por falência múltipla dos orgãos após ser internado na capital paulista.

Turcão, que era um lateral muito eficiente nos cruzamentos e nas cobranças de pênaltis, começou a carreira nos juvenis do Palmeiras, em 1942. Três anos depois foi para o amador, sendo inclusive campeão paulista. No mesmo ano, tornou-se profissional.

Firmou-se como titular da equipe alviverde em 1946 e fez parte das conquistas dos estaduais de 47 e 50 pelo Verdão.

Turcão ficou no alviverde de 1945 a 1951. Foram 181 jogos (103 vitórias, 42 empates, 36 derrotas) e seis gols marcados, números do Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte.

O terceiro título paulista de Turcão foi conquistado pelo São Paulo em 1953 e o quarto, em 1957. `Fiquei no São Paulo de 1951 a 58. Em 57, no ano título, fui auxiliar de Bela Gutman, porque tinha sofrido séria lesão no joelho direito naquele ano´, contava Turcão.
Segundo o ex-zagueiro, Gutman foi um dos técnicos mais inteligentes que passaram pelo futebol brasileiro. `O maior trunfo dele era treinar fundamentos, o que não vejo muito hoje em dia. Era engraçado que ele praticamente não falava nada durante as partidas, ficava quieto. Os cronistas até estranhavam. Mas ele (Gutman) não falava nada porque ele já tinha falado tudo durante a semana´ explicou.

"Tenho muita saudade daquele tempo. Hoje os times entram em campo para não deixar o adversário jogar. Antigamente era muito diferente. Não sei por que acabaram com os pontas e inventaram os alas. Os jogos eram mais emocionantes, mais bonitos, mais abertos", recordava Turcão.

Pelo Tricolor foram 215 partidas (121 vitórias, 42 empates, 42 derrotas) e 36 gols marcados, 32 deles de pênalti, segundo consta no "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa.
 
"Eu cheguei a ser artilheiro do São Paulo. Superei até atacantes. E tive o orgulho de ser campeão da Pequena Copa do Mundo da Venezuela, em 1955", contava Turcão.

Depois do São Paulo, ele teve rápida passagem pelo Santa Cruz, mas os problemas no joelho lhe obrigaram a encerrar a carreira. "Cheguei a fazer quatro partidas pelo Santa Cruz, mas voltei a sentir dores no joelho e achei melhor parar", fala Turcão, que depois trabalhou na Kibon.

Casado com dona Marisa, que morreu em 2010, Turcão, que era paulistano e nasceu no dia 24 de maio de 1926, teve quatro filhos (Marcia Maria, Carlos Alberto, Sandra Maria e Silvia Maria), quatro netos e uma bisneta.

Elogios de Dino Sani
Turcão se orgulhava de ser elogiado até hoje pelos seus ex-companheiros de time, entre eles Dino Sani. "O Dino me falou que eu tinha passe bom, que a bola chegava nele redonda. Isso é uma alegria muito grande para mim", dizia Turcão.

Futebol e laterais atuais
O ex-lateral ficava aborrecido com os laterais que não sabem fazer cruzamentos. "Eu fico às vezes com raiva de ver um lateral que não sabe cruzar. Mudaram muito o futebol. Que escalação é essa de 3-5-1? Acho que os laterais deixaram de existir. Acho que precisamos voltar com o futebol de antigamente, com pontas abertos, laterais. E falta fundamento", opinava Turcão.

O Portal Terceiro Tempo recebeu no dia 24 de abril de 2013 de Vitor Chuairi (vitorchuairi@me.com) neto do ex-jogador Turcão, o e-mail abaixo:
 
Ele era meu avô, pai do meu pai.
Muito obrigado pela divulgação. Foi muito emocionante ouvir a homenagem que você fez a ele na rádio. Fez grande diferença para toda a família. Foi motivo de muito orgulho para ele ter defendido (e conquistado títulos) com times do calibre de Palmeiras e São Paulo.

Tenho uma anedota interessante para você, que é amante dos bastidores do futebol.
Oberdan Cattani é o melhor amigo do meu avô desde a década de 40. Uma amizade que resistiu a toda prova ao longo de quase 70 anos.

Quando o Oberdan chegou ao velório, no auge dos seus 93 anos, trazia consigo uma enorme bandeira do Palmeiras. Com muito esforço ele levantou de sua cadeira de rodas, e com ajuda do meu pai usou a bandeira do Palmeiras para cobrir o corpo do meu avô, em um ato extremamente emocionante para todos os presentes. Poucos conheciam o Turcão como o Oberdan, e sua dor era tangível.

O Oberdan não saiu do lado do caixão de seu melhor amigo nem por um minuto, da mesma forma como não saíra do lado do meu avô no velório de sua esposa de 60 anos de casamento, minha avó.
Muito obrigado pelo carinho,
Um abraço,
Vitor Chuairi, neto orgulhoso de Turcão."
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Pelo São Paulo:

Pelo Tricolor foram 215 partidas (121 vitórias, 42 empates, 42 derrotas) e 36 gols marcados, segundo consta no Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa.

Pelo Palmieras:

Turcão ficou no alviverde de 1945 a 1951. Foram 181 jogos (103 vitórias, 42 empates, 36 derrotas) e seis gols marcados, números do "Almanaque do Palmeiras", de Celso Unzelte.

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